O Dia dos Namorados é esperado como uma data que pode dar fôlego às vendas no varejo brasileiro, pelo menos no comércio eletrônico. A expectativa é que os presentes movimentem R$ 1,99 bilhão este ano, 26% a mais que 2014, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Ainda de acordo com o levantamento da associação, os e-consumidores apaixonados devem realizar cerca de 6,2 milhões de pedidos online, especialmente nas categorias de beleza e saúde, moda e eletroeletrônicos.
Expectativa é de aproximadamente 6 milhões de pedidos online para a data
Segundo Fernanda Seabra, consultora de negócios da Bertholdo – empresa especializada no desenvolvimento de lojas virtuais –, o conforto possibilitado pelas compras via internet e os descontos exclusivos desta modalidade podem cativar o cliente, principalmente nas datas em que é preciso presentear.
“No comércio virtual há uma redução significativa de custos, pois não há necessidade da ampliar espaço, nem de contratar funcionários temporários em datas em que a demanda tem um crescimento considerável. Com a redução dos custos, é possível oferecer maiores descontos, atraindo uma gama de consumidores que estão em busca de ofertas vantajosas. Outra vertente positiva de ter uma loja virtual é a possibilidade de realizar vendas fora do horário comercial e atingir um público que esteja além da sua região de atendimento”, avalia.
A consultora de negócios também ressalta que esta é uma boa época para aliar o apelo emocional do Dia dos Namorados às redes sociais. “Essas mídias dão a possibilidade de atingir um grande público, que trocam opiniões e indicações de produtos e serviços. Realizar campanhas de marketing e promoções por meio das redes sociais – sempre atento a novas possibilidades – dão amplitude ao alcance da marca”.
Tendência crescente
O fortalecimento do e-commerce não é algo que se percebe apenas em datas de grande apelo para o comércio. A quantidade de consumidores brasileiros que faz compras on-line semanalmente aumentou 25% no último ano, segundo a pesquisa Total Retail 2015, da PwC. O estudo traz uma fotografia do comportamento do consumo brasileiro e de mais 18 países e indica tendências relevantes para o varejo. Desde a primeira edição, a pesquisa mostra a evolução do mercado de consumo no meio eletrônico a cada ano.
O preço mais baixo ainda é o principal motivo para comprar on-line para a maioria (54%) dos entrevistados. No entanto, este aspecto vem perdendo importância e a tendência é que a diferença de preços desapareça. “Os consumidores vêm, cada vez mais, optando por fazer compras on-line pela conveniência de não precisar se deslocar, assim como pela facilidade de comprar em horários alternativos”, explica Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil e líder de Varejo & Consumo.
As mídias sociais têm papel importante nesse aumento do relacionamento com as empresas e o estudo mostra que esse é um aspecto que merece a atenção dos varejistas. Em 2014, praticamente um terço dos consumidores usou as mídias sociais para postar a experiência com determinado produto e marca (34%).
“Os profissionais precisam estar conectados às redes não apenas para tomar conhecimento do resultado da experiência de compra do consumidor com a sua marca, mas também para interagir com esses clientes, respondendo de forma precisa e eficiente”, analisa Ana Hubert, especialista em Varejo & Consumo da PwC Brasil.
De acordo com a pesquisa, essa interação entre o varejista e o consumidor é decisiva e pode influenciar bastante: 77% dos consumidores disse que a interação com o varejista por meio das redes sociais influencia sua decisão de compra. Os principais motivos que levam o consumidor a escolher onde comprar são: confiança no varejista (87%) e facilidade de navegação no website (85%).