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Bureau de Inteligência do Café destaca algumas tendências do setor identificadas em 2016

por Paulo Fernandes Maciel
Imagem Tendências do café, Embrapa Cafeicultura

O potencial de crescimento da produção chinesa, a destinação dos resíduos do consumo de café em cápsulas, a consolidação da Terceira Onda do Café e outras tendências são analisadas no Relatório Internacional de Tendências do Café de dezembro de 2016.

Imagem Tendências do café, Embrapa Cafeicultura

 

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café da Universidade Federal de Lavras – UFLA destacou as principais tendências do setor cafeeiro no Relatório Internacional de Tendências do Café de dezembro de 2016. As tendências foram identificadas e analisadas pelo Bureau com foco na produção, indústria e cafeterias durante o ano de 2016 e dão subsídios para formulação de cenários do setor cafeeiro para os próximos anos.

Na perspectiva da ‘produção’, o Relatório Internacional de Tendências do Café (vol.5 nº11) mostra que a China deverá ser um grande país produtor de café. Segundo o Bureau, a cafeicultura chinesa cresceu de forma expressiva nos últimos anos e já superou 2 milhões de sacas. Além disso, empresas multinacionais estão investindo em estrutura para comprar grãos e treinar produtores. O Relatório destaca a vantagem logística para o escoamento da safra de café da China e analisa que “A ferrovia trans-eurasiana permite que os grãos cheguem a Europa muito mais rápido do que por navios. Agora, com o porto seco de Chongqing, a China poderá desenvolver novas estruturas logísticas que facilitem a classificação, exportação e rastreabilidade dos grãos. As autoridades já manifestaram o interesse em exportar, a partir de lá, grãos dos principais produtores da Ásia e, consideradas a longas rotas marítimas que esses grãos percorrem até a Europa, é possível que boa parte deles seja direcionada para a China. Com isso, o número de sacas exportadas pela localidade poderá chegar facilmente aos milhões e haverá aumento da competitiva do café asiático”.

Essa tendência de vantagem competitiva da China para acessar o mercado europeu, se confirmada, afetará significativamente as exportações brasileiras, tendo em vista que atualmente mais de 50% das exportações brasileiras, em média, são destinadas à Europa.

Na análise da ‘indústria’ de café, o crescimento da produção chinesa também foi destacado pelo Relatório nas exportações de café solúvel e de torrado e moído. Além disso, o Bureau ressalta que a indústria segue enfrentando o problema ambiental decorrente dos resíduos gerados pelo consumo de café em cápsulas. Programas para coleta e reciclagem foram implantados em diversos países e, mais recentemente, a borra do café que fica nas cápsulas usadas também começou a fazer parte das boas práticas ambientais, mas segundo o Relatório esse problema de destinação dos resíduos das cápsulas ainda precisa de uma solução efetiva.

Com relação às ‘cafeterias’, o Relatório Internacional de Tendências do Café de dezembro apontou a consolidação da Terceira Onda do Café, que está ligada à percepção do café como produto artesanal, diferenciado por inúmeros atributos, como qualidade, origem, torra e método de preparo, que é comercializado de forma mais direta entre os elos da cadeia produtiva. As análises do Relatório enfatizaram o grande crescimento do número de cafeterias que vem sendo observado na Ásia e o desenvolvimento recente desse mercado na África. Segundo o Bureau, o crescimento econômico, aliado ao aumento da demanda interna e a urbanização de alguns países favorece o aumento do consumo, o que motiva o otimismo de produtores do continente africano.

O Bureau traz também no seu Relatório de dezembro o artigo ‘Cafeterias de Alta Qualidade: São Paulo se Equipara aos Grandes Centros Internacionais’, de autoria de José Márcio Carvalho, professor da Universidade de Brasília – UnB, o qual também realiza pesquisa no âmbito do Consórcio Pesquisa Café. O referido artigo conclui que “São Paulo tem cafeterias que trazem as tendências de consumo de cafés semelhantes a outros centros internacionais como Londres, Estocolmo ou Seattle, ou seja, não é necessário ir a estas cidades no exterior para conhecer os principais padrões de consumo internacionais. A grande diferença é que em São Paulo são servidos principalmente cafés de origem brasileira, o que não compromete em nada a qualidade dos cafés, pois o Brasil, sendo um país de dimensões continentais, tem uma grande diversidade de cafés de qualidade”.

Relatório Internacional de Tendências Competitiva do Café – O relatório disponível no Observatório do Café faz parte do Plano de ação do projeto do Consórcio Pesquisa Café denominado “Criação e Difusão de Inteligência Competitiva para Cafeicultura Brasileira”. O projeto é financiado pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, e tem o objetivo de monitorar, analisar e difundir informações e indicadores relevantes para a competitividade da cafeicultura brasileira, bem como propor soluções estratégicas para os problemas enfrentados pelo setor.

Para ler na íntegra o Relatório Internacional de Tendências do Café do mês de dezembro de 2016, acesse:

http://www.consorciopesquisacafe.com.br

Fonte: www.embrapa.br

 

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