Em junho de 2021, o portal G1 publicou uma matéria onde pacientes reclamam da demora no atendimento e falta de médicos no Hospital Cardoso Fontes, no Rio de Janeiro. No dia 22 de dezembro de 2021, o portal R7 veiculou uma notícia mostrando que postos de saúde e hospitais enfrentam superlotação com o aumento de casos de gripe e já sobrecarregados pela pandemia de COVID-19, evidenciando assim, a crise no setor da saúde no Brasil. Dados do Conselho Federal de Enfermagem, de março de 2021, indicam que o Brasil conta com 6.649.307 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e técnicos de saúde) e que esse contingente está distribuído de forma não homogênea pelo país. Segundo o Conselho Federal de Medicina, o Brasil conta com 1 médico para cada 470 habitantes. Nas regiões Norte e Nordeste, porém, a quantidade chega a 1 médico para cada 953,3 e 749,6 brasileiros, respectivamente.
Um outro dado alarmante, segundo pesquisa realizada pelo Gartner, no final de 2020, com 1.000 CIOs de 64 países – incluindo líderes brasileiros de tecnologia da vertical saúde – revela que 41% dos CIOs do setor de saúde disseram que enfrentam, ano após ano, reduções em seus orçamentos.
Já o relatório Global Strategy on Digital Health 2020 – 2025 da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostra que até 2025, a integração entre medicina e tecnologia será crítica para garantir a entrega de serviços de saúde a todas as populações, em todos os países. Para Luis Arís, gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler LATAM, é nesse contexto que, em 2022, torna-se premente prevenir as falhas na gestão dos ambientes digitais de hospitais, clínicas e laboratórios. Para ele, a inovação em medicina passa, necessariamente, pela disseminação do uso de tecnologias cada vez mais avançadas e disruptivas.
“Muitas das dificuldades enfrentadas, hoje, pelos hospitais são causadas pela profunda heterogeneidade dos dispositivos e plataformas digitais utilizados no setor de saúde. São tecnologias que nasceram proprietárias e, muitas vezes, sem conectores para o ambiente de TI. Essa realidade faz de um hospital, por exemplo, uma colcha de retalhos de protocolos e tecnologias díspares”, explica Arís.
O executivo da Paessler afirma isso com base na pesquisa da empresa de digital health Zebra Technologies, divulgada em novembro de 2021, feita a partir de 1.532 entrevistas com profissionais de saúde e de TI de dez países, incluindo o Brasil (305 das respostas), que mostra que a monitoração remota dos pacientes por meio de dispositivos IoT, a melhoria contínua das condições da telemedicina (consultas virtuais baseadas em videoconferência), além do uso de recursos de inteligência artificial são as que mais preocupam os profissionais de saúde. Para Arís, da Paessler, os dados da pesquisa deixam claro que falhas digitais geram filas, estressam os colaboradores do setor de saúde em todo o país e impactam negativamente no atendimento ao paciente desde sua entrada no hospital.
“Evitar danos causados por interrupções e perdas de desempenho é crucial. É fundamental elevar o grau da maturidade digital de hospitais, clínicas e laboratórios. Além de impedir que um médico, por exemplo, tenha problemas para acessar as imagens de raios-X em seu tablet, durante uma visita ao leito do paciente, o correto monitoramento digital de todo o ambiente hospitalar, pode desempenhar um papel importante em ajudar a organização de saúde a economizar dinheiro já que o monitoramento de longo prazo otimiza as infraestruturas de TI e o tempo dos profissionais da área de saúde”, afirma Luis Arís.