Os robôs permitem reduzir custos, melhorar o desempenho e flexibilizar a produção, mas a tendência é que trabalhem em conjunto, preservando os seres humanos. A análise é do engenheiro alemão Gerhard Schreck, do Instituto Fraunhofer IPK, de Berlim-Alemanha, e que foi feita durante o Workshop Internacional SENAI de Tecnologia da Informação e da Automação. O evento integra a Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense, promovida durante esta semana, pelo Sistema FIESC. Segundo Schreck, uma das tendências é aumentar o índice de automação na montagem de peças, hoje de 5%, taxa que pode ser considerada baixa se comparada com a da soldagem, que é de 95%.
A elevada taxa de utilização de robôs em atividades como a soldagem explica um dos fatores que, segundo Schreck, mobilizam a automação por meio da robótica: a humanização dos processos produtivos, ou seja, a redução da presença do homem em atividades insalubres ou perigosas. Assim, a robótica contribui para tornar o trabalho mais ergonômico. Além disso, também do ponto de vista do trabalhador, a robótica tem sido utilizada em tarefas para as quais não existem profissionais qualificados.
O engenheiro do Instituto Fraunhofer IPK citou o exemplo da indústria automobilística japonesa, que desenvolveu robôs que aplicam solda ponto, devido à falta de profissionais qualificados para a função. Os robôs também devem ocupar os ambientes de trabalho para substituir as pessoas que se aposentam, o que é significativo numa sociedade que envelhece rapidamente, como a europeia.
Schreck citou também os benefícios que a robótica traz em termos de eficiência produtiva e ambiental. No primeiro grupo estão a redução de custos, do tempo do ciclo de produção, aumento da qualidade e a flexibilidade de produção. As questões ambientais dizem respeito à conservação de recursos e eficiência energética.
O engenheiro alemão apresentou resultado de um planejamento estratégico para robótica na Europa para 2020. Segundo ele, as aplicações industriais devem ser especialmente de trabalhadores robóticos (que realizam tarefas), co-trabalhadores robóticos (que ajudam seres humanos nas tarefas) e robôs que atuam na área de logística (que transportam materiais e componentes). Outras aplicações que podem beneficiar o setor industrial são os robôs para vigilância e segurança, exploração e inspeção e educação e entretenimento.
No workshop, os diversos palestrantes fizeram projeções a respeito das possibilidades do uso integrado de diferentes tecnologias para aprimorar as linhas de produção. Amri Tarsis, da Cisco, complementou a palestra de Schreck citando o exemplo do uso de redes Ethernet para monitorar o torque dos parafusadores que possam estar sendo usadas pelos robôs. Tarsis fez uma análise das diversas alternativas para a construção de redes de informática na linha de produção, tratando da relevância da rede no ganho de produtividade industrial.
Inovação, necessária e urgente
Côrte citou também pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)) que demonstram os baixos índices de inovação no país e que mostra que, de 2003 a 2005, menos de 2% das indústrias introduziram inovações de processos e cerca de 3,5% adotaram inovações em produtos.
Agenda da Inovação
No mesmo dia, foram apresentados dois exemplos de como a instituição pode contribuir com a inovação do setor industrial: o caso do desenvolvimento de um espectofotômetro portátil – que une as funcionalidades de dois equipamentos em um mais leve, mais eficaz, que gasta menos energia e inédito no mundo. Já a máquina ue inser de waterbag, que insere uma película plástica no interior de bombonas vai ajudar a diminuir custos das envasadoras de água mineral e os riscos de contaminação.