Quem entra em uma concessionaria para escolher um carro nem imagina a dimensão e complexidade dos processos pelos quais os veículos passam desde o nascimento do conceito até chegar ao consumidor final. São milhares de testes e uma gama enorme de profissionais envolvidos para que o veículo possa ser entregue nas mãos dos clientes.
O Engenheiro Químico, Luiz Carlos Gomes de Sá, explica que o processo do carro já terá passado por uma extensa bateria de testes antes de o motorista se acomodar no assento e ligar o motor. “Os testes automotivos garantem um funcionamento duradouro de um veículo. Avaliações regulares dos componentes podem garantir a segurança e a longevidade das peças e do carro.”
Os veículos devem atender aos requisitos de segurança e design antes de serem vendidos ao consumidor. O governo exige que sejam feitos uma série de testes para se colocar um carro nas ruas, tais como: emissão de gases (que contribuem para o efeito estufa), colisão (conhecido como “crash test”), entre outros. “Testar o automóvel antes de dar início a produção verifica se algo deve ser alterado antes que a fabricação final produza carros com defeitos que possam gerar custos futuros à empresa”, esclarece o engenheiro.
O ambiente e o uso causam grandes danos aos veículos e peças. O teste dos sistemas e componentes procura simular cenários do mundo real. Luiz explica que para desenvolver os testes é preciso prever os efeitos das variações do ambiente e manufatura. “Eles devem representar as necessidades e os desejos dos clientes, traduzir a voz do consumidor em requisitos, ou seja, garantir que o cliente recebera um veículo durável, confortável, que não apresente problemas em suas mãos”.
Após definir o “design” o carro é produzido virtualmente em computador onde são feitos os primeiros testes para entender qual será o comportamento de cada componente quando estiverem interagindo uns com os outros.
A partir daí se iniciam os testes, explica Luiz Carlos. “Testes virtuais ajudam a prevenir as possíveis falhas que podem ocorrer durante a montagem do protótipo. Virtualmente é possível simular a resistência mecânica de cada componente e até mesmo prever a temperatura em determinadas áreas do veículo.”
Sem as simulações virtuais as despesas seriam maiores, pois seriam consumidos uma quantidade maior de amostras em ensaios físicos até chegar ao desempenho desejado. Porém os ensaios virtuais ainda não substituem os ensaios físicos. Por conta disso, o Engenheiro detalha que a próxima fase é testar os protótipos das peças em laboratório que podem ser feitos para cada peça ou em um sistema inteiro. “O ambiente desempenha um papel importante na vida útil dos carros. Calor, frio, raios ultravioletas podem criar condições que causam desgaste e danos nas peças automotivas. As amostras são colocadas em câmaras onde é possível simular a exposição ao ozônio, raios UV, calor, frio e umidade”, detalha o Engenheiro.
Na pintura são feitos testes de abrasão, que verificam o nível de arranhões que a tinta pode suportar e resistência química a substâncias como, óleo de motor, gasolina, etanol etc.
Para verificar se será confortável o carro passa por testes de dirigibilidade onde circula por diversas pistas onde são avaliados ruídos, trepidações e asperezas. Além disso, os testes de segurança como o “crash test” para avaliar se o veículo atende as normas de segurança.
Por fim, Gomes de Sá comemora relatando que o teste final é o de durabilidade em pistas onde os carros rodam em diversos tipos de pavimentos: asfalto, terra, pedregulhos, etc. E se tudo correu conforme esperado o veículo é liberado para produção” finaliza.
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