Por João Mendes
O mundo dos videogames está em vias de sofrer uma nova mudança radical, que irá mudar completamente a experiência dos gamers no mundo todo. É claro que estou falando do queridinho da E3 2016, o VR Playstation, a nova aposta de realidade virtual da Playstation, e concorrente do Óculos Rift.
O tema da realidade virtual é um sonho na indústria dos games desde William Higinbotham. O cientista do laboratório nacional de Brookhaven, nos Estados Unidos, realizou alterações em um osciloscópio criando o famoso Tennis for Two (considerado por muitos o primeiro jogo de videogame da história). A realidade virtual cresceu nas mentes dos gamers, sobretudo nos anos 1980 e 1990, com o desenvolvimento da cultura cyberpunk, e as tentativas de criar uma experiência realmente diferente, virtual e realista continuaram a engatinhar até a segunda década dos anos 2000.
Na transição dos anos 90 para a primeira década de 2000, o mundo já enfrentava uma nova guinada na realidade dos gamers, com o desenvolvimento de melhores gráficos, jogos mais dinâmicos e com conteúdos mais extensos e profundos. Nessa época, a indústria estava vivendo um novo paraíso, pois as inovações realmente significavam uma mudança para o jogador.
Apesar disso, os anos que se seguiram passaram sem grandes alterações. Gráficos melhoravam constantemente, mas a experiência do jogador era basicamente a mesma, sem algo que representasse a proximidade com o mundo virtual, e que realmente mudasse a rotina de sentar no sofá e mexer no joystick. Foi então que a Nintendo, famosa por inovar em experiência e jogabilidade, lançou o Wii, e os consoles nunca mais foram os mesmos.
O Wii começou a mostrar como o mundo dos jogos podia sair do sofá e abraçar rotinas diferentes de jogabilidade e experiência. Logo o Kinect seguiu essa linha, e isso culminou na expansão da cultura gamer, já que agora jogos eram usados para se exercitar, tratar stress, depressão, auxiliar na prevenção, manutenção da saúde de idosos. Os jogos passaram a abraçar uma fatia do mercado que não era seu público alvo até então.
O próximo passo estava claro. Tentativas de usar a realidade virtual ainda pareciam tímidas, sempre com grandes promessas, trabalhos conceituais, mas nada que realmente mudasse a percepção de diversão do usuário. Se pudéssemos traçar um paralelo, as primeiras soluções de realidade virtual parecia-se muito com a ideia de jogar um jogo em um Atari, quando se tem um Playstation 4 na sua mesa. Era atrasado, não estava pronto.
A emoção, a mudança, a sensação que os jogadores dos anos 90 sentiram ao se depararem com os incríveis gráficos do Playstation 2 nos anos 2000, não estava presente ali. Foi então que os Óculos Rift entraram na jogada.
Foi uma mudança radical. Realmente funcional e de acordo com as expectativas do seu tempo. Entretanto ainda havia um problema, a falta de jogos compatíveis. Apenas agora em 2016 que as coisas começaram a mudar. Quando a venda foi anunciada em março a solução ainda parecia tímida. Até que o Playsation VR, óculos desenvolvidos pela Playstation, explodiram a cabeça dos jogadores na E3 2016.
O gadjet de realidade virtual chega ao mercado americano em 13 de outubro por US$ 399, mais barato que o seu concorrente, o Oculus Rift, e realmente foi a sensação durante a conferência de games que reúne os maiores nomes e novidades do setor.
O aparelho chegou com opções de jogos que foram desenvolvidos especialmente para falar aos sentidos mais básicos dos seres humanos, conquistando o público. A novidade atacou com uma versão do novo Resident Evil, capaz de realmente imergir o jogador em uma experiência aterrorizante. Em seguida eles apresentaram uma versão de Batman Arkham, uma franquia de sucesso, que aplacou os fanáticos, e por fim fecharam a experiência com a boa e velha Regra 34 da internet: “Se alguma coisa existe, há também uma versão pornô dela”. Sim, eles criaram um jogo de sexo virtual.
O que esperamos agora é que os Óculos Rift e outros concorrentes consigam alcançar o VR e atender às expectativas junto a ele, entretanto, não há dúvidas de quem o mundo dos games sofreu mais uma grande mudança que vai alterar a experiência de todos os jogadores daqui para os anos que se seguiram.
Só nos resta esperar pela Matrix.
João Mendes é Diretor de Operações da UZ Games.
Sobre a UZ Games:
A UZ Games é a maior e mais tradicional rede de franquia especializada em games do país. Fundada em 1984, a empresa possui mais de 65 unidades espalhadas em todas as regiões do Brasil. A companhia se posiciona como a melhor opção em entretenimento por ser uma profunda conhecedora do mercado e do perfil do gamer brasileiro. Suas parcerias com desenvolvedoras garantem a distribuição de lançamentos em tempo recorde, colocando o país na vanguarda mundial do mercado de games.