Os serviços de banda larga fixa e telefonia móvel cresceram muito durante a pandemia da covid-19, segundo o estudo do “Impacto da Pandemia de Covid-19 no Setor de Telecomunicações do Brasil”, publicado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). De acordo com o levantamento, o crescimento foi de 12% e 6%, respectivamente, durante abril de 2020 e março de 2021. E a previsão da consultoria especializada em tecnologia IDC Brasil é de que o mercado de telecomunicações brasileiro ainda deve crescer cerca de 1,9% em 2021, impulsionado pela maior demanda por serviços digitais e pela chegada do 5G, fazendo com que as empresas busquem, cada vez mais, por profissionais mais qualificados no setor.
O exponencial crescimento da área de telecomunicações, em especial o de banda larga, elevou a demanda por mão de obra qualificada na área, pois as velocidades de conexões, hoje praticadas, só são possíveis com o uso de uma infraestrutura de rede óptica, afirma Andriel Jayme Batista, graduado em Engenharia de Telecomunicação e em Administração de Empresas e pós-graduado em Engenharia e Segurança do Trabalho.
O engenheiro de telecomunicações informa que muitos acreditam que a maior parte da comunicação global trafega por ondas eletromagnéticas (via satélite, links de rádios, entre outros), no entanto, cerca de 90% desta comunicação trafega com luz por fibras ópticas. “A grande questão é que os profissionais precisam acompanhar esta crescente e se qualificar com as novas tecnologias que estão chegando”, alega Andriel.
De acordo com a Basscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, a empregabilidade no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação segue alta, mesmo com a adversidade do quadro econômico e social no país. O macrossetor TIC foi responsável por 1,62 milhões de empregos em 2020, crescimento de 3,6% no número de profissionais. Do total, 309.551 foram em telecomunicação, e muitos tiveram que fazer novos cursos e especializações para conseguir uma vaga.
Conforme o especialista, poucos são os profissionais que se preocupam com a qualificação em infraestrutura óptica, e atualmente a área está em constante e veloz crescimento. Ele avisa que o mercado também carece de institutos preparados, com estrutura prática e teórica que atendam a alta demanda.
A banda larga fixa no Brasil alcançou 33,9 milhões de acessos em julho de 2020, segundo a Anatel. Enquanto isso, destaca-se o crescimento significativo da tecnologia de fibra ótica no serviço de banda larga fixa: são 13,1 milhões de acessos (38,6% do total de assinaturas), um aumento de 66,6% nos últimos 12 meses.
“Trabalho há 13 anos neste mercado do qual comecei como auxiliar técnico e hoje atuo como especialista em Infraestrutura de Rede GPON, Princípios da Comunicação Óptica e Técnicas de Manutenção Óptica. Em um dos meus projetos busquei entregar a novos profissionais uma direção atualizada da telecomunicação, e criei um laboratório prático no Instituto Federal do Estado do Pará, com o curso Técnico em Comunicações Ópticas. O laboratório continua sendo utilizado para fins de profissionalizar novos alunos”, conclui Andriel Jayme Batista.