O setor de varejo farmacêutico passou por mudanças para enfrentar o mercado com a pandemia da covid-19, as adaptabilidades geraram um crescimento de 7,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A tendência das farmácias, de acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias – ABRAFARMA, é se transformarem em hubs de saúde, como já acontece nos Estados Unidos, e com isso, ter um crescimento econômico ainda maior, além de ajudar o cidadão.
O estabelecimento farmacêutico é a porta de acesso principal ao serviço na área de saúde, não só para compras de medicamentos, mas também, para buscar ajuda do profissional farmacêutico que recebe as primeiras informações sobre sintomas ou sinais de que algo não vai bem, informa Ranieri Simone Limeira da Cunha, graduada em farmácia pela Faculdade de Quatro Marcos – FQM, com 12 anos de atuação em atenção farmacêutica e clínica laboratorial.
“Farmácia hub de saúde pode trazer muitos benefícios, pois, a partir do momento em que somos procurados, inicia-se um processo para recuperação da saúde dessa pessoa, através da anamnese farmacêutica, que é a avaliação de parâmetros biológicos, realização de exames e encaminhamento a outros profissionais competentes da saúde”, explica Ranieri Limeira, pós-graduada em análises clínicas pela Universidade Cuiabá – UNIC.
A pandemia da covid-19 trouxe mudanças irreversíveis no setor de saúde, diz a farmacêutica, como a utilização da telemedicina (uso de tecnologias e telecomunicações para o fornecimento de informação e atenção médica a pacientes e outros profissionais de saúde), que também serve de apoio às farmácias hub. “O uso das tecnologias traz mais comodidade ao cotidiano das pessoas, evidenciando o papel do farmacêutico em todo o processo de recuperação da saúde, com isso, percebemos como é necessário facilitar e flexibilizar, ainda mais, o acesso aos serviços de saúde”, alega Limeira.
“As farmácias se tornaram importantes pontos de auxílio à saúde durante a pandemia, após a liberação da Anvisa para realização de testes rápidos da covid-19, o que estimulou um perfil hub. Muitos pacientes chegam para saber informações sobre os sintomas, ter um apoio em relação ao que estão sentindo, e ao resultado que dará”, menciona Ranieri, com experiência em farmácia comunitária no atendimento clinico a pacientes e em funções gerenciais, na realização de exames laboratoriais com foco no diagnóstico, prognóstico, prevenção e riscos para doenças.
Conforme a especialista, a farmácia é como se fosse um microcentro de saúde que efetiva o conceito holístico no bem-estar dos pacientes, permitindo que encontrem em um único local a atenção integrada como, por exemplo, orientação nutricional, indicação de atividade física, agendamento de consultas, dentre outros serviços.
Segundo o levantamento da IQVIA, consultoria global de informação e análises avançadas, o Brasil responde aproximadamente por 2% do mercado mundial farmacêutico, sendo o 7º em faturamento no ranking das 20 principais economias, e com projeção de 5º para 2023. Na América Latina, é o principal mercado. De acordo com a Abrafarma, em 2020, existiam cerca de 8,3 mil lojas das redes associadas. Para 2021, esse número deve chegar a 9,2 mil, e muitas com modelo hub de saúde.
“O cidadão pode escolher em uma rede ampla de acesso a farmácia que seja mais conveniente a ele, tendo a certeza de que encontrará profissionais comprometidos com seu bem-estar físico e mental. A ideia das farmácias hub é oferecer serviços e cuidados de saúde como: aferição de pressão arterial, vacinação, medição do índice de glicêmico, entre outros. Garantindo eficiência no tratamento”, conclui Ranieri Limeira, que também tem experiência em anamnese farmacêutica, na verificação de sinais e sintomas, realização de exames de diagnóstico rápido como glicemias, pressão arterial e colesterol com o propósito de identificar, prevenir e encaminhar o paciente.