A popularidade da computação em nuvem é incontestável, afinal, é uma solução de baixo custo e que apresenta claros benefícios de produtividade. Como as empresas buscam atingir resultados expressivos com menores investimentos, é natural observar adesão crescente deste mercado. Soma-se a este cenário o fato de que a economia brasileira está desacelerada e as companhias procuram desonerar suas áreas de Tecnologia da Informação para, então, concentrar todos os esforços em seus negócios. Um estudo da Frost&Sullivan reafirma esta tendência ao apontar que as organizações deverão investir cerca de US$ 1,1 bilhão em cloud computing até 2017 – aportes que, em 2013, foram equivalentes a US$ 328,8 milhões. Os investimentos são relevantes, mas e o direcionamento? É, de fato, assertivo?
Quando o assunto é cloud computing, a primeira palavra que aparece em nossas mentes, geralmente, é a segurança. Claro que é uma característica importante, mas a conectividade também é ponto fundamental para o desenvolvimento das empresas. Uma nuvem segura pode ser sinônimo de mais eficiência dentro das organizações somente se acompanhada de aspectos como acesso ágil e conexão de qualidade. Vale lembrar que a infraestrutura para prover essa conectividade é diferente de região para região. Surge então o assunto: Pontos de Troca de Tráfego (PTT), que garantem uma conexão segura e, principalmente, eficiente e confiável.
Os PTTs funcionam como um ponto de convergência, onde os provedores conectam seus servidores para facilitar a troca de dados. Aqui no Brasil, o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto Br (Nic.br) cuida do projeto PTT.br. A organização já investiu em 25 Pontos de Tráfego no país, pois, quanto maior e melhor for um PTT, mais os provedores conseguem trocar dados. Como consequência, eliminam-se os intermediários e os processos tornam-se mais eficientes, não existe necessidade de passar por diversos saltos de rede ou pools que, por apresentarem, muitas vezes, pontos de falha, podem aumentar significativamente a latência.
Pontos de Troca de Tráfego aproximam os usuários do conteúdo e, justamente nessa tendência de convergir interações, surge também a ideia pioneira de Cloud Exchange. Seu objetivo é concentrar os fornecedores e os compradores de cloud computing em um mesmo ambiente. Para uma empresa interessada em computação em nuvem, a ideia de Cloud Exchange é um enorme facilitador, já que a conectividade deixa de ser um empecilho potencial. O acesso à cloud fica simples, descomplicado – a organização consegue se conectar com qualquer outro player do ambiente. Imagine a riqueza de negócios existente em um ecossistema onde as companhias conseguem acessar recursos de nuvem com o melhor processamento possível. Com a conexão direta empresa/provedor é possível extrair o melhor desempenho em nuvem.
O próximo grande passo do cloud computing é o PTT somado ao Software Defined Networking. O SDN chega para solucionar empecilhos de redes empresariais – cada vez mais complexas. São muitos e diferentes protocolos utilizados, desenvolvidos, em sua maioria, de forma independente um do outro. Essa diversificação impede que a rede seja facilmente escalável ou, então, que outros dispositivos e aplicativos sejam acrescentados. Novos protocolos são gerados e isso acaba engessando muitos processos. O SDN separa os dados de acordo com as regras de um novo servidor, por exemplo. Assim, uma vez conectada em um PTT de clouds, a empresa poderá escolher, através de um portal, em quais nuvens deseja estar conectada. São diferentes possibilidades de conexões virtuais e isoladas que permitem acesso aos dados e adequações sem atingir o funcionamento da rede de produção. A nuvem, combinada ao SDN, estimula claramente a inovação dos processos, pois permite testar novas opções para antigos procedimentos.
A cloud, certamente, é o próximo grande motor para gerar conteúdo e, por isso, precisamos ficar atentos para crescente necessidade de uma conexão cada vez melhor. Os fornecedores ainda estão muito pulverizados, mas a ideia de Cloud Exchange pode mudar radicalmente – de hora para outra – este cenário. Os benefícios da nuvem vão muito além da redução de custos e os pontos de atenção para migrar a infraestrutura de TI de uma empresa para a cloud vão muito além da segurança.
*Por Eduardo Carvalho, presidente da Alog Data Centers do Brasil