Maior polo econômico do país, cidade abriga novo centro para empreendedores do Google e terá a segunda edição do programa Stanford Ignite, coordenado pela Universidade de Stanford
Que São Paulo é o principal centro econômico do país ninguém mais têm dúvidas. O bom desempenho e o prestígio da cidade são tanto, que o local se tornou um importante hub para inovação e empreendedorismo no Brasil. Prova disso é que grandes marcas desse segmento, como o Google, e importantes universidades internacionais, como a Stanford Graduate School of Business, estão investindo na região.
No mês passado, o Google inaugurou seu sexto centro para startups no mundo. Instalado no Paraíso, bem próximo ao coração financeiro da Avenida Paulista, o espaço é destinado a abrigar companhias e a conectar empreendedores interessados em criar ou impulsionar novos negócios. São Paulo é a primeira cidade da América Latina, e do continente americano, a receber o centro que já está instalado em Londres, Tel Aviv, Varsóvia, Seul e Madri.
Quem também se interessou pelo município foi a Universidade de Stanford. Pelo segundo ano consecutivo, uma das maiores e mais importantes instituições de ensino dos Estados Unidos, traz ao país o Stanford Ignite, programa exclusivo com foco em inovação e empreendedorismo. Iniciativa da Escola de Graduação em Negócios de Stanford, as aulas estão marcadas para acontecer entre os dias 5 de agosto e 16 de outubro, na sede da Microsoft. O curso é composto por encontros presenciais com professores de Stanford que virão ao Brasil, além de interações remotas com um quadro de docentes da Instituição, usando tecnologia de ensino à distância de alta definição.
Desde 2015, quando a Universidade trouxe o projeto ao país pela primeira vez, o Brasil passou a integrar uma seleta lista de seis locais que fazem parte do projeto global (Índia, China, Estados Unidos, Reino Unido e Chile). “Como o Stanford Ignite é um programa de certificação em inovação e empreendedorismo, olhamos para locais onde há uma presença empresarial forte. São Paulo tem esse perfil, por isso era natural escolhermos trazer para cá esse projeto”, explica Jonathan Levav, diretor acadêmico do curso na América Latina.
Parceria de longa data
Mais do que estar de olho em São Paulo para transformar a região em, quem sabe, um novo Vale do Silício, Google e Stanford têm muito mais coisas em comum. Além dos primeiros passos da gigante em inovação terem sido dados dentro da universidade, até hoje um de seus principais executivos faz parte do quadro de professores.
Todos os anos, Eric Schmidt, Presidente executivo da empresa, se junta a Peter Wendell, fundador da Sierra Ventures, para o curso “Entrepreneurship and Venture Capital” (Empreendedorismo e Capital de Risco, em tradução literal), um dos mais populares do programa de inverno da Escola de Negócios de Stanford.
À parte disso, diversas empresas que nascem nos programas da Universidade têm sido compradas pelo Google. No Stanford Ignite, por exemplo, foi criada a Katango, aplicativo de rede social projetado para melhorar as experiências dos usuários. Em 2011, a startup foi adquirida pelo Google, que utilizou a tecnologia para melhorar a sua própria rede social, o Google+.
Outra companhia criada por um participante do curso foi a DailyDeal.de, um e-commerce que oferecia cupons de desconto diários para Alemanha, Áustria e Suíça. A companhia foi adquirida pelo Google por US$ 114 milhões, também em 2011.