Imaginário Coletivo atrai cada vez mais crianças e adolescentes de BH
Desde 2009, cerca de 500 jovens já passaram pelo projeto, coordenado pelo engenheiro e fotógrafo Jorge Quintão/Jorge Quintão / Divulgação
A fotografia e o ato de eternizar momentos inesquecíveis estão cada vez mais presentes na vida das pessoas de diferentes idades e classes sociais. Por isso, o projeto Imaginário Coletivo, realizado há cinco anos em áreas de vulnerabilidade social de Belo Horizonte, atrai cada vez mais crianças e adolescentes interessados em conhecer esta arte que, na verdade, é também uma maneira de ressignificar a realidade.
A iniciativa é coordenada pelo engenheiro e fotógrafo voluntário Jorge Quintão, que conta com o apoio da jornalista Juliana Ribeiro e do engenheiro Reinaldo Lima. Atualmente, ele é uma das opções de oficina do programa Escola Integrada, na Escola Municipal Ulysses Guimarães, localizada no bairro São Pedro, na região Centro-Sul, próxima ao Aglomerado da Serra. Ele também é realizado no Morro do Papagaio e na região de Venda Nova.
Quem decide participar do projeto recebe não apenas uma câmera e a chance de construir uma nova visão de mundo através dela. No Imaginário Coletivo, o estudo da fotografia começa com a prática, o que faz com que registre um dos menores índices de desistência dentre as oficinas do Escola Integrada, conforme Quintão. A teoria começa a ser ensinada mais tarde, quando os participantes já estão fascinados por fotografia, fator essencial para tornar o aprendizado ainda mais prazeroso.
O coordenador observa que, ao receberem as câmeras pela primeira vez, os alunos imediatamente voltam as lentes para si próprios. Posteriormente, começam a se fotografar ao lado de amigos e bem depois começam a retratar a realidade que os cerca. Ele acrescenta que a fotografia dentro do Imaginário Coletivo funciona como um instrumento de formação de jovens e, por isso, capaz de contribuir, efetivamente, para a inclusão deles na sociedade de forma justa, consciente, crítica e igualitária.
Ao que tudo indica, a meta, até agora, está sendo cumprinda. Desde 2009 até agora, 500 participantes já passaram pelo projeto. Alguns deles dão os primeiros passos para se transformarem em fotógrafos profissionais e hoje já trabalham registrando diferentes tipos de evento. Outros pensam em ingressar em faculdades com cursos relacionados à fotografia e ao estudo da imagem, como comunicação social e design.
Alguns ainda permanecem dentro do projeto atuando como monitores e, dessa forma, ajudam a dar nova perspectiva àqueles que, apesar da pouca idade, muitas vezes são obrigados a conviver com os vários conflitos decorrentes de uma realidade problemática.
Entretanto, para que o projeto continue crescendo e se transforma em uma verdadeira escola, capaz de introduzir novos e competentes profissionais no mercado, é necessário captar recursos. O projeto foi aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o que permite às empresas ter dedução fiscal ao apoiar um projeto cultural. Entretanto, Quintão acredita que despertar o interesse das organizações e, dessa maneira, viabilizar novas ações seja um dos seus maiores desafios em um ano marcado pela instabilidade política e econômica.
Desde que foi criado, o Imaginário Coletivo passou a colecionar uma lista de prêmios, que aumenta a cada ano. Entre eles, vale ressaltar o Prêmio ANU Dourado, em 2013, o Prêmio Bom Exemplo, em 2011, e várias edições do Prêmio Parceiros da Escola Integrada. Os fotógrafos do Imaginário Coletivo já tiveram seus trabalhos expostos na Cidade Administrativa, na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa e no Espaço BH Cidadania, entre outros.
Por Nádia de Assis do Diário do Comércio/BH