Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) iniciaram nesta quarta-feira uma greve por tempo indeterminado em 23 estados do país para exigir aumento salarial, informaram fontes sindicais.
A paralisação foi seguida por 16 dos 35 sindicatos que integram a Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), informaram à Agência Efe fontes da central sindical.
Os trabalhadores de outros cinco estados poderão aderir à greve até terça-feira, para quando estão previstas as assembléias regionais, segundo as mesmas fontes.
Os empregados reivindicam reajuste salarial de 43,7%, R$ 200 incorporados ao salário, auxílio alimentação de R$ 35 e a contratação imediata de 30 mil trabalhadores, entre outras melhorias.
A empresa ofereceu aos 120 mil empregados, na mesa de negociações do novo acordo coletivo, um reajuste salarial de 5,2%, correspondente à inflação dos últimos 12 meses.
Os Correios alegaram em comunicado que, além de oferecer auxílio alimentação e assistência médica a todos os seus empregados e seus respectivos familiares, concedeu nos últimos nove anos um reajuste salarial de 138%, o que equivaleria a um aumento real de 35%, descontada a inflação.
Segundo a empresa, caso as reivindicações dos sindicatos fossem atendidas, custariam, apenas neste ano, de R$ 25 bilhões, bem acima dos R$ 15 bilhões de receita previstos pela empresa para 2012.
Como as negociações entre a empresa e os sindicatos foram interrompidas pela greve, o Tribunal Superior de Trabalho (TST) convocou para hoje uma audiência de conciliação para tentar facilitar o diálogo entre as partes.
A ECT informou ainda que pôs em prática um esquema especial para garantir os serviços à população durante a paralisação.
O plano prevê a realocação de funcionários das áreas administrativas como carteiros, a contratação de trabalhadores temporários e o pagamento de horas extras aos que aceitarem ampliar seus horários de trabalho e entregar encomendas nos finais de semana, além de mutirões.
A greve nos Correios aconteceu um dia após os bancários de todo o Brasil também anunciarem greve por tempo indeterminado por melhores salários.
No primeiro dia de greve, cerca de 25% das 18 mil agências bancárias do país deixaram de funcionar, segundo os cálculos dos sindicalistas. EFE