Fala-se muito sobre as experiências de compras através das novas tecnologias de automação comercial que estão revolucionando o varejo em todo o mundo. A pandemia acelerou o e-commerce, que acelerou a transformação da loja física em um ponto de contato do consumidor com a marca, um local de experiências incríveis, inesquecíveis.
As tecnologias mais avançadas como catracas automatizadas que liberam o acesso remotamente, etiquetas eletrônicas que destacam as promoções nas gôndolas e o self check-out são algumas das soluções que estão presentes nas principais redes de lojas do Brasil e do mundo e estão na fronteira de uma nova onda de tecnologia que está aportando no varejo.
O uso maciço de dados (o que o cliente compra, quando compra e de que forma compra), a fusão de lojas físicas e virtuais, aplicativos de fidelidade, serviços dentro da loja, personalização de produtos no limite, vitrines virtuais que mostram o cliente provando roupas diferentes, cores diferentes, são algumas dessas novidades. Robôs que prestam atendimento e tiram dúvidas, visão computacional capaz de identificar o humor do consumidor e mostrar os melhores produtos ou até mesmo saber o produto escolhido antes mesmo de passar pelo caixa, que deixará de existir. O processo de pagamento fará parte da experiência de compra e a loja física terá um espaço fundamental no varejo do futuro.
O sucesso dessas tecnologias, bem como o seu impacto no comportamento dos usuários, já é irreversível. Entretanto, nem sempre foi assim. “No início da automação comercial no Brasil, no final dos anos 80 e início dos anos 90, ainda havia uma grande resistência dos empresários em acreditarem nas vantagens e benefícios que a automação poderia trazer aos seus negócios”, quem afirma isso é Wilson Antunes, executivo, engenheiro e testemunha ocular da história da automação comercial no Brasil.
Antunes atua no mercado “desde a época que uma caixa registradora custava o preço de um fusca” e relata as transformações vividas pelo mercado: “Observamos que as empresas estão cada vez mais abertas e atentas às novas tecnologias, procurando novas soluções de atendimento, gestão de processos e controle, tanto internamente quanto externamente”.
O executivo explica que a transformação digital está centrada no mercado e em seus atores, que se transformam em conjunto e em um ritmo acelerado. “A transformação que ocorre no ambiente de varejo está desafiando muitas das normas do mercado, criando oportunidades para todos os participantes e tornando a transformação um imperativo para os negócios”.
Com passagem pelas principais empresas do setor, como Bematech, Elgin, CIS e Gertec, Antunes atuou para a criação de soluções inovadoras para problemas enfrentados pelos clientes dentro de um mercado tão dinâmico e competitivo quanto a automação. “Comecei trabalhando na Yanco, 25 anos atrás, época em que lançamos a Y6000, totalmente desenvolvida no Brasil e que até hoje está funcionando. Fizemos a primeira caixa registradora do mundo que se conectava à internet e fazia transações seguras de cartão de crédito, isso quando a internet ainda engatinhava. A Yanco acabou virando líder em caixas registradoras e foi vendida para Bematech, onde eu fui trabalhar em 2003”.
Na Bematech, além do lançamento de novos produtos, Antunes destaca “o revolucionário canal de relacionamento com software houses. Além do foco da propaganda para o usuário final, que fazia da Bematech a única marca a ser lembrada pelo dono do açougue e do mercadinho. Era o varejista que escolhia a Bematech, não o canal”.
“Depois aceitei o desafio de montar o departamento de automação comercial na brasileira Elgin. Foram mais de 10 anos desenvolvendo produtos inovadores: impressoras, caixas registradoras, leitores de código de barras, balanças, quiosques. Quase um novo produto por mês em uma década de trabalho. Uma época extremamente produtiva, com o mercado em franca expansão. Nesse período trouxe a primeira fábrica da Datalogic pro Brasil, dentro da Elgin, além de desenvolver produtos de automação comercial e bancária”.
Wilson Antunes destaca a inovação tecnológica como essencial para obter oportunidades e negócios: “Atualmente, há um grande investimento em novas tecnologias. Esse investimento é resultado de um mercado competitivo e globalizado, que exige qualidade, eficiência, melhores soluções, serviços e processos. Um gigantesco ecossistema de startups voltadas para a experiência do cliente e novas formas de pagamento foi criado e se expande graças aos pilares que criamos nas últimas décadas.”
Para Antunes, o mercado brasileiro possui características particulares, com uma extensão de mais de 8,5 milhões de Km2, o que equivale a cerca de 80% de toda a Europa. “Essas características geram necessidades às vezes muito diferentes das de outros mercados, necessidades que podem ser entendidas e atendidas apenas com uma presença próxima e generalizada”. E destaca os diferenciais estratégicos de atuação no mercado brasileiro: “O profissional brasileiro tende a ouvir de maneira profunda todas as necessidades de seus clientes e a trabalhar da melhor maneira possível para desenvolver novas soluções com foco no nosso mercado. Não funciona trazer soluções prontas de outros países e simplesmente adotar no Brasil. Para ter sucesso no nosso país é preciso adaptar e inovar”.
O segredo para o sucesso, segundo o executivo, “é apoiar o cliente com as inovações que ele exige, geralmente desenvolvidas com pensamento lateral que vai além da solicitação original”. Para ele, os varejistas devem ficar à frente das mudanças que impulsionam o mercado: “Inovação significa tornar a tecnologia fácil de usar, facilmente acessível a todos e que facilita a vida cotidiana”.
Wilson Antunes dedica-se intensamente à capacitação e melhoria contínua do segmento de automação brasileiro e atualmente é reconhecido por seu empenho no desenvolvimento do mercado de automação, tendo recebido prêmios como engenheiro do ano pelo RED DOT e de design de produtos pela IF Design.
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