Após muitos rumores e histórias, o que já era esperado aconteceu em vias de fato: a Microsoft investiu alguns milhões de euros e comprou a Nokia, mais especificamente a divisão de portáteis e smartphones da empresa finlandesa.
Este negócio une agora a plataforma Windows Phone ao seu maior vendedor, dando possibilidade à empresa de Redmond de seguir com o modelo de negócios iniciado pelo seu tablet Surface, lançando agora smartphones em nome próprio.
O negócio totaliza 3790 milhões de euros para a compra da divisão de portáteis da Nokia e mais um valor de 1650 milhões pelo uso das patentes. Este total de 5440 milhões de euros fica, no entanto, muito aquém do que a empresa criada por Bill Gates pagou quando comprou da Skype, à 2 anos. As 32000 pessoas empregadas na Nokia devem fazer uma transição direta para a Microsoft.
Esta compra surge após rumores terem referido que a Microsoft tinha falhado a compra da empresa finlandesa em Junho. Steve Ballmer, CEO que já anunciou a sua retirada do posto para breve, referiu que esse negócio “é um passo arrojado para o futuro”. Dando o exemplo do Lumia 1020 como o potencial que a junção das duas empresas pode ter, Ballmer refere ainda que “esta é a altura certa para apostar e retirar lucro e ganhar mercado nos portáteis”.
Curiosamente, e ao contrário do que seria de esperar, a Microsoft apostou na Nokia sobretudo pela marca Asha, ao invés da marca Lumia. A marca Asha tem uma percentagem de mercado bastante elevada em mercados emergentes e a Microsoft quer aproveitar para criar uma marca que serve como rampa de lançamento do Windows Phone nestes mercados. Apesar disso, a marca Lumia também faz parte do negócio, pelo que podemos considerar que a Nokia efetivamente desapareceu do mercado dos smartphones. À semelhança do que aconteceu quando da compra da Motorola por parte da Google, a Microsoft promete manter a abertura do SO Windows Phone 8 a todos os fabricantes.
Em relação à Nokia, a empresa finlandesa mantêm agora como fonte de rendimento as tecnologias NSN (infraestruturas de rede), HERE (serviços de localizações e mapas) e Advanced Technologies ( ramo de desenvolvimento e licenciamento). O negócio garante à Microsoft o licenciamento da tecnologia HERE nos próximos quatro anos. Também como parte do negócio, Stephen Elop regressa à Microsoft para assumir o cargo de líder da seção de desenvolvimento de equipamentos móveis, respondendo diretamente a Ballmer. É também falado que Elop é candidato à posição de CEO quando a reforma de Ballmer se efetivar.