Desafogar o trânsito, com eficiência no transporte de cargas e de pessoas, incluindo menores custos e maior segurança para a população. Estes são alguns dos desafios dos gestores públicos na área de mobilidade para as próximas décadas.
A tecnologia e o uso de inteligência artificial que preveem a dimensão de fluxos de deslocamento estão contribuindo para a melhoria do trânsito em vias e rodovias de muitos estados e capitais do país.
Isso porque além de sistemas de pesagem que ajudam, por exemplo, a desviar o fluxo de veículos de grande porte para vias alternativas, existem equipamentos que conseguem emitir informações relevantes. É o caso dos que controlam velocidade. Os radares atuais são dotados de softwares que também conseguem emitir dados referentes à quantidade de pessoas que se deslocam de uma origem a um destino, de acordo com o horário, modo de transporte utilizado, (matriz origem-destino), velocidade média, tempo médio de percurso, entre outros.
O especialista em mobilidade, Guilherme Araújo, avalia que a mobilidade urbana é um grande desafio para governantes de todo o mundo, mas a revolução tecnológica pode ser a chave para uma transformação.
“Mobilidade no trânsito diz respeito à qualidade de acesso das pessoas a seus locais de interesse, ou seja, a capacidade de deslocamento das pessoas, veículos e cargas no ambiente público urbano. Isso envolve questões como arquitetura e engenharia urbana de tráfego, transportes públicos, a acessibilidade urbana e os hábitos de locomoção dos cidadãos. O monitoramento auxilia as administrações de trânsito municipais e estaduais no planejamento urbano”, afirma Guilherme.
Como exemplo ele cita um recente levantamento feito a partir do cruzamento de informações obtidas por equipamentos de alta tecnologia instalados em quatro estados brasileiros. O estudo apontou um aumento médio de cerca de 69% no número de infrações de trânsito por excesso de velocidade, em vias e rodovias monitoradas por radares, entre os meses de maio a outubro de 2020, se comparados com o mesmo período de 2019, antes do início da pandemia.
Para ele, os dados são importantes para a gestão do trânsito nas cidades e nos estados. “Medir é uma forma de gerenciar e possibilitar a tomada de decisões de forma assertiva”, completa.
Gestão – Na data em que se comemora o Dia Nacional do Trânsito – 25 de setembro – o uso de tecnologia para a gestão da mobilidade urbana das cidades tem sido apontado como uma estratégia fundamental por gestores e especialistas.
Um bom exemplo é Salvador, que com o uso de tecnologia de monitoramento conseguiu reduzir em 50% o número de mortes no trânsito nos últimos dez anos, saindo de 260 mortes ao ano para 130 mortes por ano.
O diretor de Trânsito da Transalvador, Marcelo Correa, explica que o uso de sistemas e informações obtidas em equipamentos tecnológicos é essencial para os resultados positivos que vêm sendo obtidos nos últimos anos para o monitoramento de veículos e pedestres, do trânsito, da capacidade dos transportes públicos, do sistema viário e da própria segurança pública.
“No caso de Salvador as tecnologias controlam os principais corredores de tráfego monitorando os gargalos com eficiência e em tempo real, fiscalizam os avanços de velocidade – o que é fundamental para estimular as leis de trânsito – contribuem para o direito de passagem, diminuindo o tempo de deslocamento dos cidadãos e ainda ajudam a contribuir com o meio ambiente já que com planejamento reduzimos o fluxo da frota em um mesmo horário e consequentemente a emissão de gases na atmosfera”, afirmou Marcelo.
Outra vantagem que ele aponta no uso de tecnologias foi para o planejamento de eventos, como é o caso do carnaval de Salvador, que reúne 3 milhões de pessoas em um curto período de tempo.
“Seria impossível gerenciar o deslocamento destas pessoas, impor restrições a determinados tipos de veículos em determinadas áreas da cidade sem o uso de tecnologia. Com apoio tecnológico estamos enfrentando desafios e auxiliando os gestores com semáforos inteligentes, redes de monitoramento das principais áreas”, completou Marcelo.
Algumas ferramentas de apoio à mobilidade urbana:
Radares, que são equipamentos montados em estruturas fixas na via ou portáteis. Baseados nas tecnologias de laço indutivo, doopler (ultrassom), laço virtual (cálculo sobre imagem) ou laser, são capazes de capturar informações quanto à presença e tempo de passagem dos veículos, permitindo deste modo, registrar informações estatísticas e as infrações de trânsito. Entre elas, veículos acima da velocidade permitida, parada sobre faixa de pedestres, avanço de semáforo no vermelho, fluxo em contramão e conversão proibida.
Lombadas eletrônicas ou equipamentos que capturam a velocidade de passagem dos veículos na via e a apresentam aos condutores por meio de uma estrutura fixa com um painel digital comumente afixada nas laterais das vias de tráfego. Esses equipamentos também registram infrações quando associados a radares.
Contadores de fluxo permitem com, ou sem intervenção física na via, fazer a contagem e por vezes classificação (veículo de passeio, veículo médio, veículo pesado) do fluxo viário. Esses equipamentos são ferramentas importantes para a gestão do tráfego urbano, permitindo que os gestores, entendam a sazonalidade e intensidade do fluxo viário.
Câmeras de monitoramento possuem alta definição e a possibilidade de integração em uma central, permitindo a ampla cobertura visual das vias de maior fluxo da malha viária urbana em tempo real, a identificação de congestionamentos e acidentes de trânsito.
Leitura Automática de Placas (LAP): Também conhecida como tecnologia OCR (Optical Character Recognizer) é um software que integrado a uma câmera digital e a uma base de dados com informações de veículos, captura e identifica automaticamente a placa dos veículos, possibilitando a busca de dados do veículo e também medidas de segurança.
Website: https://velsis.com.br/