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Realidade virtual é utilizada para ajudar crianças com autismo

por Agência Canal Veiculação

Uma equipe de cientistas da Universidade de Coimbra estão apostando na realidade virtual para ajudar crianças com autismo, criando ambientes virtuais dinâmicos que estimulem o seu desenvolvimento social. A plataforma tecnológica é composta por um jogo de computador, um capacete de realidade aumentada ou óculos 3D e sensores EEG, que medem a atividade cerebral. O comportamento das crianças durante o jogo é registrado e os dados enviados para um módulo online, descreve a UC, em comunicado.

Este conjunto de ambientes virtuais destinam-se a ensinar competências sociais, como cumprimentar, sorrir, identificar expressões faciais e repeti-las.

O jogo de computador tem, por isso, um objetivo pedagógico e de reabilitação: para evoluir nos níveis, a criança tem de desempenhar uma série de mecanismos de interação social, acabando por interioriza-los e transpô-los para o dia-a-dia, esperam os especialistas.

O objetivo é que estas ferramentas venham permitir aos médicos não só fazer o diagnóstico e prescrever a terapia, mas também monitorar o doente à distância e registrar a sua evolução.

“Uma das grandes limitações dos sujeitos com autismo é a capacidade de interação social, o objetivo é que a criança, no conforto do lar e num ambiente que não lhe é hostil, realizar os exercícios e remotamente fornecer informação para o clínico que o acompanha”, explica Marco Simões, investigador do Departamento de Engenharia Informática (DEI), envolvido no projeto.

A grande novidade consiste na utilização da realidade virtual como ferramenta de treino de competências sociais no autismo, acompanhada da monitorização neurofisiológica.

“No jogo a criança interage com pessoas virtuais para, no futuro, interagir com pessoas reais. Desenvolvendo aplicações com tecnologias cada vez mais presentes na vida das pessoas e nas suas casas, é relativamente fácil o seu uso e, consequentemente, a sua comercialização. Os próprios pais podem participar (ainda mais) ativamente na educação dos filhos”, defende o investigador, citado na nota de imprensa.

O projeto, em que colaboram elementos da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), da Faculdade de Medicina e da Unidade de Neurodesenvolvimento e Autismo do Hospital Pediátrico de Coimbra, bem como da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo, já foi objeto de testes relativamente ao conceito.

Os investigadores procuram agora criar um design mais apelativo e explorar novas tecnologias de interação naturais, isto é, mais fácil de usar pelas crianças com autismo, avança a UC.

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