Com objetivo de auxiliar pessoas com deficiência visual em ambiente escolar, o projeto da rede pública de ensino está entre os semifinalistas do programa de cidadania corporativa da Samsung
Estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional Prof. Francisco Aristóteles de Sousa, em Itaitinga, Ceará, estão concorrendo ao Solve For Tomorrow Brasil com um projeto voltado à educação inclusiva. Em sua 11ª edição1 no País, o programa global de cidadania corporativa da Samsung, com coordenação geral do Cenpec, é conhecido por estimular alunos e professores da rede pública de ensino a criarem soluções inovadoras por meio da abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a fim de atender a demandas reais da sociedade.
A equipe é formada por quatro alunas e um aluno do segundo ano do curso técnico de redes de computadores, que desenvolveram um protótipo com tecnologias de visão computacional para dar suporte a alunos com deficiência visual. O projeto denominado ‘E-Vision: Transformando a Educação com Tecnologia Inclusiva’, é um tipo de óculos com microfone e outros recursos de voz, capaz de auxiliar na leitura de materiais impressos e na descrição de ambientes em tempo real. O aparelho informa ao usuário o que está acontecendo de forma detalhada e ainda pode tirar fotos do ambiente e de elementos específicos, além de informar data, hora e a localização em território nacional.
Francisco Rodrigo Castro Pereira, que é professor de robótica e orientador da equipe, afirma que o projeto nasceu da necessidade de criar ferramentas e equipamentos de acessibilidade aos alunos com deficiência visual, oferecendo um suporte efetivo e prático para inseri-los nas atividades acadêmicas e na sociedade como um todo. “Tivemos um ex-aluno que teve dificuldades em relação aos materiais pedagógicos, devido à uma deficiência visual. Isso nos fez pensar em uma solução que possibilite a leitura de ambientes, para que esses alunos se envolvam nas atividades práticas em sala de aula sem depender de um colega para compartilhar o que está acontecendo. O E-Vision também lê materiais impressos, conteúdos escritos na lousa ou apresentado em projeções”, explica.
“O projeto dos alunos de Itaitinga é muito importante para a comunidade acadêmica e para a sociedade como um todo. Estamos falando de uma solução que pode contribuir para o avanço do ensino no Brasil, além de trazer qualidade de vida às pessoas com deficiência visual. O Solve For Tomorrow tem justamente como um dos seus objetivos incentivar o desenvolvimento de protótipos com esse tipo de impacto”, afirma Anna Karina Pinto, diretora de Marketing Corporativo da Samsung Brasil. “O Solve For Tomorrow é um programa que reflete a visão global de Responsabilidade Social da Samsung: ‘Together for Tomorrow! Enabling People’, visando o desenvolvimento de jovens estudantes, da comunidade acadêmica e de toda a sociedade por meio da ciência, da pesquisa e da tecnologia para o avanço da educação”, conclui a executiva.
“Ficamos muito felizes ao conhecer projetos como o da equipe de Itaitinga, que coloca em prática o olhar atento para o território e para as pessoas que nele convivem”, acrescenta Beatriz Cortese, Diretora Executiva do Cenpec. “Nesse tipo de prática, valores como bem-estar, justiça, diversidade e equidade direcionam a aplicação do conhecimento em ciência e tecnologia, gerando soluções que de fato podem melhorar a vida das pessoas. Propostas como essa merecem muito reconhecimento e visibilidade”.
Desenvolvido a partir da linguagem de programação Phyton, o protótipo está atualmente em fase de experimentação. Para isso, a equipe tem realizado testes com pessoas voluntárias que tem alguma deficiência visual, a fim de receber feedbacks e aplicar possíveis melhorias. Nesta etapa semifinal da premiação, os alunos ainda vão participar de mentorias junto à equipe do Solve For Tomorrow para receber mais avaliações sobre o projeto a fim de desenvolvê-lo da melhor maneira. A ideia dos alunos é que a solução seja validada e disponibilizada nas demais escolas da região, levando educação inclusiva para estudantes de todo o Ceará.
“O Solve For Tomorrow tem nos motivado a continuar trabalhando nesse projeto, pois é um programa que acredita na ciência pública, nos ideais e no trabalho dos professores. Nessa idade ainda é difícil trabalhar essa parte da ciência com os alunos, mas o programa os tem impulsionado por esse caminho. Estar entre os semifinalistas nos dá uma validação importante, que não encontramos em qualquer lugar, e nos coloca em evidência nacional, uma dimensão maior do que imaginávamos. Essa é a prova que o trabalho tem resultado”, conclui o professor.
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