Oferecer um produto ou serviço inovador em grande quantidade. Esse é o propósito das startups, que nos últimos cinco anos tiveram um crescimento expressivo no país. Porém, ter visibilidade e crescimento fora do eixo Rio – São Paulo não são tarefas fácies e a falta de investimentos nas jovens empresas se tornou um dos principais desafios para os empreendedores nordestinos.
A região nordeste teve um boom de crescimento de startups a partir de 2013. Segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), a região tem a terceira maior comunidade em números, com 558 delas em funcionamento. O maior número de startups no país está concentrado nos estados de São Paulo (41%) e Rio de Janeiro (9,7%).
Com a falta de apoio dos poderes público e privado, a região nordeste possui grande evasão de talentos, que vão a grandes centros em busca de alternativas de sucesso. Startups inteiras se movem para as capitais do sudeste em busca de acesso a recursos, networking e investidores.
Dificuldades fora do eixo
“Todas as startups da região nordeste que ascendem no mercado têm que trocar o número do suporte da empresa para o DDD 011. Além disso, acontece muito de ligarem para nós, verem um outro DDD [que não é da região sudeste] e perguntarem se a empresa é realmente confiável”, explica Matheus Penna, organizador do Startup Weekend no Nordeste — evento da maior comunidade de startups do mundo.
Para o jovem empreendedor, há um preconceito contra as empresas oriundas da região. “As dificuldades aumentam bastante e muitas empresas do nordeste abrem a empresa juridicamente em São Paulo para que as pessoas, quando forem buscar informações, acreditem que a empresa é de lá”, afirma.
Destaque no Nordeste
O empreendedor baiano Diego Freire decidiu fundar uma startup de atendimento digital no ano de 2015. Foi na cidade de Feira de Santana que a ideia surgiu e começou a ser colocada em prática. No entanto, mesmo com o crescimento do e-commerce e a alta demanda causada pela transformação digital das empresas, os desafios de começar um novo negócio na região não foram menores; a falta de mão de obra especializada e de polos tecnológicos na cidade deixaram tudo mais difícil.
Com o passar do tempo, o empreendimento foi gerando resultados e hoje atende a mais de mil clientes em todo o mundo. “O fundamental para a Huggy crescer foi pessoas. A gente tem um time muito bom. Então, essa é a base da empresa; pessoas que sonham em mudar a realidade de uma local”, afirma Diego Freire, CEO da Huggy.
De acordo com a Abstatups, a Bahia ocupa o primeiro lugar em números de startups na região. Atualmente, o estado tem cerca de 252 organizações cadastradas. “Temos diversas empresas que estão crescendo muito e se destacando no mercado. Muitas delas têm começado a assumir a sua identidade nordestina e pouco a pouco vamos quebrando a ideia de que empresas de respeito estão instaladas apenas no eixo Rio – São Paulo”, afirma Matheus Penna.
Website: http://www.huggy.io