A utilização de drones, aeronaves remotamente pilotadas, em diversos setores da indústria é uma tendência difícil de ser revertida para os próximos anos. A tecnologia, cada vez mais adotada por grandes empresas, permite o acompanhamento em tempo real de espaços, além do mapeamento preciso através da aerofotogrametria.
A CRASA Infraestrutura, empresa que oferece soluções inteligentes em engenharia de infraestrutura, através de seu Comitê de Inovação, passou a utilizar a ferramenta em julho deste ano. A tecnologia, implantada no campo nas obras do Consórcio BR050, é usada para medições topográficas e levantamento de dados das atividades desenvolvidas pela empresa.
“Utilizamos a modelagem em 3D, gerada pelo levantamento, para coleta de medidas de elementos de obra, medidas de volumes e de áreas. Outro produto importante deste levantamento é o comparativo dos serviços realizados nas obras entre os voos”, explica o engenheiro Sérgio Consalter, gerente de contrato do Consórcio BR-050 e coordenador do comitê de inovação da CRASA Infraestrutura.
O processamento das imagens gera um modelo em 3D disponível em uma plataforma digital. O processo agiliza o levantamento da obra como um todo e não apenas pesquisas pontuais, como ocorre com a topografia tradicional, afirma Consalter. Dessa forma, é possível analisar qualquer ponto ou área sem a necessidade de checagem por parte de uma equipe de campo.
O dispositivo garante praticidade e, consequentemente, economia de recursos. Supondo que, no método tradicional, o levantamento de uma superfície específica precisasse de 15 a 20 dias para ser realizado. Com a utilização do drone, todo o processo pode ser feito em apenas 2 horas de voo, garantindo ainda um maior detalhamento dos dados coletados. Além disso, o modelo oferece maior qualidade nas informações que são entregues aos clientes, transformando “desenhos” em projeções 3D de alta resolução.
CRASA investe em nova utilização da tecnologia
Mesmo com tantas vantagens, a tecnologia desperta algumas inseguranças nas empresas mais conservadoras, comenta o gerente do Consórcio BR050. “Posso até arriscar dizer que parte desta desconfiança se dá pela simplicidade de todo o processo. Os mais tradicionais não entendem como algo tão simples como um levantamento aéreo de fotos, pode gerar um entregável tão robusto e contundente”.
Na prática, cada pixel das fotos torna-se um ponto no modelo digital, com precisão de aproximadamente 3 cm, enquanto o modelo tradicional possui entre 2 mm e 4 mm. Porém, por conta do tamanho da área, milhões de pontos são necessários para a geração do modelo, enquanto no sistema analógico seriam utilizados entre 5 mil e 10 mil pontos de levantamento. Em outras palavras, o que seria entendido como imprecisão é compensado pelo método do levantamento fotográfico.
“Ou seja, em uma mesma área, milhões de pontos com menor precisão têm resultado similar a poucos pontos com maior precisão. Não tenho dúvidas, após estes meses de utilização da tecnologia que essa ‘imprecisão’ é desprezível para o uso que estamos dando à ferramenta”, complementa Consalter.
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