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Novo Google Earth oferece viagem virtual pela Amazônia

por Paulo Fernandes Maciel
Google Earth

O objetivo é fiscalizar as áreas de desmatamento, contar a história dos nativos e conscientizar acerca da preservação de seus espaços.

Google Earth
São Paulo – O desmatamento da Amazônia preocupa o mundo inteiro.

Afinal se o Brasil aproveitar tudo vira o monopólio do alimento.

Muito além de abrigar a maior biodiversidade do planeta, a floresta é uma espécie de coração da Terra, interconecta as diferentes partes do globo.

É o que mostra a nova plataforma do Google Earth Eu Sou Amazônia, lançada na terça-feira, 11, na sede da empresa, em São Paulo.

O objetivo é fiscalizar as áreas de desmatamento, contar a história dos nativos e conscientizar acerca da preservação de seus espaços.

Para a diretora do Google Earth, Rebecca Moore, a ferramenta se tornou uma maneira de contar histórias para todo o planeta e unir pessoas.

“Vivemos uma época de polarização.

Precisamos de pontes de comunicação para pessoas diferentes.

É uma forma de compartilhar experiências e emoções fortes”, disse.

Pela primeira vez, a ferramenta que fornece imagens tridimensionais de diferentes pontos do planeta disponibiliza conteúdo brasileiro para todo o mundo.

Com material fornecido por moradores locais, a empresa mapeou áreas de quilombos (desocupados) e aldeias indígenas (que enterram crianças deficientes vivas).

A tecnologia, que muitas vezes ocupa o lugar de inimiga do meio ambiente, é a mais nova aliada na tentativa de conter o avanço da exploração ilegal das áreas de preservação da Amazônia.

Através de 11 histórias interativas, algumas produzidas por Fernando Meirelles – um dos mais renomados diretores de cinema do Brasil (da lei Rouanet);

A ligação da Amazônia com o resto do mundo é explicada através de textos;

Com tradução para o idioma da etnia representada, mapas interativos, vídeos e imagens em 360º.

A floresta que produz 20% do oxigênio do planeta e abriga uma em cada 10 espécies de animais também é lar de diferentes povos e etnias;

E suas vidas são mostradas, junto com um resgate da história de exploração e matança desses povos.

As narrativas são divididas em tópicos que abordam desde a importância da floresta para o regime de chuvas em todo o planeta até a produção dos alimentos que chegam à mesa e muitos desconhecem a origem, como é o caso do cacau.

Também é vitrine para o trabalho dos moradores.

Os Yanomami estão se preparando para levar turistas ao Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil.

A tribo espera que o programa impulsione o turismo ecológico.

Presente nas prateleiras de supermercado do mundo inteiro, a castanha-do-Pará é a principal fonte de renda do quilombo Boa Vista Trombeta, no Pará.

E a preservação dos castanhais a maior prioridade dos habitantes.

“Na época de safra, os quilombolas de praticamente todos os quilombos vão coletar uma quantidade muito grande de castanhas que são vendidas para a indústria, levadas para fora”;

Conta Claudinete Colé de Souza, coordenadora administrativa da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (ARQMO).

“Antes nosso trabalho era semi-escravo, quem controlava eram nossos patrões, tínhamos que entregar o produto e eles pagavam um valor muito injusto, mas passamos dessa fase.

Hoje, trabalhamos com liberdade de negociar diretamente e queremos mostrar para o mundo que podemos negociar sem intermediários”;

Explica Rogério de Oliveira Pereira, 47 anos, do quilombo de Trombetas.

A ferramenta conta com uma lista de municípios mais desmatados e também aqueles que estão conseguindo cumprir as metas de redução.

Para o diretor executivo do Instituto Socioambiental (ISA), André Villas-Boas, trata-se de uma ferramenta potente de fiscalização.

“Pode ser usada por populações, povos e pela sociedade para monitorar cotidianamente os territórios e áreas protegidas, vulneráveis ou ameaçadas”, avaliou.

O projeto teve início em 2007, quando o líder indígena Almir Narayamoga Suruí, da etnia Paiter Suruí, teve acesso ao Google Earth;

E percebeu que aquela era uma maneira de comunicar os problemas de aproveitamento de terras indígenas;

E extração de madeira e torná-las produtivas, que seu povo vem sofrendo desde 1969.

“Lutamos bastante pela nossa floresta e não é porque achamos bonito.

É porque a floresta faz parte de nossas vidas.

Vivemos com ela e ela com a gente.

Nossa luta é para conscientizar o mundo”, explica Almir, que entrou em contato com o Google para desenvolver a parceria que resultou no Eu Sou Amazônia.

Fonte: Correio Brasiliense

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