YOKOHAMA, Japão – Depois de uma agitada primeira parte da Temporada 9, com 9 corridas realizadas em 5 continentes em menos de 5 meses, Sacha Fenestraz e Norman Nato, pilotos da Equipe Nissan de Fórmula E, refletem sobre sua primeira temporada com a escuderia, os desafios dos carros de Geração 3 (Gen3) e muito mais.
Sacha Fenestraz
O que você achou do processo de adaptação para a tecnologia Gen3?
Sacha Fenestraz: Quando iniciei os testes com a Nissan no ano passado, logo percebi que aquilo seria quase o mesmo que começar tudo de novo a partir de uma folha em branco. O carro é bem diferente de qualquer coisa que já experimentei antes, mesmo a máquina da Geração 2. Eu já conhecia a gestão de energia pela minha experiência com o carro Gen2, mas tive que adaptar meu estilo de pilotagem.
Você achou fácil a adaptação na Nissan?
SF: Sim, foi ótimo! O relacionamento dentro da escuderia como um todo é muito bom. Do meu lado da garagem, tanto o meu engenheiro Johann como eu somos novos na Fórmula E, por isso estamos aprendendo juntos e estamos com a cabeça totalmente aberta no que se refere à nossa relação com os outros. Quando acontece algum erro, falamos sobre isso de forma bem aberta e honesta. Está indo tudo muito bem até agora e estou ansioso para continuar trabalhando com a equipe e melhorar juntos na temporada.
Também tenho uma relação ótima com o Norman, é a melhor que já tive com um companheiro de equipe. Não escondemos nada, compartilhamos dados e ideias. Quando começamos a trabalhar juntos, ele me contou que estaria aberto e que nos ajudaríamos reciprocamente, nós percebemos rapidamente que teríamos uma relação saudável aqui.
Quais foram os pontos altos da sua primeira campanha na Fórmula E?
SF: Mônaco! Mesmo que eu tenha perdido a pole position, conseguir isso em um circuito histórico e tão importante para qualquer piloto de corridas foi o máximo para mim. É claro que a primeira pole position na Cidade do Cabo foi muito especial, mas por alguma razão Mônaco me deu uma sensação ainda melhor porque eu nunca esperei por isso. No ano passado, eu não teria acreditado se você tivesse me dito que eu largaria na pole na Cidade do Cabo e em Mônaco, mas de alguma forma conseguimos isso.
Você pode nos contar como se sentiu no momento em que conquistou sua primeira pole position na Cidade do Cabo?
SF: Demorou alguns dias para cair a ficha. Foram muitas emoções, o início da temporada foi como uma montanha-russa para mim, conquistar a pole neste ano não estava no topo dos nossos objetivos para a campanha atual, por isso ter conseguido essa façanha foi incrível e eu fiquei muito feliz comigo mesmo e com a equipe. Depois, em Mônaco provamos que essa não foi uma conquista isolada, fazendo com que a satisfação fosse ainda maior.
Qual foi a sensação de enfrentar o Norman na semifinal da qualificação em Mônaco?
SF: Eu detestei! Eu levo o trabalho em equipe a sério e não corro só por mim, então estou sempre torcendo para que nós dois tenhamos bons resultados. Eu sabia que um de nós não teria a oportunidade de brigar pela pole, teria sido muito legal se nós dois pudéssemos nos encontrar na final e garantir o primeiro e o segundo lugar no grid, mas a Fórmula E é assim e isso pode acontecer. É claro que assim que entrei no carro e abaixei o visor fiz o melhor que pude e não pensei em quem era meu adversário naquela hora. Mesmo assim, é uma pena que tenha sido o Norman, eu gostaria que tivesse sido outra pessoa, mas obviamente fiquei contente de ter o Norman na frente do grid comigo.
Como foi brigar com os líderes do campeonato em Mônaco?
SF: Acho que Mônaco foi uma das corridas em que mais aprendi em termos de estratégia, sobre quando ser mais agressivo e o que fazer dependendo de quem está na frente. Poder brigar com as equipes e pilotos líderes do campeonato foi uma oportunidade para aprender apenas observando por trás. É claro que eu preferia estar na frente deles, mas só de observar foi uma excelente forma de ver nossas forças e fraquezas em relação às equipes que estão na liderança.
Norman Nato
O que você achou do processo de adaptação para a tecnologia G3?
Norman Nato: Foi complicado de alguma forma porque existem muitos aspectos novos que temos que trabalhar de forma diferente e aprender em termos de preparação para pilotar o carro, ficou claro que não é a mesma coisa tecnicamente se compararmos com a Gen2. Na pista é mais ou menos a mesma coisa, principalmente nas voltas rápidas, é mais uma questão de estratégia e técnica que tivemos que mudar.
Os carros Gen3 condizem com suas expectativas?
