Home Dicas Saiba como surge uma onda de golpes e evitá-los

Saiba como surge uma onda de golpes e evitá-los

por Paulo Fernandes Maciel

DADOS PESSOAIS ROUBADOS PODEM GERAR NOVOS CRIMES DIGITAIS: SAIBA COMO SURGE UMA ONDA DE GOLPES

Segundo pesquisadores da Cybernews, em julho deste ano, um vazamento de dados expôs cerca de 16 bilhões de credenciais de login, muitas delas vinculadas a grandes empresas de tecnologia como a Apple, Google e órgãos governamentais. O laudo chama a atenção para os desafios cada vez mais complexos que envolvem a segurança de dados. Para Wanderson Castilho, perito internacional em crimes digitais e CEO da EnetSec, esses incidentes não apenas comprometem informações valiosas, mas também abrem caminho para golpes cada vez mais sofisticados e difíceis de rastrear.

Especialista alerta sobre a importância de priorizar a educação em segurança digital como estratégia para conter a onda de golpes virtuais.

Ciberameaças - onda de golpes

A explosão dos vazamentos de dados


Dados vazados como nomes, endereços, senhas e informações bancárias são explorados por cibercriminosos para práticas como roubo de identidade e golpes personalizados. Castilho alerta para os perigos desse cenário: “O vazamento de dados fornece informações importantes para os cibercriminosos, que podem explorar e manipular as vítimas de maneiras mais sofisticadas. É muito comum que essas informações sejam usadas em golpes como phishing, roubo de identidade e até extorsão.”

Um exemplo preocupante é a comercialização de dados biométricos, como a íris que aconteceu em janeiro, em troca de criptoativos. “A comercialização de dados biométricos é um risco enorme porque, diferentemente de senhas, eles não podem ser alterados. Isso expõe as pessoas a fraudes irreversíveis e aumenta o risco de crimes cibernéticos”, destaca o especialista.

Como se proteger?


A boa notícia é que medidas simples podem ajudar a mitigar os riscos no caso de uma onda de golpes virtuais. Wanderson Castilho lista algumas práticas essenciais:

Cuidado com redes sociais: Evite expor informações pessoais, como data de nascimento ou nomes de familiares, que possam ser usadas para adivinhar senhas ou responder perguntas de recuperação de conta, além de aumentar o risco de golpes em seu nome ou extorsão.

Monitoramento contínuo: Monitore suas informações na internet, especialmente em sites ou fóruns da dark web onde dados roubados são comercializados. “Serviços de alerta de vazamento de dados podem ser uma ferramenta útil para notificar comprometimentos rapidamente para não cair em golpes futuros”, orienta Castilho.

Cuidado com links e downloads: Evite clicar em links suspeitos ou baixar aplicativos de fontes não confiáveis. “A maioria dos ataques explora falhas humanas, como clicar em links suspeitos ou fornecer informações sensíveis sem verificar a legitimidade da solicitação”, explica o especialista.

Evite compartilhar informações desnecessárias: Não forneça dados sensíveis (como CPF, endereço ou número de celular) a sites ou aplicativos que não sejam confiáveis ou que não expliquem claramente o uso dessas informações.
Avanços no Brasil
Apesar do cenário desafiador, o Brasil tem avançado na implementação de medidas de segurança. O Programa de Privacidade e Segurança da Informação (PPSI) aumentou em 18% a maturidade dos órgãos públicos em segurança cibernética. Além disso, iniciativas como o Centro de Excelência em Privacidade e Segurança da Informação (CEPS GOV.BR) buscam capacitar servidores e fomentar uma cultura de proteção digital.

    Para Castilho, no entanto, é preciso ir além: “Com a evolução da inteligência artificial e de novas tecnologias, os ataques estão ficando mais sofisticados. Precisamos tratar a cibersegurança como uma prioridade estratégica, antecipando vulnerabilidades e capacitando cidadãos e organizações.”

    Com a crescente digitalização e a dependência de tecnologias conectadas, a proteção de dados pessoais não é apenas uma questão técnica, mas um tema central para a segurança e a confiança na sociedade. Democratizar informações sobre o uso seguro da internet, fortalece práticas de cibersegurança e conscientiza tanto indivíduos quanto organizações.

    Saiba mais sobre Wanderson Castilho

    Saiba mais sobre Wanderson Castilho: Perito internacional em crimes cibernéticos, Wanderson Castilho já solucionou mais de 6 mil casos ao redor do mundo, utilizando técnicas avançadas de perícia digital, análise de metadados e rastreamento de identidades anônimas.

    Fundador da Enetsec, com sede nos EUA e no Brasil, atua há mais de 20 anos desvendando fraudes, vazamentos e assédios virtuais com precisão técnica e foco na verdade digital. Físico de formação e autor de quatro livros, Castilho é certificado em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group — ferramenta usada por FBI e CIA —, além de possuir certificações como Certified Ethical Hacker (CEH), Certified Computing Professional (CCP) e ser membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners).

    É também licenciado como investigador particular nos Estados Unidos. Seu trabalho contribuiu para mudanças legislativas, como a criação da Lei da Pornografia de Vingança (Lei 13.772/2018), sendo hoje uma das maiores autoridades em segurança digital da América Latina.

    Saiba mais em: www.enetsec.com 

    Você também pode gostar

    Deixe um Comentário

    Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Aceito Mais informações