Gratuito, programa já beneficiou cerca de 500 mil jovens em todo o Estado de São Paulo
Contribuir com o desenvolvimento humano, estimular a criatividade e o trabalho em equipe de jovens por meio da música. Esses são alguns resultados que o Projeto Guri comemora 18 anos de existência. Maior programa sociocultural brasileiro, a ação é mantida pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo e oferece, com excelência, cursos de educação musical nas modalidades de coral, instrumentos de cordas dedilhadas e friccionadas, sopro, teclados e percussão para crianças e adolescentes com idade entre 6 e 18 anos incompletos.
O projeto é administrado por duas organizações sociais que fazem a gestão compartilhada com a Secretaria da Cultura: Santa Marcelina Cultural, responsável pela administração do programa na capital paulista, e a Amigos do Guri, que responde pelo interior, litoral e pela Fundação Casa (370 polos distribuídos em 316 municípios). Ao todo, mais de 49 mil crianças e adolescentes aprendem música de graça no Estado de São Paulo.
“O objetivo do projeto é unir educação e lazer por meio da música em uma missão sociocultural que desenvolva comportamentos positivos nos participantes”, afirma Alessandra Costa, diretora executiva da Amigos do Guri.
<http://www.youtube.com/watch?v=Os493xUJcRU> Para comemorar 18 anos de sucesso, recentemente o Guri lançou um videoclipe da música “O Trenzinho do Caipira”, de Heitor Villa-Lobos, gravado com os Grupos de Referência do projeto, criados em 2010 para estimular e intensificar a formação e a qualificação musical. O grupo é constituído pelos alunos que se destacam dentro do Projeto.
“A canção faz parte da peça Bachianas Brasileiras II, uma série de nove composições de Villa-Lobos. Nessa obra, ele mescla a cultura do folclore brasileiro e da música caipira com a música erudita. A letra apresenta imagens que têm muito a ver com o Projeto Guri, um menino viaja em um trem, e naquele percurso também faz uma viagem subjetiva, poética, de crescimento, desbravando novos territórios, tudo aquilo que a prática musical pode proporcionar. Por isso, ela foi escolhida para representar o projeto e os talentos que fazem parte dele”, explica Alessandra Costa. Assista ao vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=Os493xUJcRU
Trajetória de sucesso
O primeiro polo do Projeto Guri – o Amácio Mazzaropi, em São Paulo – foi criado em 1995 com 180 vagas. No ano seguinte, foi implantado o espaço educacional na Fundação Casa, na Unidade do Complexo do Tatuapé. Em 1997, ano de fundação da Amigos do Guri, surgiu o primeiro polo do interior, em Indaiatuba. Dois anos depois, o projeto gravou seu primeiro CD, intitulado Guri, com o pianista Arthur Moreira Lima, no Theatro São Pedro, em São Paulo.
A partir de 2004, os polos do interior e do litoral do Estado passaram a ser administrados pela Amigos do Guri, desde 2012 afiliada à Jeunesses Musicales International, associação sediada na Bélgica que reúne diversas organizações musicais em cerca de 70 países. Já os polos da capital contam com a gestão da Santa Marcelina Cultural, desde 2008.
Além de já terem se apresentado com grandes nomes da música brasileira – como Milton Nascimento, Arnaldo Antunes, Toquinho, Criolo, Yamandú Costa, Jair Rodrigues, Rappin Hood, Naná Vasconcelos, entre outros – o projeto já realizou performances com nomes internacionais como Roger Waters (2007) e Neil Young (2011), durante o festival SWU. Os alunos também já participaram de concertos fora do país – em Buenos Aires (2011) e em Detroit (2012) –, e em eventos com dimensão internacional, como a apresentação feita para o Papa Bento XVI, no Campo de Marte, em São Paulo (2007) e na Rio+20 (2012).
Entre os materiais produzidos para documentar esse conhecimento dos alunos estão os CDs Guri (1999); o Herdeiros do Futuro (2000), reconhecido como o Melhor Projeto de Fomento à Cultura pelo Prêmio Multicultural Estadão e o Projeto Guri convida (2009), finalista do Prêmio da Música Brasileira na categoria Álbum Infantil. Há também o DVD Calungá – O Mar que separa é o mar que une (2012), o livro Guri 15 anos (2010), os Livros Didáticos para alunos e professores, e o software interativo Mixer Guri www.mixerguri.org.br (2011), lançado com o envolvimento de Naná Vasconcelos e Arnaldo Antunes, no qual interessados podem criar e adquirir suas composições, além de compartilha-las. Os valores arrecadados são doados ao Projeto.
Depoimentos de artistas que já tocaram os Guris nesta trajetória
“Eu desenvolvo trabalhos com crianças há muito tempo, por isso posso afirmar: os alunos do Projeto Guri têm uma qualidade musical ímpar. Completar 18 anos pra mim significa também assumir mais responsabilidades, sair pro mundo. Espero que o Guri continue desenvolvendo a educação e a cidadania, e se espalhe cada vez mais. O Brasil necessita de projetos como esse.” Naná Vasconcelos, percussionista
“Ao completar 18 anos eu queria muito tirar a carteira de motorista. E consegui na primeira tentativa, enquanto os meus amigos só conseguiram depois. Nesta idade também entrei na faculdade de comunicação… Espero que o Projeto se desdobre ainda mais e que cada envolvido seja um agente do bem através da música. Fiquei realmente feliz quando compus uma canção exclusiva para os guris e depois pude vê-los tocar e cantar com alegria e empenho máximos!” Fernanda Takai, cantora
“18 anos é a idade almejada por todos jovens, pois possibilita a realização de sonhos e vontades. Ao mesmo tempo, a liberdade nos exige responsabilidade. Este equilíbrio é o grande desafio desta nova fase. Desejo sucesso ao Projeto Guri e que o investimento na capacitação e Grupos de Referência tenha sua continuidade assegurada, onde professores e alunos sejam o espelho do conceito da democratização com qualidade das artes em nosso Estado.” Carlos Eduardo Moreno, maestro
Projeto Guri
www.projetoguri.org.br