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Plataformas autônomas

por Agência Canal Veiculação

Combinação das tendências “software-defined everything” e “DevOps” tornam possível a redistribuição da carga de trabalho da área de TI em atividades realmente voltadas para gerar valor ao negócio

Por Rodrigo Moreira de Oliveira*

Ativos de hardware, como servidores, storages, switches e desktops, são caros e difíceis de gerenciar. Muitas vezes, estes ativos estão em ambientes redundantes e, boa parte deles, ociosos. Em mainframes, esta ineficiência era mitigada por partições lógicas, que permitiam a separação e administração dos ambientes de maneira independente. Depois, vieram as segmentações por aplicação, que abriram espaço à virtualização e à abstração das aplicações, tornando possível o compartilhamento de ativos de TI. A virtualização também trouxe outros benefícios, como aumento na rapidez para o provisionamento de recursos. Hoje, ela é amplamente adotada em redes, storages e, até mesmo, em facilities para data centers. Estima-se que, ao final de 2016, 86% da carga de processamento fará uso da virtualização e da orientação por software-defined everything.

Por outro lado, não se pode dizer que o restante da TI avançou ao mesmo passo. Os times desenvolvedores ainda estavam presos a antigas metodologias de ciclo de vida de desenvolvimento de aplicações, onde cada equipe atuava em seu respectivo “pedaço” e, então, repassava as atividades restantes para o departamento vizinho. Para combater esta ineficiência, as organizações começaram a implementar uma nova metodologia de desenvolvimento, conhecido como DevOps. Esta abordagem utiliza ferramentas e métodos em uma nova forma de organização de times de desenvolvimento. Entre seus diferenciais, podemos destacar o foco em Integração Contínua, onde são oferecidas maneiras de gerenciar as atualizações de código entre diversos times desenvolvedores; e um Centro de Comando de Negócios, onde é realizado um monitoramento em tempo real de transações importantes ao negócio, não somente a gargalos nos ativos de TI.

A partir de então, surgem as plataformas autônomas. Elas permitem gerenciar recursos software-defined everything e orquestrar tarefas para desenvolvimento de soluções de TI de ponta-a-ponta. Abaixo, seguem alguns cenários que podem direcionar o investimento:

· Autoconfiguração: investir em formas automatizadas de provisionamento de recursos computacionais, como servidores, redes e storages. Configurações automatizadas de aplicações, profiles de usuários, segurança e políticas de privacidade também podem ser oferecidas;

· Auto-otimização: oferecer soluções que dinamicamente realocam recursos e cargas de trabalho entre ambientes internos ou externos, fazendo que a arquitetura se abstraia da infraestrutura física e lógica. Trabalhando com uma mentalidade “construa uma vez, disponibilize em qualquer lugar”;

· Recuperação Autônoma: implementar ferramentas de monitoração de aplicações, bancos de dados e redes que possam não somente prever possíveis problemas, mas antecipá-los e, proativamente, agir para evitar um incidente ou uma indisponibilidade.

Por onde começar?

Fornecedores reconhecidos no mercado oferecem plataformas com inteligência para automação e auxiliam na inclusão de plataformas legadas dentro destas soluções. Em paralelo,startups estão focando seus esforços em agregar valor por meio de softwares habilitadores, integrando soluções de diferentes fornecedores.

Opte por uma estratégia em fases. Crie uma nova trilha composta por software-defined everything, cloud e técnicas de agile. Simplifique seu ambiente eliminando as redundâncias ou componentes que são pouco ou nada utilizados. Por fim, comece a migrar as aplicações atualmente existentes para esta nova trilha, tendo em mente que não será possível transferir algumas delas. Adote uma estratégia de que novas aplicações necessariamente devam nascer sob essa nova trilha.

Outra maneira de acelerar sua jornada para a das plataformas autônomas é adotar a economia por APIs (Application Programming Interfaces), descontruindo grandes aplicações em menores blocos, os quais podem ser invocados por diferentes sistemas internos ou externos. Isso possibilita o reuso.

As plataformas autônomas combinam duas importantes tendências da TI: software-defined everything, para o provimento de soluções de infraestrutura, e DevOps, como modelo operacional e de entrega. Ambos movimentos integrados ao ambiente tradicionalmente existente da TI podem criar grandes containers de soluções autônomas com menor esforço, menor custo de desenvolvimento e manutenção e maior agilidade na entrega, além de permitir à equipe de TI mudar o foco de operações de baixo valor agregado para pilares realmente estratégicos para o negócio.

*Rodrigo Moreira de Oliveira é gerente sênior da área de Consultoria e especialista em Estratégia e Arquitetura de Tecnologia da Deloitte.

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