Menos de 1% de toda água disponível no planeta terra encontra-se em condição apropriada para o consumo humano. A poluição dos corpos d’água e a consequência da mudança climática ao longo dos anos impulsionam o aprimoramento de tecnologias contra a escassez de água potável e o desperdício de recursos naturais. Neste cenário, a osmose reversa vem crescendo como uma alternativa mais barata e sustentável na relação com a água.
A Organização das Nações Unidas, ONU, estima que até 2050, cerca de 5,7 bilhões de pessoas viverão em áreas com escassez de água. Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, aproximadamente 2,2 bilhões de pessoas no mundo não possuem acesso à água potável gerenciada de forma segura. No Brasil, 35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, SNIS.
A osmose reversa, ou inversa, atende regiões como o norte do Brasil, e localidades em diferentes continentes com usinas de dessalinização. O processo consiste na separação entre solutos e solventes por meio de uma pressão exercida sobre substâncias mais concentradas contra uma membrana semipermeável. O sistema substitui a necessidade de aplicação de compostos químicos para filtragem da água, e consegue barrar contaminantes, sais, moléculas orgânicas, vírus e bactérias.
Segundo Fabio de Oliveira, gerente da Asstefil, empresa que atua no tratamento e filtragem de água, a osmose reversa é comprovadamente 99% eficaz na separação de solutos com baixo peso molecular. “O processo pode ser utilizado para retirar o sal da água do mar, quando há escassez de água doce, mas também é usado na indústria farmacêutica, na de alimentos, para tratamentos médicos e higienização de materiais específicos que demandam água pura e livre de compostos químicos”, diz Oliveira.
No ano de 2020, uma influente empresa global no segmento de alimentos e bebidas anunciou uma melhoria de 40% na eficiência da utilização de recursos hídricos na América Latina em comparação ao ano de 2015, por meio de iniciativas que incluíram o sistema de osmose reversa.
Apesar dos benefícios, a osmose reversa exige uma manutenção atenta da membrana semipermeável, para evitar obstruções, além de depender de um preparo da substância submetida ao processo, uma vez que, quanto maior sua densidade maior será o gasto de energia necessária para pressão osmótica.
O especialista também ressalta a importância de um estudo sobre as consequências para o solo e mares ao realizar o descarte da salmoura gerada pela osmose reversa. “É importante que o descarte dos resíduos concentrados seja feito da forma correta, para evitar agressões ao meio ambiente e o desequilíbrio na natureza “, explica o gerente da Asstefil.
Contudo, o investimento na tecnologia e seu aprimoramento é visto positivamente como um caminho para solucionar futuras crises hídricas e garantir que mais pessoas tenham acesso a água potável “A filtragem da água por meio de osmose reversa nos aproxima de um objetivo de desenvolvimento sustentável e pode garantir uma melhoria na qualidade de vida de muitas pessoas”, finaliza Oliveira.
Website: https://asstefil.com.br/