O stress térmico deve provocar a perda de 2% do total de horas trabalhadas em todo o mundo em 2030. A estimativa é da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e está registrada na página 3 do estudo “Trabalhar num planeta mais quente – o impacto do stress térmico na produtividade do trabalho e no trabalho digno”. Os dados mostram, ainda, que esse índice deve acontecer anualmente, quer devido às altas temperaturas para trabalhar ou à redução do ritmo de trabalho.
Embora ocorram ações que visem à limitação do aquecimento global até o fim do século para 1,5ºC, conforme propõe o Acordo de Paris, os níveis de calor em excesso ainda são agravantes para desigualdades. A pesquisa mostra, na mesma página, que as perdas financeiras acumuladas por causa do stress devem atingir 2,4 milhões de dólares até o fim desta década.
Em meio a isso, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou oficialmente, na página 5 do relatório “Provisional State of the Global Climate 2023” – “Estado Provisório do Clima Global 2023”, português – que 2023 foi ano mais quente já registrado. Segundo os registros, a temperatura média anual global se aproximou de 1,5ºC. A OMM adianta que o ano de 2024 pode ser ainda mais quente e trazer impactos socioeconômicos.
Em um recorte, a América Latina e Caribe é tida como altamente vulnerável a riscos climáticos, uma vez que cerca de três quartos da população vivem em assentamentos urbanos informais e 8% das pessoas estão subnutridos, conforme destaca a OMM no relatório “Situação do Clima na América Latina e no Caribe 2022”. O estudo ressalta, ainda, na página 21, que a região tem grande participação no consumo final de energias renováveis.
Para o fundador e principal executivo do Latin American Quality Institute (LAQI), Daniel Maximilian Da Costa, as soluções existem, mas as implementações pedem uma colaboração mundial, de todos os setores, especialmente o empresarial. “Ao citarmos a questão de stress térmico, uma das medidas é a adaptação dos equipamentos, melhorias tecnológicas e uso responsável de recursos. Ainda neste âmbito, com base na publicação ‘Quality Magazine’, na página 32, da eletricidade mundial, 90% poderão provir de energias renováveis até 2050. Para tanto, as empresas precisam estar preparadas para transições e não deixar que tal realidade passe despercebida”, enfatiza.