Segundo um estudo do UN Environment Program, o lixo eletrônico, “e-waste”, é o tipo de lixo que cresce mais rapidamente no mundo. O estudo apontou que 53,6 milhões de toneladas métricas de e-waste foram criadas em 2020. O estudo mostra ainda, que a quantidade total de matérias primas descartadas sem cuidados e sem consciência do valor desses materiais como e-waste, no ano passado, chegou a 57 bilhões de dólares.
De acordo com uma pesquisa da Agência Federal Norte-Americana Environmental Protection Agency, realizado no final de 2020, somente 15 a 20 por cento do e-waste são reciclados. A pesquisa aponta que a falta de cultura de reciclagem de dispositivos digitais em empresas e em residências cria “cemitérios de equipamentos” já que a maior parte dos aparelhos eletrônicos vão diretamente para aterros e incineradores.
Para Luis Arís, gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler LATAM, os dados das pesquisas se tornam ainda mais alarmantes, pois o e-waste, por si só, conta com uma infinidade elementos tóxicos como o chumbo, o berilo, o cloreto de polivinila (PVC), o mercúrio, entre outras substâncias que são extremamente prejudiciais para o ambiente e os seres humanos.
Além de todos esses perigos para a vida no planeta e do planeta, Arís ressalta que ainda existe o risco da exportação ilegal desses produtos e do roubo de informações e dados dos usuários. Pesquisa realizada pela consultoria europeia Info Blancco, em abril de 2021, a partir de entrevistas com 600 líderes de organizações dos EUA, Reino Unido, Japão, Alemanha e França – empresas com no mínimo 5.000 colaboradores – mostra quão grande é o desafio de incorporar políticas sustentáveis de descarte à gestão da TI.
Para Arís, o estudo da consultoria Info Blancco atesta o descompasso entre o que se pensa e o que se executa em termos de reciclagem de eletrônicos já que 92% do universo pesquisado conta com políticas sustentáveis de TI, mas somente 24% dos entrevistados, porém, promovem a reutilização dos equipamentos antigos, seja como um computador de segunda mão sendo empregado por outras empresas, seja como fonte de componentes eletrônicos. “Foi-se o tempo em que o ciclo de vida de um dispositivo eletrônico iniciava-se com sua compra e terminava com seu desligamento da rede corporativa. Na Era do ESG, Environment, Social e Governance, está na hora das organizações adotarem políticas de descarte de equipamentos antigos plenamente alinhadas com as melhores práticas em sustentabilidade”, afirma o executivo da Paessler.