Levantamento feito pela Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) em seu Anuário Estatístico aponta que o número de acidentes de origem elétrica (choques elétricos, incêndios gerados por curtos-circuitos e descargas atmosféricas) em 2020 ainda continua elevado. Segundo o estudo da entidade, somente no ano passado ocorreram 724 mortes em acidentes de origem elétrica.
De acordo com as estatísticas da Abracopel, 691 pessoas perderam a vida em acidentes provenientes do choque elétrico, 26 morreram em incêndios gerados por curtos-circuitos e 47 por descargas atmosféricas.
E um dos pontos mais alarmantes é que 159 das vítimas fatais por choque elétrico perderam a vida em ambientes residenciais (casa), outras 35 em moradias de sítio ou fazenda e 3 em apartamentos.
Entre as principais causas desses acidentes estão as sobrecargas nos circuitos elétricos, o grande número de instalações elétricas antigas, o excesso de equipamentos ligados em uma mesma tomada e a falta de manutenção.
“Por isso, para ter a instalação elétrica sempre segura, funcionando corretamente e com menores riscos de choques elétricos, de sobrecargas ou curtos-circuitos é fundamental fazer revisões periódicas de todos os seus componentes”, alerta o professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da IFC/COBRECOM, que é especialista na fabricação de condutores elétricos de baixa tensão.
Com elas é possível avaliar o estado de conservação do quadro de luz, dos fios e cabos elétricos, das tomadas e interruptores, dos disjuntores e dos dispositivos DRs, entre outros.
Segundo Hilton Moreno, de um modo geral, recomenda-se que a inspeção preventiva da instalação elétrica residencial seja feita pela primeira vez 10 anos após o imóvel ficar pronto, mesmo que o local não tenha sofrido qualquer tipo de problemas com a rede elétrica.
“Isso, claro, se não houver nenhuma ocorrência com a instalação elétrica no meio do caminho, o que recomendaria uma revisão antes dos 10 anos”, recomenda Moreno.
Depois deve ser realizada a cada cinco anos e vale lembrar que é importante que esse tipo de serviço seja realizado por profissionais habilitados e qualificados, como engenheiros eletricistas, tecnólogos ou técnicos eletrotécnicos.
De acordo com Rosevaldo Toaliari, supervisor de desenvolvimento de produtos e processos da IFC/COBRECOM, além da segurança da instalação, uma boa revisão dos componentes elétricos detecta qualquer eventual problema como a degradação e o aquecimento excessivo dos condutores elétricos, que podem resultar em aumento no consumo de energia e até mesmo curtos-circuitos.
Como é feita a avaliação
Para a segurança do profissional que irá executar a tarefa, qualquer inspeção na rede elétrica de um imóvel deve ser realizada com a energia desligada.
“Deve ser feita uma revisão completa no quadro de entrada e em suas conexões e disjuntores, quadros internos, tomadas e interruptores, checar o estado da isolação dos fios e cabos e se eles possuem o cobre oxidado”, afirma Toaliari.
Moreno explica que o ideal é que, em cada inspeção, o profissional tenha em mãos o projeto elétrico da instalação como ela foi realizada, conhecido como projeto “as built”. Além disso, devem ser realizadas avaliações visuais em todos os componentes da instalação elétrica.
Segundo Moreno, o estado de conservação e limpeza dos quadros de luz são determinantes para saber se haverá a necessidade ou não de uma atualização da instalação elétrica.
O profissional lembra que o excesso de sujeira, principalmente quando existe poeira metálica nos quadros, aumenta os riscos de incêndios e choques elétricos.
“Ao verificar um quadro de luz, devem ser avaliados itens básicos, como ausência da porta, se há ou não a tampa sob a porta que evita que as pessoas toquem nos componentes elétricos, além de uma análise minuciosa do estado de conservação dos condutores elétricos, disjuntores, entre outros”, completa.
Toaliari esclarece que também deve ser feita uma avaliação de como estão distribuídos os circuitos elétricos, sendo que a instalação deve ser distribuída por disjuntores e dividida por partes, ou seja, um circuito para cada chuveiro, outros circuitos para as tomadas e outros para interruptores e iluminação, e assim por diante. E, dependendo do tamanho do imóvel, maior será a quantidade de circuitos que devem ser distribuídos.
Além disso, deve ser avaliado se os fios e cabos estão corretamente conectados aos disjuntores e checar se há manchas ou sinais de degradação na isolação dos condutores, que são sinais de que eles podem estar em sobrecarga.
“Também é analisado se os fios e cabos não possuem trincas e fissuras, além do cobre oxidado, pois, se isso for encontrado, eles devem ser trocados”, diz Toaliari.
Tomadas e interruptores também não devem ser esquecidos. O profissional deve avaliar nesses componentes se eles estão bem conectados e se os fios e cabos não estão degradados, além de verificar a presença de manchas nos componentes, que são indicativos de sobrecarga.
Já no caso do chuveiro elétrico, é preciso olhar se a seção nominal dos condutores elétricos ligados a ele é a mais indicada para a potência daquele aparelho, se há um circuito exclusivo para ele, se a sua rede está conectada a um dispositivo DR (prevenção de choques elétricos) e se as emendas dos fios ou cabos estão bem feitas.
Imóveis com mais de 20 anos
São os casos que necessitam de mais atenção e cuidados, já que as instalações elétricas mais antigas possuem o envelhecimento natural dos materiais.
Outro problema é que os aparelhos usados antigamente, como os chuveiros, tinham potências muito menores que os atuais e a troca por um modelo mais moderno pode resultar em sobrecargas na fiação, quedas constantes da energia, fugas de corrente, entre outros.
Além disso, eram poucos os imóveis que tinham máquinas de lavar louças, micro-ondas, aparelhos para climatizar o ambiente, freezers, entre outros.
De acordo com Toaliari, eletrodomésticos modernos em imóveis antigos provocam quedas constantes dos disjuntores, aquecimento da rede elétrica e um maior consumo de energia elétrica a cada mês.
IFC/COBRECOM: (11) 2118-3200 – 0800-7023163
Website: http://www.cobrecom.com.br