Segundo levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo, o interesse pelo veganismo está em crescimento no Brasil desde 2014. O veganismo é um movimento e estilo de vida que tem como base eliminar o consumo de produtos de origem animal, incluindo alimentos, cosméticos e vestuário. As informações foram coletadas na plataforma Google Trends, que indica que as buscas pelas palavras “vegano” e “vegetariano” começaram a crescer em 2014 e não pararam de aumentar desde então.
Os dados indicam ainda que o interesse cresceu ainda mais no período de auge da pandemia de Covid-19. O interesse pelo veganismo tem crescido mundialmente também, sendo que as buscas pelo termo em inglês “vegan” começaram a crescer um ano antes, em 2013.
O primeiro recorde de buscas desde o início da série histórica do Google Trends foi em março de 2019. De maio a agosto de 2020 a busca pelo termo “vegano” quebrou novo recorde, alcançando então o maior volume de pesquisas desde 2004.
Marco Vezzani, CEO da Zini Alimentos, aponta que esse crescimento do interesse “reflete uma mudança significativa nos hábitos de consumo” dos brasileiros. “O mercado tem se adaptado a este fenômeno com um aumento na variedade e disponibilidade de produtos veganos. A inovação em produtos e a melhoria na cadeia de suprimentos têm sido essenciais para atender às expectativas dos consumidores, tanto em termos de qualidade quanto de acessibilidade”, diz o empreendedor.
Inclusive, o maior crescimento do interesse pelo veganismo durante a pandemia pode estar relacionado a maior mudança de hábitos, sugere a reportagem. O texto cita o relatório da consultoria Mintel, de 2020, que apontou que 25% dos jovens britânicos da geração Millenial diziam se sentir mais atraídos pela dieta vegana por conta da Covid-19.
Vezzani explica que isso está relacionado com as preocupações globais com saúde e sustentabilidade, tornadas mais populares durante o período da pandemia. “Mas, acredito firmemente que o veganismo é mais do que uma tendência passageira, é uma mudança de paradigmas que deve continuar a crescer nos próximos anos”, aponta ele.
Um estudo recente da USP (Universidade de São Paulo), divulgado pelo UOL em agosto, mostrou que pessoas que seguem a dieta vegana têm baixa prevalência de comportamentos alimentares disfuncionais. Dos 971 indivíduos participantes da pesquisa, apenas 0,6% apresentaram sintomas de transtornos alimentares. A pesquisa foi feita em resposta a uma ligação feita frequentemente entre o veganismo e distúrbios alimentares associados a dietas restritivas.
Vezzani aponta que a divulgação de pesquisas como essa fazem parte, também, das ações do mercado em relação ao aumento do interesse pelo veganismo. “A educação e a conscientização do consumidor também são fundamentais. Devemos nos esforçar para informar os consumidores sobre os benefícios dessa dieta, tanto para a saúde pessoal quanto para o meio ambiente”, diz Vezzani.
Segundo dados da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), 55% dos brasileiros consumiriam mais produtos veganos se essa classificação viesse indicada na embalagem. “A informação clara é muito importante para o consumidor, e a expansão de parcerias estratégicas aliada à exploração de novos canais de distribuição, incluindo o e-commerce, pode ajudar a tornar os produtos veganos mais acessíveis a um público mais amplo”, finaliza Vezzani.
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