A associação de professores e alunos para a criação de projetos tecnológicos é uma prática que vem dando resultados em Minas. Um exemplo recente é o game Pirate clickers, o primeiro título lançado pela startup Mopix Games, para smartphones e tablets, e que em apenas três meses já está em 50 países e conta com mais de 6,5 mil downloads. A empresa, com sede em Belo Horizonte, tem o professor da Universidade Fumec Raoni Aldrich Dorim como fundador e o aluno do curso de jogos digitais da instituição Alessandro Russo Silveira como corresponsável pela criação do título.
Disponível gratuitamente para celulares e tablets com sistemas Android e iOS, o game é voltado para todas as idades. Composto por um zumbi pirata que voa em seu navio coletando cérebros, o jogador deve, além disso, defender o navio dos inimigos para acumular pontos e evoluir. Raoni Dorim ressalta que Pirate clickers é um jogo casual de exploração e fantasia e não contém conteúdo violento. “Essa é a linha de atuação da startup. Queremos produzir games que funcionem como um passatempo e diversão, sem que haja necessidade de comprometimento constante do jogador”, afirma, destacando que o título é também vinculado à conta do Facebook, permitindo que o jogador chame os amigos por meio da rede social para jogar e até mesmo que veja os melhores colocados entre seu grupo de relacionamento.
Alessandro Silveira avisa que trata-se de um game simples, com mecânica inovadora, que mistura jogos clickers com jogos de aventura. “O objetivo é mesmo juntar o máximo de cérebros possível para comprar upgrades para o navio pirata. Mas, quando uma contagem regressiva terminar, hordas de inimigos vão tentar roubar seus cérebros. É aí que você tem de usar seus créditos e a mira do canhão para derrubá-los. É preciso ficar atento, pois cairá frequentemente uma chuva de moedas. Colete todas elas antes que caiam no mar, pois podem ser usadas na loja do game. Quando você tiver juntado cérebros suficientes, visite o chinês da loja e compre peças novas para o seu navio. As melhorias feitas na embarcação aumentam a produção de cérebros, que vão gerar mais pontos”, explica.
Tecnologias usadas
O professor Raoni revela que os projetos da Mopix procuram se basear em atividades lúdicas que oferecem desafios de forma interativa. “Nesse contexto, pode-se dizer que a arte e a cultura estão sendo disseminadas por meio dos dispositivos móveis”, diz ele, ressaltando que, nos jogos, os usuários sentem-se impelidos a superar dificuldades. “E, de tanto se esforçar, acabam se tornando pessoas com maior autoconfiança”, afirma. O desenvolvimento desse primeiro jogo proporcionou um conhecimento prático de público, nicho de mercado e, principalmente, de aspectos técnicos da produção e desenvolvimento de games. O trabalho foi inteiramente criado na ferramenta Adobe Flash, com ActionScript 3.0 compilado, usando o Air SDK na versão 15 e publicado nas plataformas Android e iOS.
“Seu design segue os traços de cartoons e o áudio conta com uma curiosidade: as músicas e as dublagens foram feitas por nós mesmos, que também temos conhecimentos musicais”, completa o professor, lembrando que a dupla desenvolvedora do trabalho é fã de jogos de estratégia, RPG e de aventura. “Gostamos de games desafiadores, que têm design épico. Somos aficcionados por videogames desde crianças e alguns dos jogos que mais nos influenciaram são Clash of claus, Limbo, Heart Stone, World of warcraft, Dota, Donkey Kong, River ride, Prince of Persia e Castlevania”, revela.
Daqui para o futuro
Magia com toques de tela
Enquanto Pirate clickers conquista novos jogadores, a Mopix já desenvolve um novo game, em fase de concepção, prototipação e documentação. Magic master será um jogo do tipo defesa das torres, mesclando elementos medievais com mágica. Nele, o jogador interpretará um mago aprendiz que precisa defender sua fortaleza contra inimigos. “O game vai oferecer uma inovadora experiência de gameplay ao usar gestos touch interativos para emitir poderes. Ele tem foco nos fãs de filmes e jogos de universos fantásticos, como Senhor dos anéis, Harry Potter, Game of thrones, World of warcraft, entre outros”, revela Alexandre Russo.
A simplicidade dos jogos casuais
Os jogos casuais são assim chamados porque não precisam ter uma continuidade. Sua facilidade faz com que o usuário aprenda as regras com rapidez e se divirta a qualquer momento e em qualquer lugar. São games que atraem pessoas que não querem desperdiçar tempo aprendendo mecânicas difíceis e só procuram diversão instantânea. “A Mopix Games optou por fazer esse tipo de trabalho, porque desenvolver projetos assim tem menor complexidade técnica e menos tempo de produção. Dessa forma, a equipe atual é capaz de produzir um novo título a cada quatro meses. Temos como estratégia diversificar as temáticas dos jogos, aumentando, assims a abrangência de público e minimizando o risco do empreendimento”, afirma Raoni Dorim.
Segundo ele, a empresa usa ferramentas de redes sociais como principal arma de viralização e fomenta o marketing de boca a boca entre os usuários. Além de escolher cuidadosamente, por meio de pesquisas, mecânicas de jogos promissoras, em nichos de forte popularidade. “Antes de iniciarmos uma produção, verificamos junto ao mercado o caráter de inovação das ideias e, então, desenvolvemos protótipos para averiguar a aceitação da estética. Definidas essas premissas, concentramo-nos em aperfeiçoar a jogabilidade e os aspectos artísticos do trabalho.”
Para viabilizar financeiramente os jogos casuais, a Mopix adotou o modelo Freemium, conhecido mundialmente pelo sucesso de rentabilidade de jogos como Angry birds, Plants Vs. Zombies, Candy crush, Saga e Clash of clans. “Os games são distribuídos de forma gratuita e os usuários podem comprar, caso queiram, com cartão de crédito internacional, itens adicionais para evoluir”, diz.
Para baixar
» Link do jogo na App Store:
http://goo.gl/ZXJtPv
» Link do jogo na Google Play Store:
http://goo.gl/QWKhEe
» Vídeo do gameplay no YouTube:
http://youtu.be/LS8L0wraBGU