Uma imagem de 3.200 megapixels é a maior foto tirada no mundo. A imagem é tão grande que para vê-la em tamanho original seria preciso 378 televisões com definição 4K. Essa imagem, tirada pela Câmera da Investigação do Espaço-Tempo (LSST, na sigla em inglês), vai ajudar a desvendar uma das mais importantes questões da astronomia, que é a chamada “matéria escura”. Calcula-se que aproximadamente noventa por cento de todo o universo seja composto por essa matéria, que ainda é uma espécie de mistério para os cientistas.
A pesquisa astronômica é um importante motor para o progresso da ciência e, consequentemente, para o desenvolvimento de novas tecnologias. Embora as investigações astronômicas envolvam estudos que levarão décadas, a tecnologia desenvolvida logo ganhará novas aplicações, sendo incorporada à realidade comum.
Praticamente todas as pesquisas espaciais já realizadas tiveram grande aplicação na vida prática. Segundo estimativas da própria agência espacial norte-americana, cada dólar investido em tecnologias espaciais geram um retorno de US$ 14 para a economia daquele país.
A Câmera da Investigação do Espaço-Tempo fará imagens completas do céu do Hemisfério Sul, com intervalos de poucos dias, durante pelo menos uma década. Com campo de visão capaz de chegar a uma distância equivalente a até seis vezes o tamanho da Lua, possibilitará acompanhar minuciosamente os movimentos e transformações de dezenas de bilhões de galáxias e estrelas.
O equipamento, que levou seis meses para ser montado, no Laboratório Nacional de Aceleradores – SLAC, na Califórnia, nos EUA, será instalado no Observatório Vera C. Rubin, localizado no deserto do Atacama, no Chile. Mais precisamente no alto do monte Pachón, a mais de 2.600 metros de altitude. O local é estratégico por ter noites extremamente escuras e secas, em que o céu fica suficientemente límpido permitindo imagens mais definidas de objetos muito distantes no espaço.
A astrônoma americana que dá nome ao observatório em construção no Chile foi responsável pela comprovação da matéria escura no universo. Estudando a rotação de galáxia remotas, com o colega Kent Ford, ela observou que as estrelas mais externas da galáxia giravam com a mesma velocidade das centrais, indo contra as leis de Newton. Comprovando a existência da matéria escura que, apesar de invisível, por não emitir, refletir ou absorver radiação, influenciava o movimento das estrelas.
Considerando-se o investimento e as inúmeras inovações que a super-câmera potencializa, é possível ter certeza de que, nos próximos anos, indústrias como a do audiovisual, da educação à distância e da telemedicina sentirão os efeitos da ampliação da potência fotográfica.
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