NN: Em termos de potência, eu diria que é um patamar acima, de verdade. Isso é positivo porque nós, os pilotos, podemos sentir nitidamente o adicional de potência em comparação com o carro Gen2. Acho que todos nós gostaríamos de ter mais aderência no geral, porque é mesmo muito difícil pilotar o carro da forma que tem que ser feito. Gostaríamos de acelerar um pouco mais, mas não há aderência suficiente para isso.
Qual dos 3 circuitos novos (Hyderabad, Cidade do Cabo, São Paulo) foi o seu preferido e por quê?
NN: O da Índia, apesar de a Curva 1 ter sido uma bagunça! O restante do circuito foi ótimo e foi bem legal brigar na pista. Também foi bacana pilotar nas qualificações, o traçado ficou muito bom. O Brasil foi bem diferente, eu gostei bastante, tinha uma superfície irregular e foi desafiador – isso é o que eu gosto na Fórmula E, quando você tem que lutar com o carro. Já a Cidade do Cabo foi um lugar incrível, mas acho que a pista era muito rápida para esses carros devido ao nível de aderência que temos.
Como foi correr em casa, no circuito de Mônaco, com o carro Gen3?
NN: Pilotar qualquer carro em Mônaco é um prazer e um sonho, afinal é Mônaco! É muito especial e a única coisa chata – sem contar a corrida, que obviamente foi difícil de engolir – é que tudo acontece em um dia e você não tem muito tempo para curtir. Tudo aconteceu tão rápido, passamos dois ou três dias fazendo a divulgação de mídia, o que é legal, porque é muito bacana mergulhar na atmosfera, apesar de que o ideal seria ter mais oportunidade para curtir o momento na pista. De qualquer forma, é um prazer correr em Mônaco, mas chegar ao limite nas qualificações e apresentar um bom desempenho é ainda melhor!
A sessão de qualificação em Mônaco serviu para potencializar sua confiança para as rodadas restantes?
NN: Não muito para ser sincero, porque eu nunca perdi minha confiança. Nesta temporada, cometemos alguns erros com a estratégia de pneus ou tivemos falta de sorte, por exemplo, quando fomos pegos pelas bandeiras amarelas nas qualificações da Cidade do Cabo e do Brasil, então em algumas ocasiões senti que estávamos no lugar errado, na hora errada. Demonstramos nossa velocidade em Mônaco e isso foi muito importante para nos recuperarmos depois do fim de semana difícil em Berlim.
O que você e a equipe precisam para brigar no topo do pelotão na segunda metade da temporada?
NN: Eu diria que a gestão da energia na corrida e tirar o máximo dos nossos dois carros. Até agora, tivemos dificuldades para chegar com os dois carros nos Duelos e nunca terminamos a prova pontuando com os dois carros, o que nos difere das outras equipes. Mônaco foi um exemplo perfeito de corrida, tínhamos o desempenho para isso, mas não aconteceu. É isso o que precisamos desenvolver na segunda metade do campeonato e vai ter um impacto enorme na classificação da equipe se fizermos isso direito – assim espero!
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Sobre a Nissan na Fórmula E
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Na Temporada 7 (2020/2021), a Nissan anunciou seu compromisso de longo prazo com a Fórmula E e com a era dos carros de Geração 3 (Gen3), que vai da Temporada 9 (2022/2023) até o final da Temporada 12 (2025/2026) da categoria de corridas 100% elétricas.
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Em junho de 2022, a Nissan anunciou que vai fornecer sua tecnologia de motorização elétrica para a McLaren Racing durante toda a era da Gen3 na Fórmula E.
Norman Nato e Sacha Fenestraz formam o line-up de pilotos da Equipe Nissan de Fórmula E na Temporada 9 do Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E.
A Nissan está competindo na Fórmula E para levar a emoção e a diversão dos veículos elétricos de emissão zero a uma plateia global. Como parte de sua meta de atingir a neutralidade de carbono em todas suas operações e no ciclo de vida de seus produtos até 2050, a Nissan pretende eletrificar todos os novos veículos comercializados até o início da década de 2030, nos principais mercados. A montadora japonesa pretende usar sua expertise na transferência de know-how e tecnologia entre as pistas e as ruas, para oferecer veículos elétricos ainda melhores aos seus clientes.
Sobre a Fórmula E
Desde que foi criado, em 2020, o Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E foi o primeiro esporte global a ser certificado com uma pegada líquida de carbono zero, com investimentos em projetos certificados de proteção do clima em todos os países que sediam suas corridas elétricas, para compensar as emissões de cada temporada.
Todos os carros no campeonato são movidos a eletricidade, fazendo da categoria uma plataforma competitiva para testar e desenvolver as últimas tecnologias de motorização elétrica.
Os maiores construtores do planeta competem entre si em circuitos de rua e a Fórmula E promove a adoção da mobilidade sustentável nos centros urbanos, apostando no combate à poluição atmosférica e na diminuição dos efeitos das mudanças climáticas.