Alimentos mais nutritivos, palatáveis e tecnológicos é o que surgem com as foodtechs
Com a chegada da pandemia houve uma nova era de produtos e serviços que, ao que tudo indica, veio para ficar: a digital. A aceleração do online na vida dos negócios depois dos eventos de 2020 é, na verdade, o novo modelo de negócio e o meio de sobrevivência das empresas, frente aos novos comportamentos do consumidor. E, embora essa tendência tenha atingido quase todos os setores, até mesmo um dos menos tecnológicos também se digitalizou. É o caso das foodtechs.
Alinhar tecnologia a alimentos foi inevitável: efeito colateral iminente, acelerado pela pandemia
A quem não está familiarizado com o termo, as foodtechs nada mais são que startups do mercado alimentício, ou seja, trazem inovação tecnológica ao setor. São chamadas dessa forma porque elas modificam alguns processos de produção, tornando-os por vezes mais eficientes e tecnológicos – desde a produção, distribuição, venda, consumo, serviço até o retorno dos envolvidos, como ocorre na reciclagem.
A maior parte das foodtechs se concentra em desenvolver soluções para criar novos alimentos, por meio de produções tecnológicas – o hambúrguer do futuro, de vegetais, é um exemplo –, reduzir o desperdício, otimizar serviços de entregas e trazer um atendimento diferenciado ao consumidor, tanto de forma presencial, quanto remota.
Foodtechs e o que elas representam para a nossa alimentação
Se antes os alimentos totalmente in natura eram mais escolhidos, hoje esse conceito já traz outros elementos para o debate. Não que uma verdura ou legume frescos possam ser substituídos por criações feitas em laboratórios, mas alguns outros alimentos passaram a ser mais eficientes, nutritivos e baratos quando produzidos de forma artificial.
Isso porque, especificamente na parte de produção de comida, as soluções das foodtechs atendem a uma série de necessidades do consumidor.
No caso de dietas baseadas em alimentos vegetais, algumas dessas startups trabalham para desenvolver alternativas que não tenham ingredientes de origem animal, fator que contribui para dietas mais restritas. Aqui, podemos ressaltar carnes vegetais, leites produzidos em laboratório também sob origem vegetal, entre outras criações, que têm como propósito facilitar a ingestão de nutrientes por parte de quem escolhe ter uma dieta sem consumo de carne e seus derivados.
Para além de vegetarianismo e veganismo, as foodtechs também são aliadas de pessoas que têm alergias ou restrições. Por meio da criação em laboratório, é possível recriar alimentos sem glúten ou lactose, por exemplo. E vale destacar que esses alimentos muitas vezes também têm uma cadeia de produção que se sobressai às demais por ser biotecnológica, ou seja, alinhada para trazer mais sustentabilidade durante a produção.
Atuação das foodtechs como parte da logística do negócio
Fora da produção de alimentos em laboratório, as foodtechs também podem atuar como facilitadoras de alguns processos em restaurantes e outros estabelecimentos alimentícios. São elas que lidam, por exemplo, com toda a logística do negócio: estoque, conservação e sistema de entregas.
Outro uso relacionado a essa área é o conceito de farm to table (da fazenda ao prato), no qual a produção dos alimentos e os consumidores finais estão mais ligados. Essas foodtechs criam um ambiente normalmente digital que estabelece uma conexão com o consumidor sobre a origem e procedência dos alimentos que ele consome.
D fazend à casa do consumidor
Dessa forma, muitos desses recursos não são nem mesmo repassados a terceiros: eles saem diretamente da fazenda em direção à casa do consumidor final, e toda a logística acontece por meio da foodtech.
Há inclusive algumas dessas startups que lidam diretamente com ferramentas em alta no mercado para trazer mais digitalização no consumo de alguns preparos. Um exemplo é usar a tecnologia de blockchain para rastrear e garantir a procedência de alguns alimentos, além de acompanhar todos os processos de produção – essa prática é feita principalmente para produtos orgânicos, livres de agroquímicos.
Vale destacar que as foodtechs atuam em toda a logística, quando a tem como objetivo final. Um supermercado online pode ter sua programação e funcionamento operados por uma dessas empresas por trás das câmeras, assim como alguns aplicativos de delivery as usam em seus sistemas de entregas.
Para empresas que trabalham com essa interação frequente com o cliente, há um cuidado bastante especial com as ferramentas de trabalho. Dessa forma, a categoria tende a investir em seguro para celular, notebook e sistemas de proteção; para impedir ataques de hackers e proteger os dados dos usuários.
A tecnologia como aliada da saúde
Uma outra solução que algumas foodtechs oferecem também está bastante ligada à saúde das pessoas. Já não é de hoje que se sabe que uma alimentação saudável é capaz de trazer não apenas inúmeros benefícios; como também prevenir, curar ou tratar uma série de doenças.
Dietas
Dessa forma, há foodtechs que utilizam da tecnologia para criar dietas mais fáceis de serem seguidas, além de customizadas de acordo com os anseios do consumidor. Na prática, elas utilizam um sistema de inteligência artificial, que tem como função cruzar dados. Ou seja, é essa tecnologia a responsável por ligar os hábitos de consumo das pessoas; para criar a elas uma dieta que se adeque perfeitamente à sua rotina. Assim, é mais fácil garantir que ela possa ser seguida.
As foodtechs também usam algoritmos para personalizar o cardápio dos clientes em determinados restaurantes. É simples: por meio de uma base de dados preenchida pelo usuário, um menu é oferecido com base nas preferências do cliente; assim como alguns outros benefícios.
Há foodtechs que inclusive atuam diretamente com a inovação do futuro.
Entregas por meio de carros autônomos ou drones, desenvolvidos especificamente para o transporte de comida e; portanto, adaptados para refrigeração ou calor necessários. E, em conjunto com a tecnologia, as foodtechs também atuam para reaproveitar sobras de alimentos e evitar o desperdício; isso por meio de inteligência artificial e alguns cálculos.
Nota-se, portanto, que a chegada das foodtechs ao mercado já era um pouco previsível: com a iminente digitalização, a forma como consumimos alimentos já dava indícios de mudança. Na pandemia, foi exatamente isso que aconteceu; essas startups ganharam força sobretudo após observarem a transformação do comportamento do consumidor, que investia cada vez mais nos aplicativos de delivery.
Resta agora manter o questionamento: no futuro, como será a nossa alimentação e quem ficará responsável por ela?