No dia 14 de dezembro de 2021, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, apontou que, mesmo com questionamentos sobre o arcabouço fiscal de curto prazo no território nacional, os agentes mercadológicos mostram que o principal desafio do Brasil está na sua capacidade de crescimento em longo prazo.
O presidente do BC ainda abordou sobre a preocupação da autoridade monetária em relação ao avanço inflacionário brasileiro, pontuando a respeito dos preços crescendo, com “elementos de disseminação bastante ampliados”. O discurso foi feito em evento realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Na ocasião, o presidente do BC ainda ressaltou que é importante o BC atuar e ancorar as expectativas. “O imposto mais maligno que temos é a inflação, é muito importante agir de forma rápida, consistente, de forma transparente para que a gente consiga abortar esse processo de desancoragem”, diz. Ele ainda acrescenta que os agentes de mercado apontam que o avanço estrutural brasileiro está abaixo da previsão anterior.
“Parte desse prêmio na parte longa da curva está em parte associado a ruídos [fiscais], mas existe questionamento sobre a capacidade de o país crescer”, comenta. Campos Neto ainda diz que o Brasil precisa de investimentos para a economia avançar, em uma realidade em que a situação fiscal “está exaurida”.
Pandemia da Covid-19
Sobre os desafios enfrentados nas projeções da inflação no momento de pandemia da Covid-19, Campos Neto afirma que os banqueiros centrais estavam se organizando para uma depressão que não ocorreu, sendo percebida uma recessão. Ainda foi dito sobre a existência de um “surto inflacionário” global, uma cisão nas cadeias de comércio, principalmente por uma procura maior de bens.
No Brasil, foi destacado que as estratégias de combate à pandemia da Covid-19 foram positivas, favorecendo um retorno mais veloz da atividade, mas que ainda assim pode-se ver países emergentes mais rápidos economicamente ante o Brasil. O presidente do BC ainda revela que as partes mais voláteis da inflação iniciaram um processo de arrefecimento, mas ressalta que ainda é necessário perceber como o movimento vai ocorrer futuramente. No decorrer da ata da reunião, o tom permaneceu rígido quando o assunto é a inflação, refletindo que o BC pode estar com a taxa básica de juros mais elevada por um tempo maior, para que assim seja possível combinar o índice e o que se espera da inflação. De acordo com o documento, o BC investigou possibilidades de ajustes mais fortes na Selic do que a alta de 1,5 ponto percentual feita na semana que antecedeu o encontro, assim como cenários que mostram uma taxa de juros alta por mais tempo.
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