A promessa de “um notebook por aluno ao custo de US$ 100”, recebida num primeiro momento com entusiasmo pelo governo brasileiro e sugerida em 2005 por Nicholas Negroponte, um dos principias incentivadores do uso da tecnologia na educação, não foi promissora. Fabricantes não conseguiram oferecer equipamentos com esse custo e o projeto simplesmente não decolou no país. Porém, com o recente sucesso dos tablets, o sonho de introduzir interatividade digital em massa na vida dos alunos parece ter ganhado um novo fôlego.
Com os computadores portáteis o preço foi tido como um dos principais entraves para a adoção em escolas. Mas pranchetas digitais contam com o benefício da Medida Provisória 534/2011, que prevê isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para dispositivos fabricados no Brasil.
A Intel, principal fabricante de chips do mundo, apresentou ao mercado o protótipo do primeiro tablet desenvolvido especificamente para ser usado em sala de aula. “Nossa intenção é estimular os fabricantes, sejam eles nacionais ou multinacionais, a desenvolver modelos para esse tipo de uso”, explicou Fernando Martins, presidente da Intel Brasil.
O produto faz parte da linha Intel Learning Series –que já conta com notebooks Classmate – e foi confeccionado para suportar impactos e quedas, além de resistir ao contato com a água. Equipado com um processador Atom 1GHz, pesa 550 gramas e vem com uma tela touchscreen de sete polegadas (1024 x 600px). Conta com câmeras frontal e traseira e recursos como 3G, Wi-fi, Bluetooth e portas USB e SD.
De acordo com o gerente de educação da Intel, Fábio Tagnin, a companhia já negocia com empresas locais a produção do aparelho no Brasil. “Ainda não podemos citar quem são os envolvidos, mas acreditamos que o tablet esteja disponível até o fim do ano, e um outro modelo, de 10 polegadas, deve chegar em 2012”, afirmou.
“Neste ano, o Ministério da Educação deve publicar o edital para a aquisição de tablets produzidos localmente, desonerado de impostos e com aval do Ministério da Fazenda. A ordem de grandeza do MEC é de centenas de milhares”, afirmou recentemente o ministro da pasta, Fernando Haddad, sem precisar a quantidade de produtos que serão adquiridos para as escolas.
Classmate
A Intel também apresentou uma nova versão do notebook educativo Classmate, o modelo distribuído no Brasil por meio do projeto Um Computador por Aluno (UCA). O novo modelo ganhou uma nova cara, com tela de 10 polegadas rotativa, que permite ao aluno usá-lo ora como notebook, ora como tablet. Com saída HDMI, processador Atom Dual Core, 2GB de RAM e bateria de 10 horas de duração, o modelo custa entre R$ 344 e R$ 376, dependendo da região do país onde for vendido.
Segundo a Intel, cerca de 5 milhões de alunos utilizam o Classmate em todo o mundo. Mas no Brasil, ao contrário da Argentina e Venezuela, com 1,7 milhão e 1,5 milhão de notebooks distribuídos em escolas, por aqui, o número chega a apenas 250 mil equipamentos.
Por Agência: http://www.sandybridge.com.br