A geração Y engloba os nascidos entre 1980 e 2000. É composta por uma juventude multitarefa e arrojada, que respira tecnologia em tudo o que vê e faz. São velozes e querem tudo muito mais rápido. Além disto, são impulsivos, impacientes, ansiosos e intensos.
Na opinião deste autor, o mundo já foi modificado de forma marcante por essa juventude. Com sua demanda por conveniência e tempestividade, a geração Y provocou o desenvolvimento da computação em nuvem. Novas demandas em computação em nuvem e em virtualização surgiram por conta dessa geração, pois a internet precisou aprender a se comunicar com esse público, que quer tudo para ontem.
Em particular, a nuvem se desenvolve devido à elasticidade ágil, uma característica fundamental do novo modelo tecnológico de computação. Ela consiste no conjunto de capacidades que podem ser rápida e elasticamente provisionadas pela nuvem, em alguns casos automaticamente. Essa característica permite aumentar ou diminuir a utilização de recursos virtuais, de forma que pareçam ilimitados e possam ser adquiridos em qualquer quantidade, a qualquer hora, para se ajustarem às oscilações de demanda.
Isto reduz a ineficiência do modelo de computação tradicional, em que normalmente se projeta uma capacidade acima do uso normal, para garantir um desempenho aceitável em picos de demanda, pois depende de uma infraestrutura física, pré-existente – como a do centro de dados de uma empresa. Por isto, este modelo é limitado a uma escalabilidade que pode ser lenta e complexa de se obter, à medida que se aproxima dos limites de sua capacidade e disponibilidade de acesso.
Portanto, o modelo tecnológico da computação tradicional pode tornar-se incapaz de atender aos anseios da qualidade percebida pela geração Net. Em oposição, a elasticidade ágil da nuvem provê recursos virtuais, sob demanda e com gerenciamento mínimo. Esta característica é essencial para o crescimento da nuvem, pois permite às corporações satisfazerem às exigências desta nova geração, de modo adequado em custo benefício.
Mas a nuvem trás um nível adicional de riscos, diretamente associados à terceirização de serviços essenciais (serviços em nuvem). Isto exige atenção especial na observância aos princípios da segurança da informação: disponibilidade, integridade, confidencialidade e autenticidade, bem como na privacidade, no suporte e na conformidade. Entretanto, a computação em nuvem traz benefícios relacionados ao fato de que, nela, não é necessário desenvolver controles internos de segurança nem capacitar pessoas. Neste novo modelo de prestação de serviços, é fundamental o estabelecimento de uma relação de confiança entre o cliente e o provedor. A transparência da forma como o provedor implementa, desenvolve e gerencia a segurança é fator decisivo para se atingir este objetivo. Outro importante desafio imposto à computação em nuvem é possibilitar o atendimento dos anseios da Geração Y.
Há, assim, o grande desafio de se oferecer uma nuvem que concilie segurança com mobilidade, interação e rapidez, para esse público que se insere cada vez mais no mercado. Ressalta-se que, no Brasil, 99,9% (46,7 milhões) dos internautas estão conectados em alguma rede social, segundo o comScore. O país possui o maior número de usuários de Orkut do mundo, além da 2ª maior audiência do YouTube, e a 3ª maior audiência do Twitter. Além disto, 36% dos internautas no Brasil fazem diariamente upload de fotos e vídeos, e 2,6 milhões atualizam blogs.
Como solução para permitir o acesso a redes sociais e demais canais de relacionamento da internet, com uma segurança ágil e ao mesmo tempo eficaz e alinhada aos anseios desta juventude, a biometria, os padrões comportamentais e a holografia podem apontar algumas saídas. Além disto, podem promover uma segurança não intrusiva, mais natural e menos invasiva. O desafio maior é conciliar esta almejada segurança com as exigências de mobilidade e rapidez de resposta no acesso ao ambiente de computação em nuvem. Um problema fundamental é a identidade na rede, considerando a multiplicidade de canais existentes. Tais desafios precisam ser vencidos em tempo real, para se atender à demanda de inclusão digital e de comunicação dessa dinâmica geração. A conclusão a que se chega é a de que há evidências apontando a geração Y como responsável pelo crescimento da nuvem, ou seja, de que “a Geração Y provocou a computação na nuvem”.
Paulo Sergio Pagliusi é gerente de Portfólio & Produtos da Arcon e Diretor de Comunicação da Information Systems Audit and Control Association