Um projeto de ensino de criação de games lançado em Vitória, ES, há dois meses, ultrapassa as fronteiras brasileiras e agora alcança países da América Latina. O Game for K12, que tem apoio da multinacional Microsoft, foi desenvolvido para facilitar o aprendizado da linguagem de códigos nas escolas, usando ferramentas de baixo custo, e agora é apresentado durante o Encontro Virtual Educa, em Guadalajara, México.
Durante o lançamento brasileiro, em abril, que contou com uma aula prática para estudantes de 11 a 13 anos de escolas públicas e privadas, duzentas crianças desenvolveram seu primeiro jogo usando a ferramenta Kodu, da Microsoft.
Davi Delfino Nascimento, de 12 anos, foi um dos participantes e disse que agora vai poder realizar um sonho. “Eu sempre sonhei em ter um jogo meu, com uma história e etapas que eu criei, para ver as pessoas jogando por décadas”, afirma.
Muitas crianças sonham em ter o sucesso de grandes nomes dos negócios na área de tecnologia como Bill Gates e Marck Zuckerberg, que começaram cedo e estavam apenas brincando. Gates tinha 13 anos quando desenvolveu um programa de “jogo da velha”, e o criador do Facebook estava na sexta série quando começou a escrever códigos. “Um dia estava brincando com meus amigos e rapidamente mais de um bilhão estavam usando nossa ferramenta. Isto é incrível”, disse Zuckerberg.
Entrevistas com personagens famosos do mundo da tecnologia fazem parte de um incentivo mundial para que as escolas promovam o ensino da linguagem de códigos. Porém, apenas uma em cada dez escolas ensina a programar.
Uma pena, já que o mercado é promissor e no Brasil já dá os primeiros passos com a previsão de que as empresas no ramo de Tecnologia da Informação cresçam 10% no ano, movimentando US$ 165,5 bilhões no Brasil. O mercado mundial de games deve movimentar US$ 91,5 bilhões em 2015.
Mais que descobrir talentos, o desenvolvimento de jogos é ferramenta de ensino, já que promove o estímulo da lógica, exigidos em outras disciplinas. Steve Jobs defendia a popularização do ensino da programação. “Todas as pessoas deveriam aprender a programar computadores, porque isso ensina a pensar”, dizia.
Escolas públicas e privadas no Brasil que já implantaram o ensino da tecnologia despontam nos dados dos indicativos educacionais como Ideb, Pisa, entre outros.