Mesmo com a instabilidade econômica, empresas registram aumento em número de clientes, receita e faturamento ao ofertarem tecnologia ao mercado nacional
Diante de tantos desafios econômicos devido à pandemia que impactou indústrias e setores do mundo todo, algumas empresas conseguiram, por meio do uso de tecnologia, registrar crescimento no período ao oferecer soluções e inovações para a continuidade dos negócios de seus clientes. Foi o caso da Car10, Mobees, Quero Quitar, Cargon e do fundo de investimento para o empreendedorismo feminino na tecnologia, WE Ventures.
Com tudo pronto para o lançamento, a pandemia de COVID-19 obrigou a Mobees a adiar em cerca de 90 dias o início de sua operação nas ruas. A adtech de Mídia Out of Home (OOH) atua na veiculação de anúncios digitais em telas inteligentes sobre carros de motoristas de aplicativos no Rio de Janeiro.
Para garantirem até R$ 1 mil reais mensais, os parceiros da Mobees rodam a cidade equipados com seus painéis de LED movidos à computação em nuvem, análise de dados e Inteligência Artificial (IA) da Microsoft. Essas tecnologias coletam dados de mobilidade urbana e identificam os melhores locais e horários para cada anúncio ser mostrado de acordo com o público-alvo das empresas anunciantes.
Segundo Fabio Barcellos, CEO e cofundador da Mobees, a pandemia fez com que a startup buscasse outras formas de apoiar os motoristas por meio da doação de máscaras, álcool em gel, escudos de proteção entre motorista e passageiro, além de dois meses de desinfecção gratuita nos carros. “No começo foi difícil, pois perdemos anunciantes. De oito que fariam parte do lançamento em março, apenas dois continuaram em julho. Mas revertemos rapidamente a situação e hoje estamos com mais de 15 clientes, uma frota de 100 parceiros, prontos para dobrar, e uma fila de espera de 25.000 motoristas cadastrados. Além da satisfação por termos lançado a empresa em um momento tão desafiador e de alcançarmos um crescimento de 100% neste trimestre em relação ao trimestre anterior, também ficamos muito felizes em distribuir mais de R$ 350 mil em renda extra para os trabalhadores de aplicativos que tiveram seu rendimento tão afetado durante o período”, diz Barcellos.
Para a Cargon, startup de logística que nasceu ainda no início da pandemia, os desafios também foram intensos, uma vez que o mercado no qual atuam, de fretes de distância, registrou queda. No entanto, de acordo com Denny Mews, CEO da companhia, as empresas do setor que antes eram mais propensas a ter uma atuação tradicional, começaram a enxergar a digitalização dos processos como um facilitador. “Para isso, foi necessário agilidade e experimentação de como fazer a aproximação, abordagem e comunicação com os clientes, de forma que eles conseguissem identificar a potencialidade da tecnologia para o negócio deles”, comenta.
A empresa que utiliza Inteligência Artificial da Microsoft para identificar e verificar motoristas a fim de assegurar um transporte seguro e reduzir a possibilidade de roubo de cargas vem registrando crescimento de faturamento de 50% ao mês.
Outra startup que atua no mercado automotivo é a Car10, que inova e transforma a experiência entre clientes e oficinas. A empresa sentiu o impacto da pandemia logo no início de março, com a redução na demanda por serviços automotivos, congelamento de projetos e parcerias estratégicas bem como a migração para o home office e paralização de novas contratações. No entanto, de acordo com Fabio Gimenez, CEO da empresa, o impacto da pandemia foi de curto prazo pois, já a partir de junho, a empresa voltou a crescer retomando à sua atuação de prospecção de novos clientes e foco em novos projetos. Com isso, a companhia fechará o ano com resultados financeiros bem fortes projetando um crescimento de + de 200% nos seus volumes de processamento financeiro e faturamento em relação a 2019. Isso mostra que o mercado, por conta de uma necessidade em se digitalizar e ser mais assertivo, buscou a tecnologia como base e continua de melhoria e crescimento”, diz Gimenez.
Ainda, em um ano no qual as empresas de call center tiveram que repensar o seu modelo de atuação por conta do isolamento social, a Quero Quitar conseguiu demonstrar a potencialidade de seu marketplace, no qual pessoas físicas e jurídicas podem checar e negociar dívidas de forma automatizada, rápida e prática de acordo com as opções inseridas pelos credores, integrando Azure, bem como soluções de machine learning (aprendizado de máquina) e análise de dados da Microsoft à plataforma.
A empresa criada em 2015 chegou ao mercado com uma solução já disruptiva com relação ao modus operandi do setor, mas neste ano por uma demanda latente das empresas de cobrança, conseguiu conquistar 17 novos clientes e crescer 400% em receita com relação ao ano passado. “Nossa base conta com mais de 55 milhões de CPFs e CNPJs e a nossa intenção para o próximo ano é de poder facilitar a quitação das dívidas dessa população, bem como de incentivar a educação financeira no país por meio dos nossos projetos”, diz Marc Lahoud, diretor executivo da Quero Quitar.
Por fim, do outro lado da bancada dos negócios, a WE Ventures, fundo de investimento para fomentar o empreendedorismo feminino no mercado de tecnologia fundado em novembro de 2019, conseguiu encontrar apoio de novas grandes companhias a fim de incentivar a liderança das mulheres nas startups brasileiras. Idealizado pela Microsoft Participações e M8 Partners em associação com Bertha Capital, o fundo que tem como objetivo captar R$ 100 milhões em cinco anos, anunciou em março as primeiras companhias a receberem um investimento entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, bem como as empresas Flex e Grupo Sabin como apoiadores.
Em novembro, a iniciativa revelou, ainda, a parceria com a Multilaser que investirá R$ 10 milhões no WE Ventures (fundo para startups em estágios mais avançados) e no WE Impact (que visa a dar consultoria e investir em empreendimentos em estágios iniciais). Além disso, nos próximos meses serão anunciados investidores parceiros da iniciativa nos setores da saúde, educação, seguros, jurídico e sustentabilidade.
De acordo com Marcella Ceva, head da WE Ventures, as empresas mantiveram o interesse em apoiar a iniciativa e investir em novas empresas por compreenderem a relevância da diversidade, da inclusão e da responsabilidade social das companhias no desenvolvimento da sociedade. “Dados do Banco Mundial mostram que a inclusão das mulheres e da diversidade na economia geraria um aumento do PIB mundial entre US$ 2 trilhões e US$ 6 trilhões. Isso mostra como todos temos a ganhar. Mesmo neste ano tão desafiador, as empresas conseguiram enxergar a importância deste investimento e estamos orgulhosos em finalizar 2020 com a certeza de auxiliar ainda mais mulheres empreendedoras a continuarem a crescer”, finaliza Ceva.
Sobre a Microsoft
A Microsoft habilita a transformação digital na era da nuvem inteligente e da fronteira inteligente. Sua missão é empoderar cada pessoa e cada organização no planeta a conquistar mais. A empresa está no Brasil há 31 anos e é uma das 120 subsidiárias da Microsoft Corporation, fundada em 1975. Em 2019, a empresa investiu mais de R$ 48 milhões levando tecnologia gratuitamente para 2.038 ONGs no Brasil, beneficiando vários projetos sociais. Desde 2011, a Microsoft já apoiou mais de 7.100 startups no Brasil por meio de doações de mais de US$ 200 milhões em créditos de nuvem.