Mesmo com acordos de não divulgação, alguns criadores de jogos expressaram algum desapontamento para com a arquitetura do processador Wii U, mas ainda não comentaram oficialmente com informação firme sobre porque exatamente a performance tem tanta falta de brilho. O mais perto que tivemos foi o produtor de Tekken Tag Tournament 2, Katsuhiro Harada, a sugerir que são necessárias “soluções criativas”, pois o relógio do processador é “bem baixo”. Hoje, um comentário do hacker PS3 e Wii Marcan reforça isso de forma firme, preciso, com casas décimas:
“1.243125GHz, exatamente. 3 Núcleos do tipo PowerPC 750 (similar ao Broadway da Wii, mas mais cache). O núcleo da gráfica está nos 549.999755MHz.”
Tendo contribuido para a descoberta de explorações na Wii original como parte da Team Twiizers, assim como cooperou com outros hackers como membro do fail0verflow – a equipa que quebrou a segurança da PlayStation 3 – os números de Marcan têm claramente alguma credibilidade. Questionado para clarificar como obteve a informação, recusou entrar em detalhes, mas sugeriu que foi resultado de um hacking Wii U, ao invés de revelar informação que escapou. Este comentário por si só sugere que algum notável progresso já foi feito em engenharia reversa no novo sistema Nintendo. Semelhanças de hardware com o velho sistema podem ter dado uma vantagem aos hackers, pois explorações de baixo nível nunca foram lançadas e provavelmente permanecem desconhecidas da própria Nintendo.
Os comentários de Marcan corroboram histórias anteriores sobre a proveniência do processador, que sugerem que os núcleos são mesmo similares à arquitetura Broadway da Wii, que em si data ao core PowerPC 750 da IBM que se estreou em 1997. O núcleo em si era na mesma bem moderno quando se estreou na GameCube em 2000, e foi melhorado para 729MHz em 2006 para a Wii. Na transição para a Wii U, a velocidade do relógio foi quase duplicada, a contagem de núcleos triplicada segundo Marcan, e existe mais cache on-board. Outras fontes sugeriram anteriormente mais melhorias na tecnologia, tais como execução fora de ordem – uma funcionalidade não presente nos processadores Xbox 360 ou PlayStation 3.
Marcan também diz que o processador tem a designação interna de “Espresso” – o que vai ao encontro de anteriores fugas – enquanto o chip gráfico da AMD tem o nome de código “Latte”, informação que nos é nova.
A notícia sugere que a Wii U é uma evolução do processo que nos trouxe a Wii original – existente arquitetura tem mais velocidade e novo propósito para facilitar completa retro-compatibilidade com a anterior consola. Boas notícias para os que têm um extenso catálogo Wii e periféricos, mas uma informação não muito bem-vinda para os que esperavam um salto de geração significativo sobre as consolas da atual geração. Sobre a velocidade de relógio, é uma farsa: a Xbox 360 opera a 3.2GHz com seis segmentos de hardware sobre três núcleos, equivalente a 1.6GHz por segmento.
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A apresentação da Wii U da própria Nintendo revelou que o processador era minúsculo em comparação com a gráfica, com cinco vezes mais silicone gasto no núcleo gráfico do processador principal. Pesando 32MB de eDRAM incorporados no processador, reconhecemos que provavelmente é equivalente a uma placa Radeon PC com 320 ou 400 processadores stream. Marcan coloca a velocidade do relógio nos 550MHz.
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No entanto, Marcan reconhece que o processador Wii U não deve ser descartado baseando-se apenas pelos relógios – mesmo com o défice na velocidade e apenas um segmento de hardware por núcleo, ele sugere que é como comparar o design de um Pentium 4 ineficiente e sedento de poder da Intel com os mais recentes e melhor desenhados processadores Core.
“O Espresso é um design fora de ordem com uma canalização muito mais curta. Deve ganhar muito no IPC na maioria dos códigos, mas tem um fraco SIMD“, reconhece.
Questionado se as suas métricas da velocidade do relógio se podem aplicar ao processador a correr num estado parado, Marcan descartou a ideia, sugerindo que “1.24G está exatamente na linha do que esperávamos para um design baseado em 750”.
“Portanto sim, o processador Wii U não é tão bom como pensamos, mas não comparem relógio a relógio com uma Xbox 360 e digam que é muito pior. Pois não é, conclui.
No entanto, existe claramente problemas, como os nossos Confrontos demonstraram. A Lei de Moore usa uma quantidade de transístores inseridos numa peça de silicone como uma indicação bruta de ‘poder’. Com um tamanho medido nos 33mm2,o processador da Wii U é bem mais pequeno que os processadores na Xbox 360 e PS3. Com o processador Xenon no chip processador/gráfica combinado da Xbox 360 a chegar aos 70mm2, todo o processador Wii U usa quase a mesma quantidade de silicone que um núcleo Xbox 360 mais a cache L2. Ambos os processadores das consolas são produzidos com um processo de fabrico de 45nm, portanto as densidades dos transistores envolvidos são comparáveis. Com um défice como esse, mesmo com um salto de geração na eficiência, vai ser difícil para o processador Wii U compensar a diferença, explicando talvez porque os estúdios estão a achar difícil trabalhar com o Espresso.
Estamos atualmente a contatar fontes em estúdios para tentar corroborar as descobertas de Marcan.
Fonte: Eurogamers