*Márcio Kanamaru
Há anos a tecnologia vem mudando a relação entre consumidores e fornecedores. Não é raro encontrar pessoas que já preferem realizar serviços como pagar uma conta, chamar um táxi ou pedir uma pizza via aplicativo do que pelo telefone ou pessoalmente; e este comportamento só tende a aumentar. Em poucos anos a tecnologia irá transformar nossa forma de estudar, ir ao médico, se locomover, etc. Estamos todos vivendo a transformação digital.
As mudanças são rápidas e as empresas de todos os setores estão sendo pressionadas a se reposicionarem para garantirem um espaço no mercado. Cada vez mais empresas inovadoras surgem, despertam a curiosidade do público e, em pouco tempo, tornam-se concorrentes vorazes, abocanhando os clientes das empresas com modelos mais tradicionais.
O processo de transformação digital, no entanto, não se resume apenas a aquisição de novas tecnologias, são necessários novos processos, novos modelos de negócios, novas experiências para o cliente através de um amplo ecossistema com capacidades de agregar valor ao seu negócio. É preciso inovação. Mas como garantir a segurança da informação quando boa parte do mercado se tornar digital?
Os ataques cibernéticos estão em constante crescimento e são cada vez mais sofisticados. De acordo com o último relatório do McAfee Labs, são descobertas 327 novas ameaças por minuto, ou mais de cinco por segundo. Roubo de dados corporativos e informações sobre clientes são os principais alvos dos cibercriminosos, que criam através destas ações a 28ª economia mundial ou algo em torno de US$ 600 bilhões anualmente.
Os investimentos em inovação realizados nas empresas dificilmente tem como foco a segurança, mas qualquer inovação traz consigo o desafio da segurança. A verdade é que nenhuma empresa quer ser notícia quando o assunto é falha na segurança, vazamento de dados ou indisponibilidade de serviços.
É preciso pensar a segurança como parte fundamental do negócio e não como apenas um projeto da área de TI. A segurança é na verdade um habilitador do modelo de negócios, e é preciso enxergar a totalidade de riscos aos quais o negócio está exposto e criar um processo mais integrado e seguro.
As tendências de cloud computing, big data, mobilidade, internet das coisas, irão forçar grandes e bruscas mudanças no meio corporativo. No futuro, todas em empresas serão empresas de tecnologia, ou pelo menos precisarão ter a tecnologia inserida em seu modelo de negócio. A segurança da informação precisa ser incluída no processo desde o início e evoluir como parte fundamental do negócio.
*Márcio Kanamaru é diretor geral da Intel Security no Brasil