A Famato defende a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste a FICO mas no padrão VALE
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), representada pelo 2º Vice-presidente, Marcos da Rosa, defendeu a construção do primeiro trecho da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), que liga o estado de Goiás a Água Boa, durante a Audiência Pública realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no dia 18 de setembro, em Brasília.
O objetivo da audiência foi colher subsídios para o aprimoramento dos estudos sobre a prorrogação do prazo de vigência contratual da Estrada de Ferro Carajás (EFC), sob responsabilidade da Concessionária Vale.
Os TRENS da VALE não andam só a 15km por hora como os demais
De acordo com Marcos da Rosa, o projeto da ferrovia liga Goiás até o estado de Rondônia, começando por Campinorte (GO), passando por Água Boa (MT), Lucas do Rio Verde (MT), Vilhena (RO), e terminando em Porto Velho (RO).
A primeira etapa, que liga Campinorte a Água Boa, compreende cerca de 383 quilômetros.
Marcos da Rosa explicou que o trecho a ser construído representa a ligação de Mato Grosso à Ferrovia Norte-Sul, alternativa fundamental para escoamento das safras produzidas no estado.
Para a construção, Mato Grosso deve receber R$ 4 bilhões oriundos das prorrogações de concessões das ferrovias do Carajás (Pará e Maranhão) e da Vitória-Minas (Minas Gerais e Espírito Santo).
“Os estados, onde estão essas concessões querem o recurso para investir em saúde, educação e outros fins, mas nós conseguimos com o apoio do Movimento Pró-Logística, que o Governo Federal, através da lei regulatória 13.448/2017, colocasse esse dinheiro para ser investido no primeiro trecho da FICO.
Entendemos que este recurso será mais um acréscimo na infraestrutura desse centro do país, que é a região leste de Mato Grosso e que gerará mais riquezas e renda para a sociedade”, apontou Marcos da Rosa.
Logística sobre pneus
Segundo o vice-presidente, que também é representante da região leste do estado, a FICO se arrasta desde 2009, porque nunca houve recursos e projeto para ser executada.
“Essa é uma obra importante para viabilizar o escoamento da produção agrícola da região leste do estado, que representa cerca de 32% da produção de Mato Grosso.
A nossa produção cresce a cada ano, e a perspectiva do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é de que até 2025 chegue a 29 milhões de toneladas (soja e milho).
Sem falar na redução dos custos com frete e conservação das rodovias”, apontou Marcos da Rosa.
Do fusca chegar a Porsche
Durante o pronunciamento, Marcos da Rosa fez uma comparação para mostrar a realidade da infraestrutura de logística brasileira.
“A nossa infraestrutura de logística pode ser comparada a 30 pessoas dentro de um Fusca.
É muito deficiente, e quando temos qualquer possibilidade de melhoria para andar mais rápido, temos que fazer acontecer, pois somente assim poderemos andar em uma Corolla.
Porque se perdermos essa chance, de sair de um fusca para um Corolla, vamos demorar mais de 20 ou 30 anos, já que o país aplica menos que 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura”, comparou.
Além da Famato, a Aprosoja Brasil levou um ônibus com 38 produtores rurais dos municípios de Querência, Água Boa e Nova Xavantina.
Durante o evento ficou definida a realização da próxima Audiência Pública, no dia 22 de novembro, no município de Água Boa.
O horário e local devem ser definidos nos próximos dias.
Sobre a Famato
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso é a entidade-mãe que congrega os elos do sistema sindical rural do Estado.
Em âmbito federal está ligada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que congrega também as federações dos demais estados brasileiros.
A reconhecida força de mobilização em Mato Grosso decorre das ações representativas, institucionais e políticas que realiza tendo como norte o atendimento aos interesses da classe produtora rural do Estado e de seus mais de 33 mil produtores rurais associados.