As férias de verão tendem a inflar o fluxo de veículos nas estradas e demais vias, criando um desafio ainda maior tanto a metas de redução de acidentes quanto a condutores que usam ou não óculos de grau. Considerando que este é um período em que tanto o sol intenso quanto a incidência de chuvas interferem na visibilidade de pilotos e motoristas, a manutenção da saúde ocular se reafirma como um dos cuidados fundamentais a serem tomados na hora de seguir viagem.
Dirigir exige atenção entre diferentes pontos focais e em distâncias variadas, criando a necessidade de uma visão dinâmica que garanta a integridade individual e, consequentemente, coletiva no trânsito, onde a quase totalidade dos acidentes é causada por fator humano -conclusão que é apontada por instituições como o Detran, que reforça a estimativa de que estes são perto de 90% dos casos.
Segundo dados atualizados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, do Ministério da Infraestrutura, em um universo de 213,1 milhões de pessoas e frota ativa de 70,2 milhões de veículos, o Brasil registrou 632.764 acidentes em 2021, estando 770.572 veículos envolvidos nas ocorrências. O levantamento aponta, ainda, um total de 936.101 feridos ou ilesos e 11.647 óbitos -o que representa, na média anual, um índice de 1,84% óbitos por acidente. Os números são menores se comparados aos de 2020 (2,66% de óbitos por acidente, com 845.872 sinistros), mas ainda acendem um alerta sobre direção segura.
Em seu plano global de segurança no trânsito para a próxima década (2021-2030), a Organização Mundial da Saúde sinaliza a previsibilidade das falhas a serem cometidas por condutores como item relevante à implantação de ações para minorar o número de sinistros, e desvios de atenção geralmente associados a infrações, muitas vezes têm relação com instabilidades ligadas à visão. Alguns exemplos que interferem na percepção espacial do condutor são:
• A redução do diâmetro da pupila em contato com maior intensidade da luz ambiente, como quando a luz solar atinge diretamente os olhos;
• A variação do diâmetro da pupila entre pequeno e grande em condições de baixa luminosidade, como são os casos de períodos de chuvas, neblina e pôr-do-sol;
• O esforço visual exigido pela múltipla atenção a eventos na estrada, veículos próximos e espelhos ou comandos internos do painel do automotor;
• Sensação de ofuscamento, como quando a luz brilhante de faróis de automóveis em sentido oposto, de reflexos no asfalto ou mesmo de iluminação inadequada na via dificulta a visão;
• Efeito lusco-fusco, que na transição de luz entre o dia e a noite pode influenciar na noção de distância e profundidade ou mesmo causar cegueira momentânea para ajuste da visão;
• Embaçamento da vista, que impacta a interpretação de sinais e placas de trânsito.
Diante do risco, o cuidado e os exames médicos periódicos dos olhos, bem como a adoção de hábitos saudáveis que assegurem o bom funcionamento do corpo, tornam-se práticas indispensáveis para o planejamento de uma viagem tranquila. Abaixo, algumas dicas de como prevenir desgastes que possam interferir no desempenho do condutor.
Uso dos óculos: para quem precisa de correção visual por óculos, o uso das lentes durante a condução de um veículo é obrigação passível de multa prevista na legislação brasileira. Neste contexto, produtos de alta precisão são recomendados como investimento em um melhor e mais seguro desempenho da visão ao longo do trajeto a ser percorrido. A linha DriveSafe da ZEISS, por exemplo, adequa a visão às alterações de tamanho da pupila em condições de baixa luminosidade e reduz em até 64% a sensação de ofuscamento. Seu design incorpora uma distância média até 43% maior que as tradicionais, facilitando a troca de foco entre o painel e os espelhos do automóvel. Também amplia em até 14% a zona de visão muito distante, estendendo o alcance visual da estrada. Para uma visão mais nítida e segura, a higienização frequente e adequada das lentes dos óculos é fundamental, independente da tecnologia das lentes utilizadas.
Descanso: sono e direção não combinam. A fadiga, assim como o consumo de bebidas alcoólicas, tem participação relevante em acidentes. Estudo de 2019 da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego estima que 30% dos sinistros rodoviários noturnos são por dormência na direção, o que corresponde a 20% das mortes nas estradas brasileiras. Sem o descanso necessário anterior à viagem, o condutor também tende a trafegar com os reflexos rápidos comprometidos. A regra é ter um sono de qualidade antes de assumir o volante ou postergar a viagem no caso de sentimentos de inaptidão ou cansaço.
Alimentação: comidas leves e de fácil digestão são as indicadas para consumo no período próximo ao do percurso na estrada. Além do escape de desconfortos como o digestivo, a boa alimentação também evita sonolência. De manhã, a preferência é por um menu rico em frutas e fibras. Nas demais refeições, comidas gordurosas ou pesadas não devem ser escolhas. Barrinhas de cereal, biscoito integral e água podem ser opções de lanches para as paradas durante o trajeto, evitando que a falta de alimentação gere mal-estar que interfira na visão.
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