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Após os resultados decepcionantes em teste realizado com o celular 3G nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a PROTESTE Associação de Consumidores decidiu lançar a campanha: Em busca do 3G Perdido.
O objetivo da campanha é que os brasileiros relatem pelo site www.embuscado3gperdido.com.br os problemas que enfrentam porque, além da má cobertura, as operadoras também não entregam a velocidade prometida com os planos 3G. O levantamento mostra que é muito difícil ter uma conexão de alta velocidade fora das principais cidades.
Técnicos da PROTESTE percorreram, de 4 de março a 25 de abril, cinco mil quilômetros passando por 12 estados, e comprovaram que há muitos trechos com conexões precárias ou até mesmo inexistentes. Navegar na internet móvel em alta velocidade, só mesmo nas capitais ou em algumas das regiões metropolitanas. Longe dessas áreas, quando a conexão é possível, dificilmente é rápida.
Nenhuma das quatro grandes operadoras de telefonia móvel – Claro, Oi, TIM e Vivo – cobre mais de 51% dos trechos percorridos, sendo que a região Sul é a menos coberta por qualquer tipo de sinal. No pior cenário, no Sul, o cliente TIM não se conectou à rede em 80% das vezes. No melhor, no Nordeste, com a Vivo, a internet móvel funcionou em 68% dos casos.
Cobertura 3G por Operadora
A cobertura da Claro é a pior entre as avaliadas. Em São Paulo, por exemplo, 62% das tentativas de acessar a rede 3G foram sem sucesso. Em média, mais da metade das vezes que se é tentado usar o 3G da Claro, há problemas e não há conexão.
A Claro também apresentou baixos registros fora da região metropolitana de São Paulo e baixas taxas de downloads no Nordeste.
A Oi apresentou resultado ruim no Nordeste. Apenas em poucos pontos dos quase 2000 km rodados, a operadora obteve boa conexão. Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa e Fortaleza possuem conexão 3G capada em 1mb/s. Nas estradas, a recepção é ruim e por muitas vezes não há recepção nenhuma e quando tem é lenta demais – o que representa que não é 3G.
Também não foi encontrado nenhum sinal da Oi na cidade de Sorocaba (SP). E a conexão nas estradas paulistas ficou aquém do esperado.
A TIM apresentou sinal fraco no litoral paulista e nas cidades de Foz do Iguaçu e Florianópolis. A conexão também foi lenta em Belo Horizonte (RJ), Paraty (RJ) e nas cidades de Sorocaba e Campinas (SP).
A Vivo deixou a desejar no Sul, com más taxas de download. E também apresentou problemas nas estradas paulistas.
No geral, o resultado é muito ruim para todas as operadoras. Há muitas regiões sem cobertura nenhuma e mais ainda com cobertura de baixa qualidade.
Apesar da falta de qualidade, as operadoras cobram um valor alto para o teórico acesso 3G. As diferenças entre os planos básicos e os mesmos planos com 3G podem chegar a R$ 100,00 no caso da Claro e da Oi. Ou seja, a operadora com a pior cobertura, a Claro, é a que cobra mais caro pelo “serviço”.
Para uma conexão 3G de boa qualidade, é necessária velocidade mínima de 1Mbit/s de download e 500kbit/s. Sem essa velocidade o acesso é muito lento. A Claro, pior operadora avaliada, demonstrou cobertura 3G (velocidade rápida) em apenas 33% das medições e nenhum sinal em 57% das medições. A melhor foi a Vivo, com 51% de cobertura 3G e 23% das medições sem cobertura. Mesmo a Vivo ainda está muito distante do bom.
Como foi feito o teste
A análise de qualidade da rede 3G englobou a avaliação da cobertura em relação ao número de vezes em que foi tentado fazer o registro de velocidade. Foram levados em conta três aspectos: download, upload e latência. As redes avaliadas foram a 3G (HSPA, HSPA+) e a GSM (EDGE e GPRS), em todas as operadoras.
Baseando-se nos resultados da velocidade de download e upload, todo resultado maior do que 400 kbit/s foram considerados 3G. Qualquer outra rede mostrada pelo aplicativo (HSDPA, HSPA+, etc…) também foi considerada como 3G.
Durante as viagens, os sinais foram captados pelo aplicativo Speedtest da “Ookla Speedtest”. E o mesmo telefone foi usado para todas as operadoras: o Samsung Galaxy SII LTE.
De acordo com a Resolução nº 575, de 28 de Outubro de 2011 as operadoras devem oferecer 98% de tentativas com sucesso de acesso a Internet. O nosso teste revelou que nenhuma operadora oferece essa cobertura.
A avaliação completa está na revista ProTeste nº 127 de agosto, que é distribuída exclusivamente aos associados à entidade e também no site: www.proteste.org.br