- Faltam menos de três dias para que o Campeonato Mundial da FIA de Fórmula E chegue pela primeira vez ao Brasil
- Em meio aos últimos preparativos, Volpe fala sobre suas expectativas para a corrida em São Paulo, seu trabalho e os bastidores da Equipe Nissan
América do Sul – O italiano Tommaso Volpe conta com uma ampla experiência na indústria automotiva. Desde 2020, ocupa a posição de Diretor Mundial de Esportes a Motor da Nissan, sendo também responsável pelo projeto Nissan Fórmula E, que inclui o desenvolvimento dos veículos, gestão da equipe e ativação global da competição.
Em meio aos últimos preparativos para o E-Prix de São Paulo, que acontece no próximo sábado, 25 de março, Volpe conta um pouco mais sobre seu trabalho e os bastidores da Equipe Nissan de Fórmula E: “A equipe é formada por quase 40 pessoas e todos são igualmente importantes para a performance na pista. Nossa expectativa no Brasil se assemelha aos nossos objetivos para toda a temporada 9, ou seja, conquistar valiosos pontos e mostrar que somos fortes competidores na Fórmula E”.
“Existe um grande propósito na participação da Nissan na Fórmula E e isso está bastante claro. Queremos promover nosso forte compromisso com a eletrificação e com a sustentabilidade. A Fórmula E é uma valiosa fonte de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), pois usamos a expertise das pistas para transferir conhecimento e tecnologia para as ruas e vice-versa”.
Confira no vídeo:
Entrevista:
P: Quais são as expectativas para esta temporada, com veículos e pilotos novos?
R: A preparação para a temporada 9, a primeira da Geração 3, foi muito desafiadora. Os carros são mais complexos que os da Geração 2. Também temos nossos novos pilotos e isso trouxe desafios adicionais, mas também oportunidades. Por isso, acreditamos que a equipe tem grandes condições de melhorar gradualmente durante a temporada 9 e ser um forte concorrente no campeonato na Geração 3.
P: Como é formada a equipe Nissan de Fórmula E?
R: A equipe Nissan de Fórmula E é formada por quase 40 pessoas, que desempenham diferentes funções. Obviamente, temos mecânicos que são fundamentais para construir o carro e também muitos engenheiros. Na Fórmula E, a área de engenharia é crucial porque a gestão da energia é muito flexível, podendo ser reprogramada de diferentes formas e isso é muito importante. Mas também outras funções mais relacionadas com o nível de qualidade dos alimentos que comemos, preparação, organização e logística são fundamentais para o desempenho, pois tudo pode fazer diferença no momento em que colocamos o carro na pista pois o processo para preparar este momento é muito longo e começa com a logística. Assim, tudo e cada pessoa envolvida na preparação da corrida, em diferentes níveis, pode fazer uma grande diferença para o rendimento.
P: Você poderia descrever resumidamente as principais características dos pilotos da Nissan?
R: Sacha Fenestraz é nosso piloto mais jovem. Ele tem menos experiência na Fórmula E, mas tem um talento muito forte, que já demonstrou em diferentes categorias. Por isso, ele é definitivamente o piloto que mostrará um progresso maior durante a temporada devido a esta experiência relativamente menor na Fórmula E, mas também em razão deste grande talento. Já Norman também tem um grande talento e mais experiência na Fórmula E, já que conhece mais a categoria. Contudo, os carros que ele conhece são da Geração 2, que eram completamente diferentes dos da Geração 3. Então, de certa forma, existem coisas novas para ele também.
P: Como vocês estão se preparando para o E-Prix de São Paulo?
R: Em breve estaremos no Brasil. Será uma nova cidade a acolher os carros de Geração 3 e estamos todos muito animados para correr lá. A preparação vai se basear em dados registrados em corridas anteriores. É claro que o circuito será diferente, por isso teremos muitas incógnitas para descobrir assim que colocarmos nossos carros na pista no Brasil.
P: Quais são as características que fazem com que a Fórmula E seja uma categoria única?
R: A Fórmula E é muito diferente em comparação com todas as outras categorias do automobilismo. São vários os fatores que fazem com que a Fórmula E seja diferente. Corremos principalmente no centro das cidades, usamos pneus antiderrapantes, não trocamos muitos pneus e isso contribui muito para a eficiência. Este é um esporte de carbono neutro. Mas se tivermos que escolher, provavelmente a diferença mais relevante ou mais significativa diz respeito à importância da gestão energética. De certo modo, a Fórmula E é uma competição de energia. Todos nós corremos para ser a equipe mais eficiente e sofisticada na gestão da energia à nossa disposição durante a prova. Isso faz com que o esporte seja totalmente relevante para os negócios de uma empresa como a Nissan, que é altamente comprometida com a eletrificação. O foco na gestão da energia e a eficiência do carro, que é único em comparação com qualquer outra categoria de esportes a motor, faz com que todo o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento que fazemos na Fórmula E seja tão relevante para os negócios também.
P: Como você associa sua experiência em marketing à sua função atual de gerente de esportes a motor?
R: Como líder da equipe de Fórmula E, sou responsável por diferentes aspectos da empresa, as operações de competição, engenharia, mecânica e logística. Mas o que provavelmente é mais útil em minha experiência anterior em marketing é como extrair valor das atividades da equipe para a Nissan como empresa. Existe um propósito na participação da Nissan na Fórmula E e isso está bastante claro. Queremos promover nosso forte compromisso com a eletrificação e com a sustentabilidade. Nossa participação na Fórmula E é uma valiosa fonte de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), pois pretendemos usar a expertise das pistas na transferência de know-how e tecnologia para as ruas e vice-versa.
P: Quais são suas expectativas para o e-Prix de São Paulo?
R: Nossas expectativas para a corrida no Brasil se assemelham aos nossos objetivos para toda a temporada 9: conquistar valiosos pontos e mostrar que somos fortes competidores na Fórmula E. Logicamente estamos nos preparando para as próximas temporadas, quando pretendemos concorrer ao título do campeonato.
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Sobre a Nissan na Fórmula E
A Nissan estreou no Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E na Temporada 5 (2018/2019), tornando-se a primeira e única montadora japonesa a participar da categoria 100% elétrica.
Na Temporada 7 (2020/2021), a Nissan anunciou seu compromisso de longo prazo com a Fórmula E e com a era dos carros de Geração 3 (Gen3), que vai da Temporada 9 (2022/2023) até o final da Temporada 12 (2025/2026) da categoria de corridas 100% elétricas.
Com a aquisição pela Nissan da escuderia e.dams em abril de 2022, a montadora japonesa assumiu o controle total de sua participação no Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E.
Em junho de 2022, a Nissan anunciou que vai fornecer sua tecnologia de motorização elétrica para a McLaren Racing durante toda a era da Gen3 na Fórmula E.
Na Temporada 9 do Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E, Norman Nato e Sacha Fenestraz formarão o line-up de pilotos da Equipe Nissan de Fórmula E.