Projeto está entre os 10 finalistas do programa global de cidadania corporativa da Samsung, que está em sua 9ª edição no Brasil
Um grupo de cinco alunos do Instituto Federal de Rondônia, no Campus Porto Velho – Calama, em Rondônia, está entre as 10 equipes finalistas do Solve For Tomorrow Brasil. O grupo está concorrendo à 9ª edição do prêmio com um protótipo de uma biopomada como alternativa no tratamento da leishmaniose. A iniciativa global da Samsung tem coordenação geral do Cenpec no Brasil e é conhecida por estimular alunos e professores do ensino público a utilizarem a abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) para criar soluções para demandas da comunidade onde vivem.
A ideia do grupo de Rondônia surgiu por meio dos projetos de iniciação científica da instituição. A partir do conhecimento técnico da professora de química e orientadora do grupo, Minelly Azevedo da Silva, que trabalha com produtos naturais com foco em descoberta de fármacos para doenças negligenciadas, os alunos observaram a possibilidade de desenvolver uma biopomada como alternativa para o tratamento da doença. Um dos alunos, inclusive, já tinha certa familiaridade com a doença quando seu pai foi infectado.
Muito comum na região Norte do país, a leishmaniose cutânea gera um problema biopsicossocial em que o usuário sofre consequências físicas e psíquicas, devido à doença exposta em sua pele. Além disso, em casos de pessoas menos favorecidas economicamente, ou que residem na área rural, geralmente não têm acesso a um cuidado adequado, principalmente por conta da distância até as cidades maiores, onde se encontram os núcleos de tratamento. Outra questão é que, para tratar a doença, são necessárias injeções contínuas em um período de 20 a 30 dias, exigindo que essas pessoas se mantenham próximas às unidades de saúde para continuar o tratamento.
“Por conta do número de casos, o grupo resolveu criar uma pomada que libera substâncias capazes de eliminar o parasita e curar a ferida causada pela doença. É uma alternativa também para evitar a locomoção por longas distâncias, até porque, a leishmaniose gera um certo afastamento social por conta da aparência que deixa na pele, gerando um impacto na autoestima e na saúde emocional do paciente”, explica Minelly. Sobre o protótipo, a professora conta que os alunos estão trabalhando com plantas e substâncias já usadas para tratar esse tipo de ferida. A equipe está com uma parceria com o Instituto Federal e com a Fiocruz de Rondônia para testar a eficácia de óleos e extratos contra o parasita. A partir disso, será avaliado o comportamento da substância quando misturada com outros produtos naturais e aplicada sob a pele.
Com expectativas elevadas sobre o processo de mentorias, a equipe acredita que os objetivos estão sendo alcançados com sucesso e o projeto caminha dentro do esperado. “As mentorias nos dão um forte apoio teórico e metodológico, e isso é muito positivo porque nos faz refletir e nos ajuda a complementar o projeto enquanto caminhamos para concluir o protótipo. Nosso mentor nos impulsiona a buscar melhorias para que a ideia inicial traga os resultados desejados e esse processo todo é importante porque ter a ideia é apenas o primeiro passo, mas fazer com que funcione com todo o seu potencial é bastante desafiador”, afirma a professora.
“A saúde da população é um tema essencial. Por isso, é muito importante para nós, da Samsung, observar que os alunos envolvidos no Solve For Tomorrow estão atentos a esse tipo de assunto”, afirma Anna Karina Pinto, diretora de Marketing Corporativo da Samsung Brasil. “O Solve For Tomorrow é um estímulo para que esses jovens alunos desenvolvam suas habilidades, mesclando o conhecimento adquirido em sala de aula com o pensamento científico e capacidade criativa. Iniciativas como esta são permeadas por meio da nossa visão global de Responsabilidade Social: ‘Together for Tomorrow! Enabling People’”, e estamos contentes com os avanços que temos observado a partir delas”.
“Esse projeto se destaca, entre outras coisas, por tornar realidade o potencial de diálogo e trocas da escola pública com seu entorno”, afirma Beatriz Cortese, Diretora Executiva do Cenpec. “Num primeiro momento, a equipe de docentes e estudantes olha para a comunidade e seu território, identificando ali uma necessidade e uma possibilidade de solução. Em seguida, estabelece trocas com institutos de ciência e pesquisa. Interações como essas são fundamentais para fazer a educação e a ciência brasileira caminharem de forma mais eficiente e significativa”.
Sobre a importância de participar do programa se destacando entre os projetos finalistas, Minelly explica que o maior prêmio é perceber a própria capacidade de, como professor, potencializar a formação dos alunos com iniciativas como esta. “Eles estão muito empolgados e ansiosos para apresentar os melhores resultados possíveis. E de certa forma, isso traduz para nós o compromisso da instituição para com o ensino público, técnico e tecnológico de qualidade. Nosso foco é o aluno e é essa responsabilidade com a formação deles que queremos propagar”, conclui.
Solve For Tomorrow
O Solve For Tomorrow está no Brasil desde 2014 e, na edição atual, tem uma programação diversa composta por webinars, workshops e mentorias para ajudar os participantes a alcançarem seus objetivos aplicando possíveis melhorias a seus projetos. No total, a iniciativa já envolveu mais de 168.559 estudantes, 36.420 professores e 6.049 escolas públicas. E em 2022, registrou um aumento de 65% no número de alunos inscritos, em comparação ao ano anterior.
A edição brasileira do Solve For Tomorrow conta com uma rede de parceiros, como a representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil), da Rede Latino-Americana pela Educação (Reduca) e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), além do apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a coordenação geral do Cenpec.
Para saber mais sobre o programa, acesse https://respostasparaoamanha.com.br/ ou acompanhe o Solve For Tomorrow nas redes sociais. A iniciativa está presente no Facebook, Instagram e YouTube.