Com a pandemia de Covid-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou o uso da telemedicina no Brasil em caráter emergencial. Para a Associação Médica Brasileira (AMB), “a incorporação de novas tecnologias à medicina é um caminho sem volta”, segundo carta publicada em abril. O texto diz ainda que “esse avanço pode ser muito positivo, desde que disciplinado por diretrizes responsáveis com foco no fortalecimento da relação médico-paciente”.
É justamente na tecnologia e na aproximação da relação médico-paciente que novas empresas têm apostado este ano. Um exemplo disso é a Sami, que acaba de lançar seu plano de saúde digital voltado a pequenas empresas e profissionais liberais de São Paulo. Em outubro, a healthtech anunciou a maior rodada Série A já registrada em uma startup de saúde na América Latina, com um aporte de R$ 86 milhões.
Por meio do aplicativo da Sami, disponível para iOS e Android, é possível ter acesso ao histórico médico do paciente e aos arquivos de exames e receitas. É também por meio do app que o usuário pode entrar em contato por texto, áudio e vídeo com o seu time de saúde, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. A equipe de profissionais, composta por um médico, um enfermeiro e até três técnicos de enfermagem, é responsável por fazer o acompanhamento integral do quadro clínico de cada membro. Quando necessário, o time coordena e orienta o tratamento com outros médicos e avalia a necessidade de realizar procedimentos como exames laboratoriais.
“Com o uso inteligente de dados e orientação sempre disponível pelo aplicativo, o paciente não precisa mais ir de especialista em especialista até descobrir qual é o seu diagnóstico. A nossa proposta é oferecer tratamento proativo e coordenado, avaliando o histórico clínico e considerando outros aspectos que também têm reflexos na saúde, como questões pessoais, contexto social e familiar”, afirma o Dr. Vitor Asseituno, médico fundador e presidente da startup.
O modelo proposto pela Sami, com foco na atenção básica, já foi implementado com sucesso em países com os melhores serviços de saúde do mundo, como o Reino Unido e Singapura. O National Health Service (NHS), sistema de saúde britânico, tem como eixo do seu atendimento os chamados General Practitioners (GPs), médicos generalistas equivalentes aos médicos de família no Brasil. “São eles que fazem o atendimento primário do paciente e julgam a necessidade de encaminhá-lo ou não a um especialista. Assim, é possível desafogar a rede e economizar tempo e dinheiro de todas as partes”, explica Vitor.
Novo modelo de remuneração
Para conquistar o preço competitivo – os valores médios para a faixa etária de 0 a 38 anos ficam entre R$ 172 e R$ 287 -, a empresa adotou um modelo de remuneração diferente daquele que tem sido usado no mercado. “Na Sami, oferecemos uma remuneração com base na qualidade e não no volume de atendimentos realizados”, afirma Vitor.
A própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulação dos planos de saúde no Brasil, reconhece a necessidade de mudança do modelo de remuneração fee-for-service, adotado por 97% das operadoras no país.
Para o atendimento presencial, a Sami credenciou instituições como a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde será oferecido o atendimento primário para os membros do plano da Sami. O plano também conta com a Maternidade Santa Maria, do Grupo Santa Joana. A rede laboratorial utilizada será a do Labi, com mais de 15 unidades na Região Metropolitana da cidade.
Foco em prevenção e promoção da saúde
De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), as operadoras de saúde investem apenas 0,3% de suas receitas em programas de prevenção de doenças e promoção de saúde.
O estudo cita ainda uma estimativa dos Estados Unidos de que um investimento anual de US$ 10 por pessoa em programas de prevenção a problemas como sedentarismo, tabagismo e má alimentação podem gerar uma economia de US$ 16 bilhões em um período de cinco anos.
O foco na prevenção é outra aposta da Sami para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir custos. A startup oferece o primeiro plano comercial do país a ter parceria com o Gympass sem custo adicional, o que garante acesso a mais de 9 mil academias cadastradas, sessões mensais com personal trainer online e acesso a dezenas de aplicativos de bem-estar.
Outra parceria que promove a qualidade de vida é com a Vitalk, empresa que combina assistente virtual (chatbot) e psicólogas para oferecer cuidado diário com a saúde mental por meio de um aplicativo. Após o check-up feito pelo app da Sami, os membros que forem qualificados poderão receber atendimento psicológico no aplicativo na Vitalk.
O plano da Sami é focado em empresas com 2 a 29 colaboradores e que tenham um CNPJ ativo. O número de dependentes é ilimitado, desde que o vínculo empregatício e familiar seja comprovado. A contratação do plano é totalmente digital e deve ser feita pelo site www.samisaude.com.br.
Website: https://www.samisaude.com.br/