Por Alan Alexandrino
O lançamento do Facebook Live em 2016 marca uma nova era nas relações digitais. A aposta é uma tentativa de reverter a queda no número de compartilhamentos e aumentar o tempo dos usuários dentro da rede, já que estes estão migrando cada vez mais para outras opções, como o Snapchat.
O recurso de transmissão ao vivo é semelhante ao Periscope, rede lançado pelo Twitter em 2015, que conquistou um grande número de usuários e gerou bastante repercussão. Entretanto, a grande vantagem do Facebook, frente ao aplicativo do Twitter, é a integração que ele tem com a rede de contatos, além de todos os recursos já conhecidos, como as reações e os comentários.
Além disso, quem segue uma determinada página pode se inscrever para receber notificações de quando ela ficar online em um vídeo ao vivo. Aos poucos, o Facebook Live será liberado para os todos os usuários, por hora ele está disponível apenas para as páginas.
Essa tendência é fruto de uma nova realidade. O uso de internet via dispositivos móveis já é maior do que o acesso por desktops. Assim essas redes, voltadas para o público conectado o tempo todo, estão em alta. As pessoas, cada vez mais, sentem a necessidade de interagir a todo momento com todo mundo, compartilhando momentos e experiências em tempo real.
Isso mostra o porquê o Snapchat é tão popular, já que ele permite que se criem vídeos curtos para serem compartilhados durante o dia todo. Tudo isso em tempo real, no momento em que as coisas acontecem, sem o foco excessivo no tratamento da imagem, como no Instagram (que é do Facebook) por exemplo.
Por isso, o Facebook investe em meios e possibilidades em áreas além das em que já tem público definido. A marca possui controle, além do Facebook e do Instagram, do WhatsApp Messenger e do Messenger.
Um exemplo de como as transmissões ao vivo têm grandes chances de entrar no gosto das pessoas é o primeiro grande caso registrado pelo Facebook Live. Em maio de 2016, o recurso recém-lançado na plataforma já gerou um grande buzz por conta de um vídeo viral de uma usuária do Facebook.
A americana Candace Payne realizou uma transmissão ao vivo usando o aplicativo, com uma máscara de Chewbacca, personagem de Star Wars. O hit instantâneo se deu pelo ataque de risos que ela teve. O vídeo, de 4 minutos, tem hoje mais de 150 milhões de visualizações.
Muitas marcas já utilizam do Facebook Live para se conectar com seu público. Exemplos disso no Brasil são as empresas jornalísticas que transmitem debates, entrevistas e manifestações. O Jornal da Band, por exemplo, é o primeiro a exibir na íntegra suas edições ao vivo pelo Live.
São diversos os exemplos de marcas que já utilizaram a ferramenta para transmitir eventos ou mesmo interagir com fãs. Desfiles de moda, shows ou mesmo conversa com os fãs: são muitas as possibilidades do Live para as marcas.
Por que é tendência? Porque cada vez mais as pessoas assistem a vídeos online. O próprio algoritmo do Facebook, que define o que você vê ou não na linha do tempo, privilegia conteúdos visuais. Em janeiro, foram assistidas 100 milhões de horas por dia de vídeo, que é o tipo de conteúdo mais popular.
Além disso, o YouTube também está nessa briga. A vantagem dele continua sendo a monetização, já que ainda não é possível ganhar dinheiro com o Facebook.
A corrida por quem tem maiores vantagens, diferenciais, e é mais cômodo e agradável para o usuário, já começou. Isso por si só já mostra como essa é uma tendência, já que essas empresas estão acostumadas a ouvir seu público alvo melhor do que ninguém e sabem o que o público quer
Cada rede com suas vantagens, e a corrida rolando, quem ganha é o usuário.
Alan Alexandrino é colaborador da Mango Digital.
Sobre a Mango Digital: www.mangodigital.com.br / (11) 3424-3250