Korean Electrical Business Road Show 2014, promovido pela Kotra, apresenta empresa do setor energético que busca parcerias para usinas no Ceará e Espírito Santo
Na rodada de negócios do setor de energia realizada pela Kotra, Agência Nacional de Comércio Exterior e Investimento da Coréia do Sul, na última semana, empresas brasileiras e sul-coreanas participaram de palestras sobre o cenário nacional e anunciaram intensões de investimentos no Brasil, devido à alta demanda que o setor tem apresentado nos últimos anos.
As novas usinas termoelétricas
A Komipo, especialista em projetos para geração e transmissão de energia, responsável por mais de 60% da energia produzida na Coréia do Sul e atuante naquele país há 40 anos, anunciou projetos de usinas termoelétricas nos estados do Ceará e Espírito Santo e está em busca de parcerias com outras empresas. Além do Brasil, a Komipo está presente em cinco países e instalando usinas em outros dez.
“Atuamos em quatro matrizes energéticas, eólica, solar, termo e hidroelétrica e somos a primeira empresa do mundo a construir uma usina subterrânea”, conta Kim, Tae-Yeon, Gerente Sênior da Komipo, ao referir-se a um projeto especial desenvolvido na capital sul-coreana, Seul. “Não tínhamos muito espaço e precisávamos ampliar o parque termoelétrico sem prejudicar a população, por isso, estamos reconstruindo toda a usina no subterrâneo, o que irá garantir também menor impacto ambiental, uma vez que os resíduos da geração de energia serão comprimidos, a partir da instalação de novo maquinário de tecnologia avançada”, explica Kim.
Com o planejamento para o Ceará em andamento, a Komipo prevê a instalação da nova usina termoelétrica para 2016 e unidade possui previsão de geração de 200MW. “Nosso diferencial é a segurança nos projetos, uma de nossas usinas de energia, por exemplo, teve a fonte sem rompimento por um período de 5mil dias, ou seja, mais de 13 anos. Somos a única no mundo a alcançar essa marca”, afirma Kim, Tae-Yeon.
O Korean Electrical Business Road Show
O Korean Electrical Business Road Show 2014 teve início com palestras e apresentações do cenário brasileiro pelos especialistas Maria Angela Jabur, autora do livro Santo Antônio do Rio Madeira: Um Desafio Brasileiro, e Roberto Castro, engenheiro do Conselho de Administração da CCEE, Câmara de Comércio de Energia Elétrica.
Segundo o engenheiro, o consumo sul-coreano e brasileiro são bem parecidos, porém, quando é feito o cálculo per capita, o Brasil precisa ainda de muitos investimentos para alcançar o desenvolvimento asiático. “A Coréia do Sul consome hoje 11mil MW/ hora por pessoa, enquanto o Brasil, apenas 2,5mil. Para que haja desenvolvimento econômico é necessário que haja primeiro um avanço no setor energético. Se pretendemos crescer 60% nos próximos dez anos, será preciso um investimento na margem dos $200 bilhões no setor de geração e transmissão de energia elétrica”, declara Roberto Castro.
Embora a matriz hídrica seja responsável por mais de 62% da oferta nacional de energia, a falta de chuvas e a redução do potencial de geração tem afetado diretamente a oferta disponível para consumo da população, o que segundo Roberto Castro abre espaço para a instalação de novas fontes energéticas. “As hidrelétricas são de alta eficiência operacional e devemos mantê-las, mas ainda não são suficientes para atender a população brasileira e por isso, pensamos em novas fontes. As renováveis, como a eólica, que tem potencial de geração de 50% a mais em relação à sua capacidade instalada, são prioridade, porém a instalação de parques termoelétricos próximos aos centros de carga é também uma necessidade”, afirma o engenheiro.
Otimistas com o setor energético brasileiro, empresas sul-coreanas participaram do evento trazendo novidades em tecnologia e novos produtos para o mercado nacional. Embora a matriz energética dominante no país asiático seja a nuclear, seguida pela termoelétrica, possuem o know-how para oferecer produtos e serviços para todos os tipos de usinas, inclusive no setor hídrico e solar. “Hoje temos 250 empresas associadas, cada uma delas com alto índice de desenvolvimento em tecnologia no setor elétrico, desde projetos para geração, transmissão e distribuição de energia até a manufatura de produtos que compõe o maquinário das usinas e bens de consumo. Temos como exemplo a Hyundai, no setor automotivo e de maquinário, e a Posco, que está prestes a inaugurar a Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, em parceria com a Dongkuk e a Vale”, destaca Park, Byung – Il, diretor de negócios e relações internacionais.