De acordo com o estudo Worldwide Semiannual Artificial Intelligence Tracker, do IDC, publicado em fevereiro de 2021, a pandemia global do COVID-19 levou a IA para o topo das pautas corporativas. Segundo pesquisa divulgada pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação) em agosto de 2021, 152 milhões de pessoas acessam a Internet, um total de 81% da população brasileira. Uma outra pesquisa realizada pela consultoria BCG (Boston Consulting Group) em setembro de 2021 mostra que, no Brasil, a diferença de lucratividade entre empresas muito digitalizadas e companhias mais tradicionais é de 18%. Em todo o mundo, essa marca fica na faixa dos 3,2%.
Apesar dos ganhos notórios que as organizações conquistam ao abraçarem a inovação digital, segundo uma pesquisa da FGV, a Inteligência Artificial, mesmo sendo uma tecnologia responsável por reduzir burocracias e automatizar processos, nos próximos 15 anos, pode aumentar o desemprego no país em quase 4 pontos porcentuais. Para Saida Ortiz Sedano, diretora de canais da Vertiv América Latina, é nesse contexto que renasce uma velha questão: se a IA, necessária para atender os desafios das novas demandas digitais, substituirá as equipes humanas. “Acredito que as Inteligências Artificial e Humana não são mutualmente excludentes. Na verdade, elas são complementares e essenciais para a sustentação da economia digital do Brasil”, Saida afirma isso com base no que os analistas do IDC mostraram no estudo realizado. “Os avanços em Aprendizado de Máquina, IA Conversacional e a Visão Computacional da IA estão na vanguarda das inovações de software de IA. Isso serve para estruturar a arquitetura dos negócios convergentes e a otimização, previsões e recomendações sobre processos de TI, possibilitando experiências transformadoras para clientes e colaboradores”, explica Ortiz.
Saida Ortiz Sedano, diretora da Vertiv, empresa multinacional de soluções e serviços de energia, refrigeração e infraestrutura de TI para data centers, explica que a IA vem revolucionando as operações dos data centers, introduzindo maior eficiência, melhorando as ofertas de serviços e reduzindo os impactos no meio-ambiente. Ela conta que a pandemia intensificou a necessidade de a infraestrutura crítica trabalhar de forma otimizada dentro de um ecossistema inteligente que pode atender às crescentes demandas por estes serviços. Saida lembra que em 2019, o IDC previu que, até 2023, 50% dos data centers centrais empresariais e 75% dos principais sites de edge de TI alavancariam o Aprendizado de Máquina (ML) e os controles habilitados pela IA. “A adoção dessas tecnologias, de acordo com o IDC, serviria para transformar os processos de manutenção e melhorar a eficiência na utilização dos recursos energéticos do data center, entre outros benefícios” ressalta a executiva da Vertiv.
Saida que é psicóloga com um título de mestre em administração de empresas, um título de mestre em energias renováveis e uma especialização em engenharia de software, conta que há tecnologias de IA que fornecem as ferramentas essenciais para que as equipes de data centers recebam alertas sobre problemas que, de outra forma, teriam que ser resolvidos manualmente pelos administradores de sistemas. Ela avisa que essas soluções podem monitorar equipamentos e sistemas em tempo real, proporcionando soluções ou sugerindo medidas preventivas. São tecnologias que podem, também, bloquear ataques contra a segurança, criar interações mais fluidas com clientes e reduzir o consumo de energia. “Dessa forma, fica claro que as soluções de IA são aliadas das equipes dos data centers, permitindo que esses profissionais se dediquem a tarefas que realmente precisem de sua contribuição”, conclui Saida Ortiz.