Segundo informações divulgadas no dia 3 de agosto deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial do Brasil apresentou variação nula (0%) na passagem do mês de maio para junho. Com isso, o setor cresceu 12,9% no primeiro semestre de 2021.
“Esse avanço [semestral] acontece diante de uma base de comparação muito depreciada. No acumulado de janeiro a junho de 2020, há a perda de 10,9%.”, aponta o gerente responsável pela pesquisa.
“Em maio, houve uma volta ao campo positivo após três meses de queda e a indústria igualava o patamar de antes da pandemia, mas esse resultado não revertia as perdas anteriores. Com essa variação nula em junho, o setor permanece no patamar pré-crise”, complementa o gerente.
Porcentagens por segmentos
O crescimento da produção industrial nos seis primeiros meses do ano foi puxado por quatro categorias econômicas em 21 das 26 atividades analisadas. Entre elas, o maior respaldo veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, crescendo 56,9% durante o período. Outros reflexos positivos vieram também das máquinas e equipamentos (41,5%), metalurgia (26,3%) e produtos minerais não-metálicos (31,3%).
O reflexo positivo central no índice de junho em relação a maio, por sua vez, foi de produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com 4,1%. No mês que antecedeu, a produção industrial desse segmento já tinha avançado 2,7%. “São duas expansões em seguida sobre o mês de abril, quando a atividade teve uma queda de 9,9%. É uma melhora de ritmo muito calcada nos derivados do petróleo, como óleo diesel, mas não repõe a perda recente que essa atividade teve”, aponta o pesquisador.
Segundo ele, o segmento possui relação com os reflexos da pandemia de Covid-19 e o avanço da vacinação, o que pode ser benéfico para o setor. “Essa melhora recente também pode estar diretamente associada a um grau maior de flexibilização das medidas de isolamento, com maior número de pessoas vacinadas. Então, há uma tendência ao aumento de mobilidade e isso pode se traduzir em efeitos positivos dentro dessa atividade”, pontuou.
Impactos negativos
O reflexo negativo que protagonizou o mês foi em relação aos veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,8%). “Essa atividade foi muito atingida pelos efeitos da pandemia, na medida em que várias montadoras estão fazendo paralisações de seus parques produtivos. Isso explica não só o resultado negativo de junho, mas o movimento de perda mais importante que essa atividade vem mostrando nesse início de 2021”, afirma o gerente. Apesar de ter tido bons resultados em abril (1,6%) e em maio (0,3%), o setor voltou a apresentar quedas.
O setor de celulose, papel e produtos de papel também apresentou uma baixa de 5,3% no mês de junho, sendo a terceira redução seguida na área. No período, a perda acumulada é de 8,4%. Já o segmento alimentício apresentou uma redução de 1,3% na passagem do mês de maio para junho. Ressalta-se, ainda, que já estão disponíveis produtos no mercado que influenciam positivamente na produção industrial, como uma injetora de plástico.
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