Sistema de gerenciamento de resíduos usando IoT pretende solucionar problemas causados pelo acúmulo de lixo nas vias públicas
O descarte incorreto de lixo causa vários transtornos para a população que vive nos centros urbanos, o que pode ser melhorado pelo gerenciamento de resíduos.
Além de potencializar a disseminação de doenças, devido à exposição a toxinas e à proliferação de bactérias, o lixo acumulado nas vias públicas pode causar o entupimento de bueiros, reduzindo a vazão das galerias pluviais e potencializando os alagamentos nos períodos chuvosos.
Descarte responsável
Pensando neste problema, o aluno de mestrado Kellow Pardini e seu orientador, o professor Joel Rodrigues, criaram um sistema de gerenciamento de resíduos utilizando IoT (da sigla em inglês para Internet of Things, ou Internet das Coisas, em português), que permite que concessionárias de coleta e cidadãos interajam para proporcionarem um tratamento mais responsável do lixo.
O projeto integra as pesquisas do Inatel IoT Research Group e está descrito no artigo “IoT-Based Solid Waste Management Solutions: A Survey”, publicado em março no Journal of Sensor and Actuator Networks
Pela sua relevância, o trabalho foi escolhido para ser a capa do Journal, publicado pela MDPI, canal de comunicação acadêmico internacional.
Satisfação com o reconhecimento
“Fiquei felicíssimo por conseguir a publicação do trabalho nesse periódico, que de fato tem uma grande relevância. Quando tive a informação de que havia sido escolhido para a capa da edição, me veio uma sensação gratificante de que o esforço aplicado valeu a pena.”
Kellow Pardini, aluno de Mestrado
Sobre o sistema
O sistema de gerenciamento de resíduos é dividido em três partes.
As lixeiras inteligentes são compostas por sensores, GPS, tecnologias de comunicação sem fio e uma fonte de alimentação, com baterias recarregáveis por placas fotovoltaicas.
O sistema também contempla uma camada de software, denominada por Middleware, que recebe os dados transmitidos pelas lixeiras, executa os tratamentos necessários e faz o armazenamento desses dados.
Por fim, a camada de aplicação consiste em um aplicativo, que pode ser instalado em um smartphone ou computador, e é capaz de acessar via internet os dados presentes no middleware e disponibilizá-los aos usuários.
“Por meio do sistema, o usuário pode consultar as coordenadas dos compartimentos próximos de sua residência e ainda saber a quantidade de resíduos existente em cada um deles.
Ao mesmo tempo, é possível que as concessionárias responsáveis pela coleta do lixo utilizem as informações geradas pelas lixeiras para realizar rotas mais eficientes, que passem por áreas com maior necessidade de coleta”, explica o aluno.
Informações esse é um dos pontos
Para o professor Joel Rodrigues trata-se de um cenário em que é possível utilizar a tecnologia para resolver um problema do cotidiano das pessoas.
“Com o sistema, os responsáveis pela coleta de lixo poderão otimizar recursos tanto humanos quanto materiais, além de prestar um melhor serviço à população.
Na perspectiva da gestão municipal, será possível ainda ter a informação em tempo real de como está a coleta de lixo no município e, dessa forma, avaliar a necessidade de melhorias.
Isso tudo vai trazer ganhos significativos para a população e para as autoridades municipais, uma vez que é uma solução viável, frente ao retorno que pode ter”, avalia.
“Esta solução demonstra o papel importante que a academia tem ao desenvolver soluções que possam melhorar a vida das pessoas e das organizações.”
Professor Joel Rodrigues, coordenador do Inatel IoT Research Group
Geodisponibilidade de dispositivos de coleta
Segundo Kellow Pardini, o projeto também visa promover a cidadania, pois com o tem a intenção de conscientizar as pessoas a descartar seu resíduo em um momento em que o compartimento esteja apto a recebê-lo.
Caso o compartimento mais próximo não tenha disponibilidade naquele momento, outras lixeiras serão indicadas e, em último caso, uma agenda de coleta será sugerida para que o usuário recorra a uma nova oportunidade de descarte.
Um protótipo real do sistema foi criado pela equipe de pesquisadores do laboratório, com base no trabalho do aluno de mestrado, e está sendo usado para estudos e demonstrações práticas dos resultados.
Outro artigo sobre o projeto foi apresentado no evento IEEE 88th Vehicular Technology Conference (VTC 2018-Fall) – 3rd International Workshop of Communication for Networked Smart Cities, realizado em 2018, nos Estados Unidos (Chicago).
Sobre o INATEL
O Inatel é um centro de ensino, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, criado em 1965, em Santa Rita do Sapucaí, sul de Minas Gerais, conhecida como o Vale da Eletrônica.
Foi a primeira instituição de ensino superior de Engenharia de Telecomunicações do Brasil e, atualmente, oferece seis cursos de graduação, pós-graduação lato sensu, cursos a distância e Mestrado em Telecomunicações.
Além de formar profissionais, o Inatel transfere tecnologia ao mercado nas áreas de desenvolvimento de software, hardware, consultoria e calibração de equipamentos.
Possui parcerias com empresas de tecnologia nacionais e multinacionais. Desde 2016, é unidade Embrapii, responsável por apoiar o desenvolvimento e a inovação no Brasil. Mais informações: www.inatel.br.
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